Muito se gosta, em Portugal, de justificar uma javardice com outra para ensaboar a primeira na tentativa de a branquear.
Por exemplo:
- Se falarmos na gatunagem que enriqueceu lambuzando-se nas gorduras e no lombo do
BPN (sem esquecer que tão gatuno é o que rouba como o que fica à porta), surge logo alguém para falar da nacionalização e desviar as atenções dos bandidos e dos que se aproveitaram dos favores da bandidagem;
- Se falarmos de
submarinos e da negociata que conseguiu ter corruptores engavetados na Alemanha sem que os corrompidos portugueses apareçam, surge logo alguém para falar das intenções anteriores e desviar as atenções de quem efectivou a compra.
Agora, com as
pensões de sobrevivência, o truque é estampar a cara do adormecido Constâncio em tudo quanto é comunicação e rede social, para justificar que os sobrevivos não tenham aquilo que lhes é devido.
Nem sequer me vou dar ao trabalho de voltar a explicar que a pensão de sobrevivência é parte integrante do acordo estabelecido com a Segurança Social, que se banqueteia mensalmente com parte dos salários de quem trabalha, que não tem gerido devidamente os fundos que os trabalhadores (e as entidades patronais) entregam nas suas mãos. Também não vou perder tempo a explicar, uma vez mais, que aquele dinheiro não é do Estado embora tenha sido usado pelo Estado para tapar todos os buracos que apareceram.
Basta-me pedir que sejam mínima e intelectualmente honestos e que deixem de fazer de estúpidos todos os que não aceitam o branqueamento das golpadas que nos conduziram ao estado em que nos encontramos e que parem de tentar esconder o saque que não para de se fazer.
LNT
[0.375/2013]