Avaliação de desempenho
É tal e qual assim como dizes, caro João Tunes.
O poder político democrático tem de ser exercido de forma a mobilizar os cidadãos para as causas. Tentar impor, como se tem vindo a fazer, em vez de negociar e explicar de forma convincente, só conduz ao extremar das posições.
Todos deixam de ter razão, mas principalmente perde-a quem não conseguiu levar a sua razão à maior parte dos seus destinatários.
A isto chama-se incapacidade política e como a Ministra é uma acérrima defensora da avaliação de desempenho deveria tirar as consequências dessa avaliação que ontem lhe foi feita pelos seus pares.
Quanto ao resto, isto é, aqueles que se aproveitam dos resultados da manifestação sem no entanto saberem capitalizar o descontentamento, como os outros que pretendem catalogar os manifestantes como comunistas, ou como pessoas que se deixam manipular inocentemente (estamos a falar de professores), ou ainda como malfeitores preguiçosos (e outros mimos semelhantes), espera-se somente que aprendam a lição de que a política faz-se "com" e não "contra" e que, nos tempos que correm, já ninguém está na disposição de ver os que elegeu retribuírem-lhes com o insulto e a indexação.
A cidadania já não se deixa submeter por vontades férreas de gente iluminada.
Um político que não consegue envolver os seus governados nas soluções é um político com desempenho medíocre, independentemente das políticas que defende.
LNT
Rastos:
-> Água Lisa (6) - João Tunes
-> Respirar o mesmo ar - Joaquim Paulo Nogueira (JPN)
-> Câmara Corporativa - Afonso Mesquita
-> Água Lisa (6) - João Tunes - Voltar ao busilis
-> »802701 - Bruno Rocha
-> da Literatura - João Paulo de Sousa
17 comentários:
Tudo o que diz faria todo o sentido se...fosse verdade. Mas não é verdade que não tenha havido diálogo. Houve e há diálogo´, logicamente com as estruturas representativas dos professores, que são os sindicatos, mas estes, onde se destaca o maior e mais poderoso- a Fenprof- pura e simplesmente não aceitam nada e não querem mudar nada. Assim é muito difícil, não acha?
É exactamente como tu dizes e ainda bem que o Partido Socialista tem pessoas como tu. Dá-me esperança que as coisas possam ser diferentes do que foram com Cavaco e Silva.
Tudo o que digo é verdade, anónimo, e por isso faz todo o sentido. Até pode ter havido reuniões mas nunca houve diálogo, o que é coisa diferente.
A Ministra da Avaliação deveria tirar as conclusões da avaliação que lhe foi feita pelos seus pares.
Só assim demonstraria o mínimo de coerência com aquilo que defende.
Um abraço JPN.
Haja esperança.
Mário Nogueira para Ministro da Educação já
Deveria pois ser
Este o grito de revolta
Dos docentes está-se a ver
Em 2009 novo ministro volta
E como já nos habituou
Este líder sindicalista
Nenhum ministro provou
Ser um bom reformista
Contestações sempre houve
Em todas as legislaturas
Aos docentes sempre coube
Manifestações de envergadura
Obrigando a recuar
Os vários titulares da pasta
Por não quererem acatar
Afirmam agora que basta
Vamos pois imaginar
Como seria Mário Nogueira
Se algum partido o convidar
Para o ministério que ele guerreia
Alguém porventura acredita
Que o ensino melhorava
Mantinha-se pois a mesma fita
Não era ele que a consertava
A crispação sempre latente
Nos que exercem este ofício
Muito docente descontente
Por não usufruir igual benefício
Que os professores efectivos
E já com uma longa carreira
São entre outros seus objectivos
Em contestações a vida inteira
Seria o principio do fim
se Sócrates condescendesse
não pararia o chinfrim
se ele a ministra corresse
As quadras de pé quebrado
são especialidade do Raul
que por as querer coerentes
lhes empresta sentido quadrado
e, acendendo o rastilho no paul
amacia o radicalismo com lavagem deficiente.
Nem Rodrigues é sábia
nem menos, ainda, coerente.
Não admite que se lhe aplique o que para outros determina
e contrapõe com frequente lábia
o pensamento de Estaline outrora corrente
convencida que a sabedoria é o que a domina.
Meu caro amigo Luís
ontem ouvi aos docentes
a avaliação ninguém quis
seus protestos foram veementes
Qualquer profissional é avaliado
no desempenho do seu cargo
não basta cumprir o horário
para receber o seu ordenado
Um abraço
Raul
Não foi contra a avaliação,
Raul, meu caro amigo,
que os professores foram à rua.
Foi contra a inaptidão
de quem só olha para o umbigo
julgar de todos a ilusão que é só sua.
Todas as mudanças causam natural apreensão...Era suposto os professores estarem preparados para as mudanças. Está visto que não estão. O Ministério fez um erro de avaliação. O comportamento da classe dos professores, bem enquadrado por profissionais da luta política, releva uma necessidade: avaliar o desempenho dos professores. Só definindo objectivos se consegue diferenciar desempenhos. Custa? Pois, custa mas a "vida custa a todos".
Quem trabalha em organizações privadas encara as avaliações como meio de distinguir os melhores, alinhando esforços...
Os bons professores ganham com o processo, os medíocrs - que também os há - serão penalizados.
