A eterna mudança nos tempos correntes e a rápida evolução dos acontecimentos no Mundo moderno provocam nos seres humanos estados de desânimo e de frustração insuperáveis.
Depois de ter aprendido tanto com a magnífica discussão sobre os piropos que animou as hostes e tanta tinta e papel de jornal fez vender na época alta do Sol escaldante, confronto-me agora com a impossibilidade de observação das unhas multicoloridas que, até há pouco, se sentavam nos bancos do Metro onde me desloco todos os dias para a baixa pombalina e dos pombos. Bastou que o Céu abrisse as torneiras para que os pés que expunham tantas obras de arte se escondessem dentro de ignóbeis botifarras.
Resta-me agora pensar, já que não me passa pela cabeça vocalizar piropos embora saiba distingui-los da ordinarice. Resta-me agora olhar para dentro, já que olhar para dentro dos olhos de alguém pode ser assédio. Resta-me agora pedir amizade a desconhecidos no FaceBook, já que se o fizer na rua pode levar-me à prisão. Resta-me observar o calçado sem lhe equacionar a qualidade, já que dissertar sobre o assunto pode fazer-me passar por assassino cruel dos bois (insistem que são vaca) que se compram no talho.
Resta-me isolar, escrever e não falar. Mas assim é difícil a inspiração.
LNT
[0.345/2013]
Depois de ter aprendido tanto com a magnífica discussão sobre os piropos que animou as hostes e tanta tinta e papel de jornal fez vender na época alta do Sol escaldante, confronto-me agora com a impossibilidade de observação das unhas multicoloridas que, até há pouco, se sentavam nos bancos do Metro onde me desloco todos os dias para a baixa pombalina e dos pombos. Bastou que o Céu abrisse as torneiras para que os pés que expunham tantas obras de arte se escondessem dentro de ignóbeis botifarras.
Resta-me agora pensar, já que não me passa pela cabeça vocalizar piropos embora saiba distingui-los da ordinarice. Resta-me agora olhar para dentro, já que olhar para dentro dos olhos de alguém pode ser assédio. Resta-me agora pedir amizade a desconhecidos no FaceBook, já que se o fizer na rua pode levar-me à prisão. Resta-me observar o calçado sem lhe equacionar a qualidade, já que dissertar sobre o assunto pode fazer-me passar por assassino cruel dos bois (insistem que são vaca) que se compram no talho.
Resta-me isolar, escrever e não falar. Mas assim é difícil a inspiração.
LNT
[0.345/2013]
2 comentários:
Ora, ora, Luís...
Desde quando o que as hostes ensandecidas, aberrantes e ociosas comentam, o impediram de observar, apreciar e, quiçá, deixar escapar em surdina, um belo e elogioso piropo a uma linda mulher que se cruze no seu caminho?...
Olhar não tira pedaço e não há mulher que não se sinta envaidecida com um piropo que lhe eleve o ego!:))
Deixe-os falar e se 'elas' usarem botifarras, olhe-lhes para as unhas das mãos e fite-as demoradamente nos olhos...eheh
A baixa Pombalina e os pombos, chegarão até si num ápice!
Inspire-se na vida real, deixe lá o FB!!
Um abraço.
:)
Nunca fui muito de piropos e agora passou o tempo de começar mas os fundamentalismos fazem-me confusão... e cortam-me a inspiração
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