A moda agora, no tom politicamente correcto, é afirmar que não há crianças pobres mas sim crianças de famílias pobres.
Vale tanto como dizer que não há famílias pobres mas sim estados com bolsas de pobreza.
Percebe-se que a expressão é interessante por tentar fazer passar que todas as crianças têm a mesma igualdade de oportunidades, o que, aliás, também seria interessante aplicar aos pais e avós mas que não passa de hipocrisia paternalista na gama da que pretende a caridade em substituição da carta universal dos direitos humanos.
O tempo está de feição para estes trocadilhos. Veja-se a mentalidade que não considera pessoas desempregadas mas só percentagens de desemprego.
Há crianças pobres, e importa dizer isso hoje, no dia em que o Mundo olha para elas de forma mais atenta, para que se enfrente e resolva a questão sem paninhos quentes destinados a deixarem-nos dormir menos atormentados.
E esta realidade é inadmissível. Seja no Niger, na Grécia, em Espanha, em Portugal ou em qualquer outro ponto do globo.
LNT
[0.289/2012]