LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.043/2022]
A expressão “chatos de galochas” parece referir-se a alguém
que é mais chato que qualquer chato normal que, como sabe quem sabe o que é um
chato, é uma chatice infinita.
Julgo que a expressão está ligada às pessoas que entram pela
casa dos outros calçadas de galochas e dessa forma chateiam (mais que os chatos
normais) quem depois tem de limpar a água e a lama que esses chatos largam
quando arrastam os pés.
Já “picareta falante” é uma expressão inventada por Vasco
Pulido Valente para xingar o então PM António Guterres.
Segundo me lembro, estava ligada ao facto de Guterres ser
capaz de arengar sobre tudo e mais alguma coisa, o que só parcialmente era
verdade tendo em conta que ele até mandava os jornalistas fazer contas quando
as casas decimais ultrapassavam o milhão.
Vem isto a propósito de um comentário que fiz nesta publicação
de Maria de Fátima Filipe e de um reparo que o meu quase gémeo António Pais me
fez.
A causa: - A deputada única “fala-barato” Inês Sousa Real
que fala pelos cotovelos, é uma chata de galochas e uma picareta falante.
Já agora, “fala-barato” é uma expressão de quem muito fala,
mas pouco do que fala interessa por ser uma fala de chavões e de "sound-bite",
sendo que sound-bite é uma bip informático destinado a chamar a atenção.
O Presidente da República só teve um aviso relevante uma vez
que todo o resto foi conversa em família e, como quase todas as conversas em
família, limitou-se à moral e aos bons costumes.
Marcelo avisou a Nação que não perdoará a Costa um abandono
do Governo antes do fim do mandato.
António Costa, à conversa em família, tudo respondeu com a
amizade e o respeito que as famílias merecem. Em relação ao aviso fingiu não o
ter ouvido.
Não respondeu, nem fez aparte. Passou adiante como quem
passa por vinha vindimada.
Com o seu silêncio avisou Marcelo que quem vier a seguir que se governe porque ele governará enquanto tiver de governar.
Putin e Cirilo, após abandonarem o plano inicial imperialista de substituir
o governo democrático ucraniano por um governo fantoche, tal como o existente
na Bielorrússia, já anunciam voltar ao seu plano inicial.
O Czar do Império da Rússia e o Patriarca de Moscovo confrontados
com a heroica resistência ucraniana liderada por Volodymyr Zelensky, o novo Simón Bolívar comunicacional do século XXI, e com o
impensável sentimento de unidade patriótica ucraniana e do fortalecimento do “Ocidente”
comandado pelos Estados Unidos e escudado na bandeira da NATO, dizem agora regressar
aos objectivos iniciais:
1. Criar uma zona de ninguém entre a Ucrânia democrática e a ditadura russa;
2. Reduzir a área geográfica da Ucrânia redesenhando as fronteiras que separam a Europa democrática do Império Russo; e
3. Retirar à Ucrânia os acessos ao Mar de Azov para o transformar no porto terminal de escoamento do gás e petróleo russos.
O Czar Putin, batizado com o
cognome de “o Carniceiro”, e Cirilo que muito gostaria de voltar a ser o Patriarca
de Moscovo e de toda a “Grande, Pequena e Rússia Branca”, estarão na iminência
de concentrar as suas atenções para o redesenho fronteiriço abdicando o Czar,
do pleno território ucraniano e do acesso total ao Mar Negro e o Patriarca, da Pequena
Rússia, para levar à mesa do armistício, após a conquista do território que
marcaram, a proposta do mapa abaixo, que abarcará a central nuclear de Zaporizhzhia,
garante da energia dos territórios anexados, incluindo a Crimeia.
Fecha-se o zip, fecha-se o
zimbório, mantém-se a face do Czar (do actual ou do próximo), alargam-se as
portas do “Ocidente livre” e Odessa continuará a ser Património Cultural da Unesco.
Os refugiados regressam, a Europa
respira e fica na dependência energética de outras potências, a Ibéria rasga os
Pirenéus, a China mantem os mercados, a ONU continua como sempre, o Mundo volta
à sua vidinha e a humanidade há-de construir o memorial que sempre constrói
após os crimes que contra ela são cometidos.
Vai ser o tempo da viragem em profundidade centrada na prospecção
de lítio, túneis na Estrela e escavações nos Pirenéus.
Desde o tempo do outro Presidente Professor (por extenso) embebecido
com o sorriso das vacas dos Açores, que as fábulas de La Fontaine não tinham
tanto significado na História da nacionalidade e da bravura pacifista deste
torrão de terra de gente hospitaleira, feiras de enchidos, arraiais de bagaço e
um corpo de generais na reforma (superior aos soldados no efectivo) que agora
comentam nos directos televisivos, via Zoom, a anexação da Crimeia sem nunca terem
tido engenho para desanexar Olivença do Reino de Espanha.
Com a guerra na Europa a acabar, como se vê pelos canais de
notícias que já voltaram aos assuntos do futebol, e tendo ideia que temos mais
mercenários nacionais do que efectivos oficiais no teatro da guerra, vamos ser
confrontados com uma Assembleia da República depois de ter adquirido o novo
figurino onde a direita foi substituída pela extrema-direita e a extrema-esquerda
pela esquerda central.
