quinta-feira, 10 de outubro de 2013
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Também nas aves
Ontem constatei que os pombos de Lisboa se julgam gaivotas. Deixaram de passarinhar no Terreiro do Paço para se pavonear alegremente no areal do Cais das Naus.
No entanto, os brilhos de lantejoula não enganam quem os observa. Tirando a habilidade de se empoleirarem nas orelhas do cavalo de Dom José, coisa que as gaivotas não conseguem por terem barbatanas nas patas, os pombos (excluídos os pombo-correio que tem GPS nos bicos) são aselhas por natureza e molengas por se terem deixado domesticar por quem lhes enche o bandulho de milho.
Os pombos da minha cidade que se julgam gaivotas, ao contrário dos ratos de Lisboa que dominam todas as artes de sobrevivência, morrem à beça sem perceberem que as ondas do Tejo não toleram plumagens sem gordura e que as gaivotas, por quem se querem fazer passar, têm goela grossa que lhes permite engolir peixes-aranha sem se asfixiarem.
Quando constatei publicamente aquilo que os pombos de Lisboa se julgam, disse-me João Castro que: "A convivência permite a troca do conhecimento" e que lhe parecia que estes pombos também comiam peixe. Até pode ser que comam, até pode ser que tenham adquirido esse conhecimento, mas isso não lhes faz ter o bico forte, nem boiarem nas vagas criadas pelos transatlânticos que raspam o Cais das Colunas.
LNT
[0.368/2013]
No entanto, os brilhos de lantejoula não enganam quem os observa. Tirando a habilidade de se empoleirarem nas orelhas do cavalo de Dom José, coisa que as gaivotas não conseguem por terem barbatanas nas patas, os pombos (excluídos os pombo-correio que tem GPS nos bicos) são aselhas por natureza e molengas por se terem deixado domesticar por quem lhes enche o bandulho de milho.
Os pombos da minha cidade que se julgam gaivotas, ao contrário dos ratos de Lisboa que dominam todas as artes de sobrevivência, morrem à beça sem perceberem que as ondas do Tejo não toleram plumagens sem gordura e que as gaivotas, por quem se querem fazer passar, têm goela grossa que lhes permite engolir peixes-aranha sem se asfixiarem.
Quando constatei publicamente aquilo que os pombos de Lisboa se julgam, disse-me João Castro que: "A convivência permite a troca do conhecimento" e que lhe parecia que estes pombos também comiam peixe. Até pode ser que comam, até pode ser que tenham adquirido esse conhecimento, mas isso não lhes faz ter o bico forte, nem boiarem nas vagas criadas pelos transatlânticos que raspam o Cais das Colunas.
LNT
[0.368/2013]
Reflexos
Como tudo teria sido diferente se tivéssemos um poeta ao leme em vez de termos um contabilista daqueles que nunca erram, raramente se enganam e que dissimulam para não reconhecer que não sabem fazer contas.
Na altura andavam uns a olhar para o umbigo e outros para a braguilha. Agora, uns e outros estão vasectomiazados e lamentam-se da esterilidade.
Há coisas irreversíveis e normalmente assim são as coisas relacionadas com as mutilações, excluindo as relativas às regenerações das lagartixas.
LNT
[0.367/2013]
Na altura andavam uns a olhar para o umbigo e outros para a braguilha. Agora, uns e outros estão vasectomiazados e lamentam-se da esterilidade.
Há coisas irreversíveis e normalmente assim são as coisas relacionadas com as mutilações, excluindo as relativas às regenerações das lagartixas.
LNT
[0.367/2013]
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Mais um piparote nas orelhas do Vice
«Nestes últimos dias, medidas que estavam previstas e descontadas há vários meses, (...), foi apresentado no espaço público de uma forma que contrai as expectativas da generalidade dos agentes em vez de recentrar essas expectativas»Dado que quem apresentou as medidas no espaço público foi Paulo Portas coadjuvado por Maria Luís, Coelho fez saber uma vez mais que o choque de expectativas tem um responsável directo.
Pedro Passos Coelho
Continua o braço de ferro na paz podre que Cavaco Silva impôs a esta gente.