Cumps
Este post é excelente. Porquê? Porque não sendo o Luis professor sabe o suficciente de política para ser capaz de entender que alguma coisa vai mal na 5 de Outubro.
Quanto aos comentários vesgos que vão aparecendo vale a pena dizer-lhes que não opinem sobre o que desconhecem. Sei que não valerá muito a pena dizer isto, pois quando se vê um directo de um jornal, bem sei que é o do expresso, dizer na sic-notícias que a ministra fez 107 reuniões co os sindicatos, e repetiu-o várias vezes, o que podemos dizer do cidadão comum... pois aquele senhor nunca conseguiu enxergar a enorme asneira que estava a divulgar. Não se lhe exige que seja um expert em matemática, mas devemos exigir-lhe que saiba pensar e que 107 reuniões, em dois anos, dá uma média de mais de uma reunião por semana. Quem poderá acreditar nisso?
Os portugueses gostam de festas e, sobretudo, quando o autocarro é de graça e podem trazer toda a família para fazerem de profs.
Eu sou professora há quase 30 anos - o período de vida da nossa democracia. A Escola Pública encontra-se doente, quase em coma e tudo quanto os professores que gritam. pedem, é que fique como está… quer dizer, que morra, conquanto isso não lhes dê trabalho! Mas há os que pensam para além disso, há os que lutam para a melhoria da Escola Pública, o que não é possível sem AVALIAÇÃO. Avaliação das organizações e dos seus funcionários, logo, também, dos docentes. Mas é verdade, os profs querem ser avaliados, não querem «esta» avaliação!! Qual querem? Onde estão os erros? Nenhum dos meus colegas me diz. Eu, que tenho estudado de forma aprofundada estes temas, considero um modelo muito justo e equilibrado. Mas foram exactamente os colegas que marcaram presença na manif.(direito que lhes assiste)que não responderam a nenhuma das minhas perguntas orientadas para uma solução alternativa. E caso para desconfiar que nem a legislação chegaram a ler… vão… porque vão…
Anna
Ó sr anónimo,
os professores pagam ao sindicato para que o sindicato possa pagar coisas como esta. Entendeu?
Bem sei que as reforma que o ME tem procurado implantar não está isenta de críticas. Aqui e ali há aspectos que podem e devem ser corrigidos e melhorados, que certamente a prática irá ajudar a rever. Mas, no essencial, a reforma vai no sentido certo. Por isso, os professores dizem que não são contra a avaliação mas contra este modelo de avaliação, sem no entanto defenderem e construirem qualquer alternativa.
Se o ministério for remodelada o que se resolve? Nada, a não ser a acalmia dos protestos. E, muito provavelmente, como sucedeu na saúde, teremos ministro pior do que o antecessor.
Como dizia VPV este fds, naquele seu estilo ácido de que não vai haver mais amanhã, os professores que foram a Lisboa traziam Correia de Campos na cabeça.
O LNT diz que não é possível governar contra e que é preciso fazê-lo com. Pergunto-lhe, não foi essa a estratégia do governo de Gueterres e deu no que deu?
Caro RB
Sei que agora é moda por em causa a governação de Guterres, principalmente por quem na altura foi Guterrista fundamentalista. Estou à-vontade.
Nem foi fundamentalista na altura, nem agora sou seu detractor.
No entanto reconheço que há um momento para discussão e um seguinte para a passagem à produção e que este segundo, também derivado ao mandato interrompido, nem sempre teve aplicação.
Quanto à actual Ministra da Educação parece-me que o processo foi invertido. Implementa-se primeiro e depois logo se vê. É uma questão de método e o método não resultou, como é visível.
Entendo que a substituição da Ministra, nesta altura, seria um erro político. Quando sugiro que ela retire as conclusões da avaliação de desempenho que lhe está a ser feita, não estou a sugerir a sua demissão mas sim que reveja os seus métodos, os seus planeamentos e a sua atitude comportamental.
Em suma. Que nunca esqueça que um Ministro é um agente político e que se comporte como tal.
Caro LNT: você é muito simpático, inteligente eo seu blogue é sem dúvida atractivo. Mas é pena que você seja tão arrogante e convencido de que a razão está sempre do seu lado...Para quem fala em "quero, posso e mando,,,"
Caro anónimo anterior
Agradecido pela primeira parte do comentário e, quanto à segunda, uma justificação:
Se tenho um Blog é para escrever aquilo que entendo. Se não fosse para defender o que escrevo, não valia a pena perder o tempo, certo?
Não é uma questão de arrogância e não é comparável ao poder político porque não fui eleito, não custo dinheiro ao Estado, não prejudico ninguém e não tenho de prestar contas pela minha escrita.
Também não tenho de ser imparcial, nem indiferente.
Este é o meu espaço de escrita que faço público e que pretendo polémico, se necessário.
Ia-me esquecendo do mais importante. Você nunca foi a um barbeiro?
Colegas, para discutir estes e outros assuntos relacionados com a educação e com os professores, visitem a Sala dos Professores em www.saladosprofessores.com!
Já somos mais de 12.000 professores registados e a participar activamente no fórum! Juntem-se a nós e registem-se! Quantos mais formos mais alto se ouvirá a nossa voz da razão!
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