Enmerdalamentos do barbeiro
Todos sabiam haver maiorias já eleitas que se iam manter no poder e que com isso estariam aptas a inviabilizar boa parte dos projectos futuros de qualquer outra maioria no executivo, mas não houve concorrente que não desprezasse o facto.
O disparate está à vista e já pode começar a ser medido.
Para já, o único responsável pelas eleições já foi substituído na direcção do PSD. Agora, passado meio ano da sua eleição e depois de ter deixado o Governo onde a sua acção era importantíssima, vem António Costa acenar com a ameaça de demissão do cargo de Presidente da Câmara de Lisboa.
Os do costume, os que dizem que é para o futuro que se tem de olhar sem nunca fazerem a monitorização do passado nem a análise do presente, isto é, aqueles que se recusam a aprender e estão dispostos a cometer sucessivamente os mesmos erros, virão agora reclamar, uma vez mais, que se olhe para o futuro e apoiarão certamente as ameaças de demissão das responsabilidades assumidas.
Este método de desresponsabilização permanente e de desculpabilização nunca deixará, enquanto for aplicado, que a inventiva, a inovação e o progresso assumam o seu lugar no desenmerdalamento em que estamos atolados.
Em que gaveta estará guardado o plano B, necessariamente elaborado sabendo-se à partida com o que se contava, que permita avançar soluções para o impasse?
LNT
2 comentários:
-Este caso, só vem provar a necessidade de alterar a legislação eleitoral autarquica. Pessoalmente gostaria de executivos monopartidários, a meu ver não fazem sentido a existência de vereadores sem pelouro, naturalmente com poderes, e verbas reforçadas nas A.M. mas, a meu ver, a queda do presidente de câmara, deveria segnificar a queda do executivo. Um pouco á semelhança da AR.
É realmente um absurdo, esta lei autárquica. Mas não é menos fazer eleições para um só dos orgãos das autarquias.
Quem o fez tem agora pouca razão para protestar contra aquilo que sabia, de antemão, ser inevitável.
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