Falam, em pleno
século XXI, no cerco à fortaleza como aprenderam na escola quando estudaram (?)
o cerco a Alusbuna e
continuam com a noção de que, entre os enviados de Putin, haverá um Martim
Moniz que lhes possibilite uma narrativa lendária.
Insistem nestes grafismos sem se aperceberem que se, em Kyiv,
o KGB Putin ainda não foi o habitual Bulldozer é porque esta capital tem para
ele um significado especial e está a tentar tudo para a conquistar sem ter de a
arrasar.
O cerco de Kyiv será feito com cortes de abastecimento, água,
energia e bloqueio das comunicações, inviabilizando todos os acessos aéreos e
terrestres que sejam vias de abastecimento de bens, electricidade, armamento e
munições.
A invasão de uma fortaleza destas é impossível caso não se
use a tática de Bulldozer.
Cada janela será uma guarita e, não querendo acabar com todas
elas, só resta conseguir a rendição dos valorosos resistentes pela fome, pela
sede, pelo frio, pela intervenção de forças rápidas e dirigidas e, se
necessário, pelo veneno em que o actual Kremlin é especialista.
O alarve Putin quer Kyiv para voltar a ter Kiev, senão já a
tinha bombardeado.
Deixem-se de risquinhos e joguinhos e esforcem-se para entender os sinais que dão as pistas para entender o que vai na cabeça do estupor que se julga ungido como Czar para ser um novo Ivã.
Bem tento, mas não consigo escrever o que me vai na alma.
Introspectivo, amargurado, mal-informado e na tentativa de sanidade ao confrontar a alma com a prepotência dos tarados que se sentam nas cabeceiras opostas de uma mesa de trinta metros e os impreparados da diplomacia que não conseguiram prever o martírio quando sonharam erguer uma escultura heroica no rossio da sua cidade capital.
Enquanto isto, o choro de uns não abafa os brindes de cristal à paz, saúde e prosperidade realizados nos doirados de la chambre de l'autre-chienne nas negociatas do nuclear francófono, do crude persa ou Maduro e das tubagens nos Pirenéus.
A realpolitik e a desumanidade fazem caminho, descaminhando, prendendo-nos na insónia para evitar pesadelos.
Sempre que quiser passar de um lado da rua para o outro deve procurar uma zebra.
É mais seguro, é legítimo, é legal, é previdencial e passar de um para o outro lado é um direito que não lhe pode ser recusado.
Sempre que usar uma zebra para passar de um lado para o outro nunca deixe de olhar para a direita e para a esquerda, principalmente se levar uma criança pela mão.
A criança está ao seu cuidado e compete-lhe cuidar dela.
Neste meu blog não há “mas”, mas por isso mesmo exijo que
não me inviabilizem o acesso à informação e à propaganda dos dois lados
beligerantes.
Repito, aqui não há “mas”, mas não me infantilizem.
Há três únicas coisas que não quero deixar de dizer, pelo
menos para já:
Sei o que é um agressor, sei reconhecê-lo e sei que não gosto
de agressores.
Sei o que é um agredido, sei reconhecê-lo e sei que gosto de
me solidarizar com os agredidos.
Para além disso, sei reconhecer um ditador, não gosto de ditadores e lamento os povos por eles subjugados.
Na comunicação social e redes sociais faz-se constar que o nosso Supremo Comentador da Nação, alegou a urgente necessidade de ter um OE aprovado para decidir a dissolução da Assembleia da República, o que agora, altura em que se prevê termos duodécimos em mais de meio ano, deita por terra a razão aduzida.
O barbeiro foi “checar” e o que
encontrou no site da Presidência foi o Supremo Comentador – na pele de Presidente
da República – ter fundamentado para a dissolução:
“… A
rejeição deixou sozinho a votar o Orçamento o partido do Governo.
A rejeição dividiu, por completo, a base de apoio do Governo,
mantida desde 2015.
A rejeição ocorreu logo na primeira votação – não esperou pelo
debate e discussão na especialidade e, menos ainda, pela avaliação da votação
final global.
Não foi uma rejeição pontual, de circunstância, por desencontros
menores, foi de fundo, de substância, por divergências maiores. Em áreas
sociais relevantes, no Orçamento ou para além dele, como a segurança social ou
a legislação do trabalho.
Divergências tão maiores que se tornaram inultrapassáveis e que
pesaram mais do que o percurso feito em conjunto até aqui e, sobretudo, pesaram
mais do que a especial importância do momento vivido, à saída da pandemia e da
crise económica e social e do que o Orçamento a votar nesse momento.
Nada de menos compreensível, penso eu, para o cidadão comum, que
desejava que o Orçamento passasse, que esperava mesmo que passasse, que
entendia que já bastava uma crise na saúde, mais outra na economia, mais outra
na sociedade. E que por isso, dispensava – estou certo – ainda mais uma crise
política a somar a todas elas… “
Como diria aquele programazito que a SIC apresenta
de vez em quando nos seus Jornais da Noite sem alguma vez ter explicado quais
os critérios de selecção dos factos “checados”:
Pimenta na língua.
O PR dissolveu a AR, não pela urgência de ter um OE aprovado,
mas sim devido às divergências existentes entre o Partido do Governo e todos os
outros, o que exigia um esclarecimento popular.
Não têm nada que agradecer. Basta serem sérios.