LNT
[0.365/2013]
Palhaçadas
Sabe duma coisa, Miguel Sousa Tavares. A tontaria com que ontem disse na SIC que (cito de cor) "já não bastava pagar as pensões aos vivos como ainda ter de pagar as pensões dos mortos" (em relação às pensões de sobrevivência) é tão válida como o vendedor do seu jipe agora lhe retirar o pneu sobresselente por ter passado a entender que o carro que lhe vendeu só precisa de quatro pneus para andar (embora o preço que pagou incluísse o pneu sobresselente).
A pensão de sobrevivência é a garantia de que os agregados familiares não perdem tudo com a morte de um dos seus elementos. É parte integrante, tal como o pneu sobresselente é da sua viatura, do contrato acordado com quem se abona impreterivelmente com parte do seu vencimento mensal.
Imagino o que não o ouviríamos dizer se uma companhia de seguros com quem tivesse feito um PPR não lhe pagasse o prémio acordado.
LNT
[0.364/2013]
A pensão de sobrevivência é a garantia de que os agregados familiares não perdem tudo com a morte de um dos seus elementos. É parte integrante, tal como o pneu sobresselente é da sua viatura, do contrato acordado com quem se abona impreterivelmente com parte do seu vencimento mensal.
Imagino o que não o ouviríamos dizer se uma companhia de seguros com quem tivesse feito um PPR não lhe pagasse o prémio acordado.
LNT
[0.364/2013]
Lisboa das naus a ver navios
Vivo numa cidade em que o Outono de hoje festeja 30º centígrados. Perto do local onde aguardo que me reformem, estende-se um mar de pedra até ao Tejo e adivinha-se uma alteração profunda à qualidade de vida no local. Tive oportunidade de hoje, em dia de greve do Metropolitano de Lisboa, ter feito por aí uma caminhada forçada e ter ficado magnificamente agradado com a abertura daquele passeio ribeirinho.
O senão, e não é pouco senão, duas reentrâncias feitas no percurso pedestre que não apresentam qualquer protecção e se revelam armadilhas fatais. Complementa-se o senão com um outro relativo ao caminho de escape aos estaleiros de obra que mereciam, por parte das empresas construtoras, melhor cuidado e sinalização.
Reparo feito, fica o convite ao passeio ainda incompleto na Ribeira das Naus.
É um percurso fantástico de descontração e contemplação que se estende do Terreiro do Paço até ao Cais do Sodré, tão agradável que até consegue amortizar os imensos incómodos que a greve selvagem do Metro produzem aos alfacinhas e aos milhares de visitantes de Lisboa.
Nota: O direito à greve é inquestionável. O direito ao transporte que os utentes do Metro de Lisboa têm também o deveria ser, até porque a grande maioria desses utentes tem o passe antecipadamente pago e não recebe nestes dias qualquer contrapartida, nem reembolso.
LNT
[0.363/2013]
O senão, e não é pouco senão, duas reentrâncias feitas no percurso pedestre que não apresentam qualquer protecção e se revelam armadilhas fatais. Complementa-se o senão com um outro relativo ao caminho de escape aos estaleiros de obra que mereciam, por parte das empresas construtoras, melhor cuidado e sinalização.
Reparo feito, fica o convite ao passeio ainda incompleto na Ribeira das Naus.
É um percurso fantástico de descontração e contemplação que se estende do Terreiro do Paço até ao Cais do Sodré, tão agradável que até consegue amortizar os imensos incómodos que a greve selvagem do Metro produzem aos alfacinhas e aos milhares de visitantes de Lisboa.
Nota: O direito à greve é inquestionável. O direito ao transporte que os utentes do Metro de Lisboa têm também o deveria ser, até porque a grande maioria desses utentes tem o passe antecipadamente pago e não recebe nestes dias qualquer contrapartida, nem reembolso.
LNT
[0.363/2013]
Ditos populares à Moura Guedes [ II ]
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Gaspar escaldado tem medo de água benta (também serve democrata-cristã)
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LNT
[0.362/2013]
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LNT
[0.362/2013]
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Caldo entornado
Durão Barroso trocou a liderança do Governo Português de tanga por um alto cargo de libré em Bruxelas.
Vantagem para ele que, para além de ganhar acima das posses de qualquer outro português funcionário público, político ou amancebado, consegue manter-se no poleiro dourado e cantar de galo no Algarve quando sente necessidade de treinar português.
Barroso esquece que a União Europeia é um conjunto e países soberanos e não de estados federados. Seria saudável, para nós e para ele, que essa condição não fosse esquecida, não vá o caldo (de capão ou de cherne) galgar as bordas do tacho por excesso de calor.
