#BarbeariaSrLuis
[0.045/2022]
Para os nossos deputados fica uma lição, se a quiserem
aprender. Não é boa ideia ter radicais como líderes da oposição porque, sendo a
democracia um sistema onde se ganha e se perde, quando os democratas perdem os
radicais podem dar cabo desse sistema.
A expressão “chatos de galochas” parece referir-se a alguém
que é mais chato que qualquer chato normal que, como sabe quem sabe o que é um
chato, é uma chatice infinita.
Julgo que a expressão está ligada às pessoas que entram pela
casa dos outros calçadas de galochas e dessa forma chateiam (mais que os chatos
normais) quem depois tem de limpar a água e a lama que esses chatos largam
quando arrastam os pés.
Já “picareta falante” é uma expressão inventada por Vasco
Pulido Valente para xingar o então PM António Guterres.
Segundo me lembro, estava ligada ao facto de Guterres ser
capaz de arengar sobre tudo e mais alguma coisa, o que só parcialmente era
verdade tendo em conta que ele até mandava os jornalistas fazer contas quando
as casas decimais ultrapassavam o milhão.
Vem isto a propósito de um comentário que fiz nesta publicação
de Maria de Fátima Filipe e de um reparo que o meu quase gémeo António Pais me
fez.
A causa: - A deputada única “fala-barato” Inês Sousa Real
que fala pelos cotovelos, é uma chata de galochas e uma picareta falante.
Já agora, “fala-barato” é uma expressão de quem muito fala,
mas pouco do que fala interessa por ser uma fala de chavões e de "sound-bite",
sendo que sound-bite é uma bip informático destinado a chamar a atenção.
O Presidente da República só teve um aviso relevante uma vez
que todo o resto foi conversa em família e, como quase todas as conversas em
família, limitou-se à moral e aos bons costumes.
Marcelo avisou a Nação que não perdoará a Costa um abandono
do Governo antes do fim do mandato.
António Costa, à conversa em família, tudo respondeu com a
amizade e o respeito que as famílias merecem. Em relação ao aviso fingiu não o
ter ouvido.
Não respondeu, nem fez aparte. Passou adiante como quem
passa por vinha vindimada.
Com o seu silêncio avisou Marcelo que quem vier a seguir que se governe porque ele governará enquanto tiver de governar.
Putin e Cirilo, após abandonarem o plano inicial imperialista de substituir
o governo democrático ucraniano por um governo fantoche, tal como o existente
na Bielorrússia, já anunciam voltar ao seu plano inicial.
O Czar do Império da Rússia e o Patriarca de Moscovo confrontados
com a heroica resistência ucraniana liderada por Volodymyr Zelensky, o novo Simón Bolívar comunicacional do século XXI, e com o
impensável sentimento de unidade patriótica ucraniana e do fortalecimento do “Ocidente”
comandado pelos Estados Unidos e escudado na bandeira da NATO, dizem agora regressar
aos objectivos iniciais:
1. Criar uma zona de ninguém entre a Ucrânia democrática e a ditadura russa;
2. Reduzir a área geográfica da Ucrânia redesenhando as fronteiras que separam a Europa democrática do Império Russo; e
3. Retirar à Ucrânia os acessos ao Mar de Azov para o transformar no porto terminal de escoamento do gás e petróleo russos.
O Czar Putin, batizado com o
cognome de “o Carniceiro”, e Cirilo que muito gostaria de voltar a ser o Patriarca
de Moscovo e de toda a “Grande, Pequena e Rússia Branca”, estarão na iminência
de concentrar as suas atenções para o redesenho fronteiriço abdicando o Czar,
do pleno território ucraniano e do acesso total ao Mar Negro e o Patriarca, da Pequena
Rússia, para levar à mesa do armistício, após a conquista do território que
marcaram, a proposta do mapa abaixo, que abarcará a central nuclear de Zaporizhzhia,
garante da energia dos territórios anexados, incluindo a Crimeia.
Fecha-se o zip, fecha-se o
zimbório, mantém-se a face do Czar (do actual ou do próximo), alargam-se as
portas do “Ocidente livre” e Odessa continuará a ser Património Cultural da Unesco.
Os refugiados regressam, a Europa
respira e fica na dependência energética de outras potências, a Ibéria rasga os
Pirenéus, a China mantem os mercados, a ONU continua como sempre, o Mundo volta
à sua vidinha e a humanidade há-de construir o memorial que sempre constrói
após os crimes que contra ela são cometidos.
