Nestes tempos de crise é habitual a tese do “
Nós e do Eles”. O “
Nós” somos os de cá, os que entendemos que pouco ou nada podemos fazer e o “
Eles” são os que estão para lá do “
Nós”, os que têm obrigação e à-vontade para tudo fazer, fazendo só o que entendem, porque o “
Nós” assim os deixa fazer.
O
Leonel Vicente, conhecido de quem navega nas vagas da Net pela atenção com que sistematiza os mais diversos assuntos, atirou-se de alma e coração ao levantamento de História do
União de Tomar, aproveitando o centenário que se comemora este ano.
Ainda não li o que compilou, porque isso está feito num calhamaço que precisa de apoio para entrar na tipografia, mas conhecendo o trabalho do Leonel posso assegurar que se trata de qualidade. Essa qualidade é já reconhecida no prefácio da autoria de
Vítor Serpa (director de “a Bola”), do qual deixo um curto extracto:
"Foi por estes anos, aliás, que o União de Tomar voltou a surpreender o país e todos os seus adeptos de futebol, com a contratação de Eusébio – a maior glória do futebol português, bandeira, então, mal resguardada do Benfica – e de Simões, outra figura enorme da história do futebol nacional.
Leonel Vicente não descreve estes tempos de natural euforia, e que se saldou por um aumento significativo de associados e de assistências aos jogos do União, com qualquer espécie de empolgamento ficcionista. Mantém o rigor histórico e a verdade factual.
Conta-nos como Eusébio tinha assinado um contrato muito peculiar que apenas o vincularia ao clube entre os meses de novembro e abril, para depois poder partir para os Estados Unidos, onde teria contratos imperdíveis. Por isso o “rei”, então com 35 anos de idade e a jogar quase sempre a meio campo, longe das balizas que tanto o seduziram e lhe deram fama mundial, passava apenas uns dias (de quinta feira a domingo) na cidade. Tal como António Simões, que chegou a não jogar um desafio oficial por ter tido trabalhos até de madrugada na Assembleia da República. É evidente que, em tais condições, difícil seria esperar grande resultado desportivo e assinaláveis exibições dos dois «velhos» ídolos."
Prefácio de Vítor Serpa
no livro do Centenário do União de Tomar
da autoria de Leonel Vicente
O que é que o “
Nós” pode fazer nestes tempos de crise em que o “
Eles” entende que tudo o que é cultura e História é supérfluo?
Podemos apoiar a publicação de um trabalho exaustivo que relata a vida de uma associação centenária e deixa um registo importante do interior desta Nação a caminho da periferia desvalorizada da Nação Europeia.
Os contactos do
Leonel Vicente são conhecidos, tanto no Blog
Memória Virtual, como no Blog do
União de Tomar, como no
Facebook e no
Twitter.
Ajudar a fazer com que esta obra veja a luz do dia é parte do muito que compete ao “
Nós”. Os nossos filhos e netos hão-de agradecer. O União de Tomar e o Leonel Vicente, também.
LNT
[0.083/2014]