sexta-feira, 21 de março de 2008

Botão Barbearia[0.271/2008]
Habituem-se

As televisões bem lhes podem tapar as caras, que não é por isso que elas deixam de ser de quem são. O Sapo bem pode considerar este vídeo, ou este (que até já tem letra e música), como matéria para maiores.

Só três considerações:

1º - Vivemos num tempo em que a censura é quase impossível. Deixou de ser possível varrer para baixo do tapete aquilo que não interessa mostrar. Habituem-se!

2º - Quando se passa a mensagem de que os professores (a quem entregamos todos os dias os nossos filhos) são preguiçosos, incapazes, inaptos e todos os outros mimos a que temos assistido, não esperem que os alunos os respeitem.

3º - A educação dá-se em casa. Aos professores compete ensinar e formar, não educar.

Haveria outras considerações a fazer. Muitas outras. Desde o comportamento da turma ao descontrolo de quem não se pode descontrolar, mas a matéria para reflexão já parece suficiente. E não venham com a treta de que publicitar este triste espectáculo é um mau serviço, porque ele está disponível para quem o quiser ver, estejam ou não habituados.
LNT
Rastos:
USB Link
-> a Defesa de Faro
-> 2+2=5 - Armando Rocheteau

8 comentários:

contradicoes disse...

Isto demorou sete dias a chegar à televisão porque segundo foi dito este lamentável incidente registou-se no dia 13 do corrente na referida Escola. Efectivamente a aluna deveria ser exemplarmente punida para que isto senão voltasse a registar em estabelecimentos de ensino. Mas também partilho da mesma opinião do meu amigo. A culpa por estes incidentes é exclusivamente dos pais que não são firmes não educação dos seus filhos e remetem essa responsabilidade para os docentes. Boa Páscoa.
Um abraço
Raul

Zé Paulo Gouvêa Lemos disse...

Essa de querer se classificar a matéria imprópria para circular é a tal lógica da avestruz...depois não se sabe de onde vem a pancada, mas ela vem do mesmo jeito.

MGomes disse...

Mais que os pais e os alunos, este episódio deve envergonhar quem tem gerido politicamente a educação em Portugal nos últimos trinta anos!!!!

JPN disse...

Devo andar a comprar as minhas pastilhas na drogaria errada. É que me parece que para lá do lamentável que é este incidente, acho que ele poderia ser uma excelente oportunidade para reflectirmos desapaixonadamente sobre a educação e isto porque este episódio responsabiliza directamente todos os intervenientes: a aluna, que se descontrolou e se centrou apenas na tentativa (legítima) de reaver o seu telemóvel; a professora, que se descontrolou e perdeu uma oportunidade de fazer pedagogia; as famílias, que muitas vezes se desresponsabilizam de ensinar aos filhos o quando e o onde podem utilizar estes novos apetrechos; a escola e a sociedade que tem de aprender a lidar com estas situações, aproveitando-as para o enriquecimento da relação pedagógica. Agora grave aquilo que aconteceu? Quando a escola implodir porque é incapaz de conter a nossa hiprocrisia e a nossa incapacidade de percebermos a imensa fábrica de parafusos em que a queremos tornar, responsabilizando-a pelas nossas incapacidades de nos aproximarmos do real, assim sim, a situação é grave.

JPN disse...

[será grave]

Anónimo disse...

1-Concordo consigo que vivemos num tempo em que a censura é impossível e ainda bem!
2-Quem passa a mensagem da preguiça, incapacidade e inaptidão de alguns professores são...os próprios professores! Os alunos respeitam os professores...que se fazem respeitar.
3- Concordo que a educação se faz em casa.
4- Publicitar este espectáculo é benéfico, porque faz reflectir...sobre os alunos, mas também sobre os professores e também sobre a gestão das escolas.

maloud disse...

Só não concordo com o ponto 2 como uma das causa deste lamentável episódio. Cenas dete calibre são recorrentes há vários anos em certas escolas. E na opinião de uma pedopsiquiatra, essa "corja" que invadiu o espaço mediático, o telemóvel quase é uma extensão do corpo dos nossos jovens. Tirar-lho corresponde a uma amputação.

Armando Rocheteau disse...

Obrigado pela referência.
Já agora permita-me que deixe aqui um abraço à Maloud e um outro para si