terça-feira, 17 de junho de 2014

Sem ética me confesso

BerbigãoSei que não devia pensar isto, e ainda menos escrevê-lo, porque os guardiões dos bons costumes e da solidariedade socialista, ou seja, os sublevados que ética e fraternalmente insultam violentamente, todos os dias e a todas as horas, o meu (e seu) secretário-geral e restantes dirigentes eleitos e validados por eleições nacionais, hão-de apontar-me acusações, com ar grave e sério, de divisão, subtração e desunião.

Mas vou escrever "isto", sendo que o isto, é que se andam a encher, pelo menos para criar os melhores planos fotográficos e televisivos, salas alegadamente grandes e repletas, com alguns, poucos, locais e com o séquito autárquico da capital formado pela vereação (inclui assessores e adjuntos), pela assembleia municipal do cinema Roma e pelos executivos e assembleias das freguesias alfacinhas.

Provavelmente, a vaga fundamentalista costista transportada por machibombo da capital, bastaria para "preencher" espaços alegadamente populosos, como cinemas de província com duzentos lugares. Bastaria que aos quarenta auto-transportados se associassem os deputados revoltosos perfumados com o perfume filosófico mais feroz de sempre e alguns outros incensados com cortiça.

Setembro continua longe, infelizmente longe, infelizmente distante daquilo que Portugal reclama para evitar que, tal como dizia Zorrinho, se andasse nos intervalos da bola, a discutir o que já deveria estar a fazer o futuro Primeiro-ministro em vez de se discutir o que o actual e o seu vice andam a fazer.

Sei que não devia ter escrito isto, porque a solidariedade e a fraternidade socialista me deveriam ter condicionado na desmistificação da claque insurrecta.

Espero que a comissão de conflitos do meu Partido não venha a julgar-me por ter furado os princípios de solidariedade e fraternidade com os meus camaradas alevantadiços que estão, fraternalmente, a promover a rebelião contra os poderes internos democraticamente instituídos.
LNT
[0.241/2014]

3 comentários:

Joaquim disse...

No entanto, e quanto a outros poderes internos democraticamente instituídos, os do governo, quanto a esses vamo-nos todos insurgindo e exigindo eleições antecipadas. Um pântano é um pântano é um pântano. Onde quer que seja.

Luís Novaes Tito disse...

Um pântano é um pântano e o Governo é um pântano porque é uma coligação que só existe por interesse. No PS o interesse só surgiu agora e nada tem a ver com uma concepção política diferente.
Já expliquei dezenas de vezes que esse exercício de confundir as duas realidades pode parecer verdade mas não é.
Primeiro porque ao contrário de AJS no PS o Governo foi eleito com base numa mentira que todos os dias comprova.
Depois, porque, ao contrário do Governo, AJS venceu as duas eleições nacionais que se realizaram o que lhe dá uma legitimidade acrescida.
Finalmente porque AJS foi eleito internamente por duas vezes, a última das quais há um ano com 90%.
Bem sei que se pretende que o PS se transforme num pântano mas essa responsabilidade terá de ser assacada a quem o está a dividir e não a quem lidera o PS por direito sufragado partidariamente e nacionalmente.

Anónimo disse...

Meu Caro:
Se António Costa for eleito deixa de ser socialista ou votar PS' é só uma dúvida.O Seguro morreu de velho.