Vai ser o tempo da viragem em profundidade centrada na prospecção
de lítio, túneis na Estrela e escavações nos Pirenéus.
Desde o tempo do outro Presidente Professor (por extenso) embebecido
com o sorriso das vacas dos Açores, que as fábulas de La Fontaine não tinham
tanto significado na História da nacionalidade e da bravura pacifista deste
torrão de terra de gente hospitaleira, feiras de enchidos, arraiais de bagaço e
um corpo de generais na reforma (superior aos soldados no efectivo) que agora
comentam nos directos televisivos, via Zoom, a anexação da Crimeia sem nunca terem
tido engenho para desanexar Olivença do Reino de Espanha.
Com a guerra na Europa a acabar, como se vê pelos canais de
notícias que já voltaram aos assuntos do futebol, e tendo ideia que temos mais
mercenários nacionais do que efectivos oficiais no teatro da guerra, vamos ser
confrontados com uma Assembleia da República depois de ter adquirido o novo
figurino onde a direita foi substituída pela extrema-direita e a extrema-esquerda
pela esquerda central.
Falam, em pleno
século XXI, no cerco à fortaleza como aprenderam na escola quando estudaram (?)
o cerco a Alusbuna e
continuam com a noção de que, entre os enviados de Putin, haverá um Martim
Moniz que lhes possibilite uma narrativa lendária.
Insistem nestes grafismos sem se aperceberem que se, em Kyiv,
o KGB Putin ainda não foi o habitual Bulldozer é porque esta capital tem para
ele um significado especial e está a tentar tudo para a conquistar sem ter de a
arrasar.
O cerco de Kyiv será feito com cortes de abastecimento, água,
energia e bloqueio das comunicações, inviabilizando todos os acessos aéreos e
terrestres que sejam vias de abastecimento de bens, electricidade, armamento e
munições.
A invasão de uma fortaleza destas é impossível caso não se
use a tática de Bulldozer.
Cada janela será uma guarita e, não querendo acabar com todas
elas, só resta conseguir a rendição dos valorosos resistentes pela fome, pela
sede, pelo frio, pela intervenção de forças rápidas e dirigidas e, se
necessário, pelo veneno em que o actual Kremlin é especialista.
O alarve Putin quer Kyiv para voltar a ter Kiev, senão já a
tinha bombardeado.
Deixem-se de risquinhos e joguinhos e esforcem-se para entender os sinais que dão as pistas para entender o que vai na cabeça do estupor que se julga ungido como Czar para ser um novo Ivã.
Bem tento, mas não consigo escrever o que me vai na alma.
Introspectivo, amargurado, mal-informado e na tentativa de sanidade ao confrontar a alma com a prepotência dos tarados que se sentam nas cabeceiras opostas de uma mesa de trinta metros e os impreparados da diplomacia que não conseguiram prever o martírio quando sonharam erguer uma escultura heroica no rossio da sua cidade capital.
Enquanto isto, o choro de uns não abafa os brindes de cristal à paz, saúde e prosperidade realizados nos doirados de la chambre de l'autre-chienne nas negociatas do nuclear francófono, do crude persa ou Maduro e das tubagens nos Pirenéus.
A realpolitik e a desumanidade fazem caminho, descaminhando, prendendo-nos na insónia para evitar pesadelos.
Sempre que quiser passar de um lado da rua para o outro deve procurar uma zebra.
É mais seguro, é legítimo, é legal, é previdencial e passar de um para o outro lado é um direito que não lhe pode ser recusado.
Sempre que usar uma zebra para passar de um lado para o outro nunca deixe de olhar para a direita e para a esquerda, principalmente se levar uma criança pela mão.
A criança está ao seu cuidado e compete-lhe cuidar dela.
Neste meu blog não há “mas”, mas por isso mesmo exijo que
não me inviabilizem o acesso à informação e à propaganda dos dois lados
beligerantes.
Repito, aqui não há “mas”, mas não me infantilizem.
Há três únicas coisas que não quero deixar de dizer, pelo
menos para já:
Sei o que é um agressor, sei reconhecê-lo e sei que não gosto
de agressores.
Sei o que é um agredido, sei reconhecê-lo e sei que gosto de
me solidarizar com os agredidos.
Para além disso, sei reconhecer um ditador, não gosto de ditadores e lamento os povos por eles subjugados.