#BarbeariaSrLuis
[0.053/2022]
Muito mais interessante do que prosseguir neste concurso de “o meu embargo é melhor que o teu” seria desembargar os “ocidentais” (ou “democracias liberais” no novo léxico mediático) que andaram estes anos a vender, pela porta do cavalo, armas e componentes com fins bélicos à Federação Putina, desde que modificassem os tubos para impulsionarem a saída dos obuses e balas em sentido contrário.
Bem sei que o negócio do armamento iria sofrer um imenso revés,
uma vez que perdiam um dos clientes, mas seria uma janela de oportunidade para reconverter
as fábricas de armamento em indústria alimentar.
É-me completamente indiferente se um dirigente associativo
ucraniano resolve fazer uma declaração em Portugal. Somos um País aberto e
democraticamente maduro onde qualquer pessoa se pode expressar livremente.
Já não me é completamente indiferente que a comunicação
social portuguesa use essa declaração individual até à exaustão como se ela
valesse alguma coisa e ainda mais não me é indiferente que a falta de
preparação democrática e diplomática de quem faz esse tipo de declarações sirva
para fomentar o ódio à liberdade de pensamento e expressão.
A defesa intransigente que sempre faço de quem está a ser
agredido e resiste estoicamente ao agressor não tolda nem o meu pensar, nem dá o
direito a quem defendo de atacar o que eu defendo.
Para os nossos deputados fica uma lição, se a quiserem
aprender. Não é boa ideia ter radicais como líderes da oposição porque, sendo a
democracia um sistema onde se ganha e se perde, quando os democratas perdem os
radicais podem dar cabo desse sistema.
A expressão “chatos de galochas” parece referir-se a alguém
que é mais chato que qualquer chato normal que, como sabe quem sabe o que é um
chato, é uma chatice infinita.
Julgo que a expressão está ligada às pessoas que entram pela
casa dos outros calçadas de galochas e dessa forma chateiam (mais que os chatos
normais) quem depois tem de limpar a água e a lama que esses chatos largam
quando arrastam os pés.
Já “picareta falante” é uma expressão inventada por Vasco
Pulido Valente para xingar o então PM António Guterres.
Segundo me lembro, estava ligada ao facto de Guterres ser
capaz de arengar sobre tudo e mais alguma coisa, o que só parcialmente era
verdade tendo em conta que ele até mandava os jornalistas fazer contas quando
as casas decimais ultrapassavam o milhão.
Vem isto a propósito de um comentário que fiz nesta publicação
de Maria de Fátima Filipe e de um reparo que o meu quase gémeo António Pais me
fez.
A causa: - A deputada única “fala-barato” Inês Sousa Real
que fala pelos cotovelos, é uma chata de galochas e uma picareta falante.
Já agora, “fala-barato” é uma expressão de quem muito fala,
mas pouco do que fala interessa por ser uma fala de chavões e de "sound-bite",
sendo que sound-bite é uma bip informático destinado a chamar a atenção.
O Presidente da República só teve um aviso relevante uma vez
que todo o resto foi conversa em família e, como quase todas as conversas em
família, limitou-se à moral e aos bons costumes.
Marcelo avisou a Nação que não perdoará a Costa um abandono
do Governo antes do fim do mandato.
António Costa, à conversa em família, tudo respondeu com a
amizade e o respeito que as famílias merecem. Em relação ao aviso fingiu não o
ter ouvido.
Não respondeu, nem fez aparte. Passou adiante como quem
passa por vinha vindimada.
Com o seu silêncio avisou Marcelo que quem vier a seguir que se governe porque ele governará enquanto tiver de governar.
Putin e Cirilo, após abandonarem o plano inicial imperialista de substituir
o governo democrático ucraniano por um governo fantoche, tal como o existente
na Bielorrússia, já anunciam voltar ao seu plano inicial.
O Czar do Império da Rússia e o Patriarca de Moscovo confrontados
com a heroica resistência ucraniana liderada por Volodymyr Zelensky, o novo Simón Bolívar comunicacional do século XXI, e com o
impensável sentimento de unidade patriótica ucraniana e do fortalecimento do “Ocidente”
comandado pelos Estados Unidos e escudado na bandeira da NATO, dizem agora regressar
aos objectivos iniciais:
1. Criar uma zona de ninguém entre a Ucrânia democrática e a ditadura russa;
2. Reduzir a área geográfica da Ucrânia redesenhando as fronteiras que separam a Europa democrática do Império Russo; e
3. Retirar à Ucrânia os acessos ao Mar de Azov para o transformar no porto terminal de escoamento do gás e petróleo russos.
O Czar Putin, batizado com o
cognome de “o Carniceiro”, e Cirilo que muito gostaria de voltar a ser o Patriarca
de Moscovo e de toda a “Grande, Pequena e Rússia Branca”, estarão na iminência
de concentrar as suas atenções para o redesenho fronteiriço abdicando o Czar,
do pleno território ucraniano e do acesso total ao Mar Negro e o Patriarca, da Pequena
Rússia, para levar à mesa do armistício, após a conquista do território que
marcaram, a proposta do mapa abaixo, que abarcará a central nuclear de Zaporizhzhia,
garante da energia dos territórios anexados, incluindo a Crimeia.
Fecha-se o zip, fecha-se o
zimbório, mantém-se a face do Czar (do actual ou do próximo), alargam-se as
portas do “Ocidente livre” e Odessa continuará a ser Património Cultural da Unesco.
Os refugiados regressam, a Europa
respira e fica na dependência energética de outras potências, a Ibéria rasga os
Pirenéus, a China mantem os mercados, a ONU continua como sempre, o Mundo volta
à sua vidinha e a humanidade há-de construir o memorial que sempre constrói
após os crimes que contra ela são cometidos.