Ficou provado que o essencial que separa os portugueses não é o facto de serem de direita ou de esquerda, mas sim o de serem ou não europeístas.
Dessa enorme maioria de europeístas portugueses, uns preferem-no ser mais à direita (menos social) e outros mais à esquerda (mais social). Entre os que preferem ser mais à direita encontram-se também os eurocépticos que, embora o sejam, se misturam com os outros para terem um lugar ao Sol (e no I e também no Observador).
Dessa imensa minoria de não-europeístas, uns preferem ser mais à direita (extrema) e outros mais à esquerda (extrema). Entre os que preferem ser mais à esquerda encontram-se também os faz-de-conta que até poderão ser europeístas desde que a Europa passe a ser outra coisa qualquer e o Euro também.
É isto, e os que continuam a ver a questão portuguesa como uma simples coisa de direita e de esquerda que pode fazer maiorias de esquerda ou de direita, continua a não aprender nada com a forma como os eleitores portugueses votam, nem nunca perceberão que é melhor tentar perceber os eleitores do que insultá-los de cada vez que votam.
Boa nôte ou bom ó-ó, conforme a múmia que preferirem.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.271/2015]
Dessa enorme maioria de europeístas portugueses, uns preferem-no ser mais à direita (menos social) e outros mais à esquerda (mais social). Entre os que preferem ser mais à direita encontram-se também os eurocépticos que, embora o sejam, se misturam com os outros para terem um lugar ao Sol (e no I e também no Observador).
Dessa imensa minoria de não-europeístas, uns preferem ser mais à direita (extrema) e outros mais à esquerda (extrema). Entre os que preferem ser mais à esquerda encontram-se também os faz-de-conta que até poderão ser europeístas desde que a Europa passe a ser outra coisa qualquer e o Euro também.
É isto, e os que continuam a ver a questão portuguesa como uma simples coisa de direita e de esquerda que pode fazer maiorias de esquerda ou de direita, continua a não aprender nada com a forma como os eleitores portugueses votam, nem nunca perceberão que é melhor tentar perceber os eleitores do que insultá-los de cada vez que votam.
Boa nôte ou bom ó-ó, conforme a múmia que preferirem.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.271/2015]
6 comentários:
Resumindo, ser-se do PS hoje em dia exclui o keynesianismo, e isso aplica-se a qualquer que seja a sensibilidade interna (para não usar a palavra fação de que o Luís Tito não gosta). Como dizia Munchau num artigo do DN que lhe recomendo vivamente, os keynesianos estão todos na Extrema-Esquerda ou na Extrema-Direita hoje em dia, para lá empurrados pela Direita, mas também pela Social-Democracia (que o é em termos mais ou menos nominais, já que pouco a distingue da Direita). É por isso que eu nunca preenchi a ficha de militante, e não creio que o vá fazer, mesmo que me considere razoavelmente centrista em todas as outras matérias. Mas depois espantem-se que o eleitorado se radicalize como aconteceu nestas eleições em que 4% dos votos da coligação transferiram-se para o PS (manifestamente poucochinho), mas 5% foram parar ao BE (não sei se direta, se indiretamente), um Partido que não tem Programa, tem Bandeiras. Só que perante esta sua análise, porque é que passou tanto tempo a malhar na Direita? Acredita sinceramente que mudando só as pessoas sem mudar as políticas o PS poderia ser assim tão diferente do PSD-CDS? É que em todo o seu passado, o PS tem sido, como o PSD, uma máquina de ocupação do aparelho de Estado, e não me acredito que nessa frente António Costa ou António José Seguro fizessem diferente...
Se ler o que escrevo percebe porque malhei na direita. Nesta direita europeísta que é diferente da esquerda europeísta. Não é uma questão de centro, nem de "caras", mas sim uma questão de esquerda, embora de uma esquerda que honra a sua História europeia. O PS tem essa responsabilidade, até pelo papel que teve na adesão de Portugal à então CEE.
Pois, mas eu não entendo bem qual é essa diferença, uma é um pouco mais social do que a outra, mas estão as duas amarradas ao Tratado Orçamental e ao Euro, ficando o Povo impossibilitado de fazer escolhas reais. Se calhar não quer, mas ou muito me engano ou 4 de Outubro marcou o início da recomposição do sistema partidário em Portugal e quem mais tem a perder com isso é o PS. Como diz Munchau no tal artigo do DN, é duvidoso que o Centro-Esquerda amarrado à UE atual possa ser bem sucedido. Quanto ao PS honrar a sua História, a UE atual é bem diferente da de 1986, em parte por responsabilidade dos Partidos de Centro-Esquerda, e a primeira dívida do PS é à Liberdade do Povo que ajudou a implantar em 1974-1975, não a esta UE...
A "Liberdade do Povo" que citou no seu comentário é ao contrário daquilo que escreveu. É o Povo que tem essa dívida com o PS que liderou todos os processos para que esse povo continuasse a ser livre.
Quanto ao "pouco" mais social são palavras suas. As que eu usei foi "mais social" e "menos social" (nunca usei o "pouco".
Quanto ao "Povo impossibilitado de fazer escolhas reais" nem sei o que lhe dizer. Então os eleitores quando vão às urnas nesta República Democrática estão impossibilitados de fazer escolhas reais? Não foi o que se viu.
O que se viu foi os eleitores expressarem-se sobre o que pretendem para Portugal (em termos de Europa e não Europa) e ainda escolherem dentro dessa maioria a favor da Europa se queriam mais social ou menos social.
Continua o erro simplista da escolha entre uma só coisa (direita/esquerda) quando a escolha primeira é UE/não-UE e só depois dentro do sim UE direita/esquerda.
O Bloco com este resultado já vai conseguir adoptar.
Os "adoptadores" da TV fizeram da Catarina e da Mortágua duas estrelas, só não viu quem é cego.
Na TV há muitos adoptadores
Sem dúvida, eu é que usei o 'pouco', não lhe quis meter palavras na boca. E não me parece que o Povo tenha qualquer dívida com o PS, porque este não fez mais do que a sua obrigação. E espero que continue a ser fiel a essa defesa da Liberdade, mesmo que isso implique questionar esta Europa que temos, algo com que aparentemente discorda (como todos os Socialistas). Eu não tenho qualquer atração pelo canto de sereia do BE ou do PCP, que oferecem objetivos, sem explicarem como pretendem atingi-los (votei apesar de tudo no PS), mas esperaria que existissem diferenças reais (que determinam as ditas escolhas) de Programa entre o PS e PSD ao nível fundamental, o da Economia, e essas quase não se veem. Portanto, se pretendem colaborar com a Coligação (e não vejo agora outra alternativa), poupem na Retórica, antes e depois das Eleições... É um sinal de respeito pela Inteligência dos eleitores...
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