Brincar com o fogo?
Não consigo entender com que fogo anda Sócrates a brincar.
Independentemente de se concordar ou não com o Presidente, há que entender as competências dos diversos Órgãos de Soberania.
A Assembleia da República não responde perante o Presidente e tem poderes próprios para impor a sua vontade, assim como o Presidente tem mecanismos, por exemplo o Tribunal Constitucional, para esclarecer e decidir sobre a constitucionalidade das Leis aprovadas.
José Sócrates é Primeiro-Ministro e as Leis são da lavra e competência da Assembleia da República.
De que fogo falará Paulo Gorjão?
A respeito da imagem lembra-se o contexto da cena no Pátio das Cantigas:
O Narciso (Vasco Santana) precisava de uma lata para envasar um manjerico que queria oferecer a Dona Rosa (Maria das Neves) e pediu-a ao Evaristo (António Silva).
O Evaristo que tinha a mania de que era o dono do Pátio das Cantigas e se irritava sempre que punham a sua autoridade em causa, decidiu não dar a lata ao Narciso e ele, para conseguir o que queria, picou o Evaristo com a frase que o Paulo usa em título do seu Post.
O resultado é conhecido. O Evaristo atirou ao Narciso o que tinha em cima do balcão e entre os objectos de arremesso foi a lata com que satisfez involuntariamente a necessidade do Narciso.
LNT
Rastos:
-> Vox Pop ≡ Paulo Gorjão - Ó Evaristo, tens cá disto?
12 comentários:
Caro Barbeiro eu ajudo-o, é que caso o Presidente da República julgue que o Governo por maior que seja a maioria que o tiver mandatado está a prejudicar gravemente o interesse nacional, não tem o direito, tem a obrigação de o demitir e convocar eleições...
Caro anónimo
Você é um tipo(a) porreiro. Logo de manhã faz-me rir às gargalhadas.
Que interesse nacional grave é esse?
Se ler o contexto do Pátio das Cantigas (apresentado no texto), fica logo a entender o filme todo. (principalmente naquela parte onde se diz que o Evaristo tinha a mania que era o dono do Pátio)
O Presidente devia ter pedido a verificação da constitucionalidade nos artigos onde tem dúvidas.
Preferiu o veto político, isto é, veio à liça política.
Não existe aqui nada de grave nem de perigoso. É somente um medir de forças.
Quem tem uma ideia do que seja ocupar um cargo destes sabe que o mínimo que se pode exigir é responsabilidade. A demissão do Governo e a dissolução da AR numa altura destas, isso sim, seria um prejuizo grave do interesse nacional.
Talvez seja por estas e outras que uns escrevem em Blogs e nas caixas de comentários e outros são Presidentes da República e responsáveis pela condução do País.
O último comentário só pode ser por ser de manhã...mais um a malhar no blogosfera...que barbeirada... mas á frente maus momentos todos temos.
Quanto ao ser logo de manhã bom calhou...há já anos que começo a minha ronda por aqui e com muito gosto...
Quanto ao conteúdo bem não pedi nem peço, nem acho que hajam razões para pedir a demissão do Governo nem era isso que estava em causa mas o facto que tentei realçar é que a relação hieráquica do Governo e do Presidente da República existe e se é verdade que "José Sócrates é Primeiro-Ministro e as Leis são da lavra e competência da Assembleia da República." também é verdade que o Presidente da República não é só e não pode ser só uma figura de estilo, há que ter tacto.
Quanto ao contexto culpa mea, não li não faz parte da minha ronda habitual mas vou lá agora.. abraço e "light up pal".
Não tem nada a ver com o malhar na Blogos, caro anónimo.
Tem tudo a ver com a opinião publicada em Portugal. Seja na Net, seja no papel, seja na rádio ou na TV.
Tem a ver com os níveis de responsabilidade de quem tem de agir e de quem se quer fazer ouvir ou influenciar.
Pela lógica do Paulo Gorjão, de todas as vezes que Soares exerceu o seu direito de veto político, estava Cavaco, então PM, a brincar com o fogo? Como diria outro: que disparate ...
Diria que o Paulo se estava a referir a qualquer fogo fátuo, talvez a um Hinkypunk. :)
Fico a aguardar que, se ele entender, explique a coisa sendo que a coisa é: Qual fogo? Qual brincar?
Caro Paulo
Conforme imaginará já li e reli a nota justificativa do PR. Parece-me claro que as razões nela apresentadas são constatações e não ameaças. Aliás o PR não tem de fazer e, diga-se em abono da verdade, não faz ameaças.
Hà diversos mecanismos constitucionais para continuar o processo e não tenho dúvidas que eles virão a ser accionados caso presista o diferendo. Não acredito, repito, que haja aqui fogo para brincar, até porque não entendo que fogo é esse.
O que acredito é que cada um tem a sua função e missão e que o PR não pode nunca ser considerado nem Papá, nem Papão. Em democracia e perante a Assembleia da República era só o que faltava, não acha?
Fica o link para eventuais interessados:
http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=21548
Caro Luís, julgo que me interpretou mal. Não me refiro a ameaças, nomeadamente a dissolução da AR, como já vi escrito. Refiro-me, sim, à cooperação PR/PM. E digo que JS anda a brincar com fogo porque considero que o PM necessita mais de manter a boa relação institucional entre ambos do que ACS. É só isso que quero dizer. Dito de outra maneira, entendo que este pode ser um momento de ruptura entre ambos e não vejo o que tem JS a ganhar com isso, ele que ainda por cima já deu sinais de total pragmatismo.
Ok.
Está entendido. Quanto a quem tem a ganhar com isso não me pronuncio porque não sou adivinho.
Quer-me parecer que não ganha ninguém, mas isso é outra conversa.
Abraço
O que é verdadeiramente incompreensível é que o Presidente mantenha o seu veto político sobre o diploma sem que as questões que lhe causam urticária tenham sido remetidas à apreciação do Tribunal Constitucional, tendo em conta, sobretudo, que o Parlamento fica agora numa situação ingrata, seja qual for a sua decisão. Das duas uma, ou o Presidente quer medir o alcance real das suas posições politicas ou teve receio de perder a face com uma eventual decisão favorável por parte do TC. Para além de Francisco Louça, ainda não ouvi ninguém criticar o Presidente por estar gratuitamente a criar uma situação tensa entre ambos os órgãos de soberania. O País não merece perder energias e esforços com esta matéria!
É que uma dissolução seria o melhor que poderia acontecer a Sócrates e ao PS.
Oposição entaladíssima e campanha centrada no PS vítima da teimosia sobre os Açores.
Enviar um comentário