LNT
[0.360/2013]
Vantagem para ele que, para além de ganhar acima das posses de qualquer outro português funcionário público, político ou amancebado, consegue manter-se no poleiro dourado e cantar de galo no Algarve quando sente necessidade de treinar português.
Barroso esquece que a União Europeia é um conjunto e países soberanos e não de estados federados. Seria saudável, para nós e para ele, que essa condição não fosse esquecida, não vá o caldo (de capão ou de cherne) galgar as bordas do tacho por excesso de calor.
LNT
[0.360/2013]
Em 2013
Fica para memória que, no Cinco de Outubro deste ano, tivemos um discurso de Presidente da República feito por um Presidente da Câmara e um outro de Presidente de Junta feito por um Presidente da República.
Razão tenho ao não deixar de aconselhar à minha clientela que olhe para o autarca com olhos de ver e ganas para o fazer o Mais Alto Magistrado da Nação.
Recordarão nessa altura que o que distingue uma República com um Presidente de uma outra tutelada por uma Magistratura (activa) de Influência é a menor serventia do Tribunal Constitucional.
LNT
[0.359/2013]
Razão tenho ao não deixar de aconselhar à minha clientela que olhe para o autarca com olhos de ver e ganas para o fazer o Mais Alto Magistrado da Nação.
Recordarão nessa altura que o que distingue uma República com um Presidente de uma outra tutelada por uma Magistratura (activa) de Influência é a menor serventia do Tribunal Constitucional.
LNT
[0.359/2013]
Versículos de uma epístola de Portas
Tudo nele é artificial. Ele próprio é artificial.
Não lhe chegando o saque dos vivos para saciar a voracidade que tem por aqueles de quem se arvora defensor, Paulo, democrata e cristão, olhou do topo da montanha para onde o guinaram e viu o precipício à frente dos pés.
Então, bafejado pelo odor da Besta que o contrapôs ao Bem em que se crismou, decretou que aos velhos não lhes basta morrer na miséria mas há que sacar também a quem a eles sobreviva.
Neste tempo de perfídia e de trevas, na impossibilidade de se quedar com a alma arrebatada precocemente aos velhotes a quem diminui cuidados de sobrevivência, esmifra-lhes o legado.
Amem. (até que alguém diga que assim não seja)
LNT
[0.358/2013]
Não lhe chegando o saque dos vivos para saciar a voracidade que tem por aqueles de quem se arvora defensor, Paulo, democrata e cristão, olhou do topo da montanha para onde o guinaram e viu o precipício à frente dos pés.
Então, bafejado pelo odor da Besta que o contrapôs ao Bem em que se crismou, decretou que aos velhos não lhes basta morrer na miséria mas há que sacar também a quem a eles sobreviva.
Neste tempo de perfídia e de trevas, na impossibilidade de se quedar com a alma arrebatada precocemente aos velhotes a quem diminui cuidados de sobrevivência, esmifra-lhes o legado.
Amem. (até que alguém diga que assim não seja)
LNT
[0.358/2013]
Infinito majestoso
Na passada sexta-feira fui ouvir José António Barreiros dissertar, na biblioteca Orlando Ribeiro, sobre um coiso que tinha criado (ele chamou-lhe objecto). Aquilo é uma obra magistralmente pincelada com letras sobre o óleo que lhe serviu de lastro.
Entre os muitos sobressaltos decorrentes da conversa (ainda não tinha lido mais que uma página do texto) retive duas perturbações:
Seja como for, o infinito majestoso é uma obra de arte que trouxe para casa.
LNT
[0.357/2013]
Entre os muitos sobressaltos decorrentes da conversa (ainda não tinha lido mais que uma página do texto) retive duas perturbações:
Uma, relativa à textura das pinturas a óleo que é conseguida com manchas de tinta em relevo, impróprias para serem lidas per si, e que impõem ao leitor que se afaste o suficiente para não se perder na pigmentação e nas sombras provocadas pelas pinceladas. Há que observar a obra por inteiro para se perceber o sentido.O coiso (o autor chamou-lhe objecto, lembram-se, o que não é por não ser exterior ao espírito) foi lido de supetão até à última pincelada e aguarda releitura para melhor distanciamento antes de ser exposto. A sua condição de coiso deixa-me a questão de saber se, no fim, o devo emoldurar e pendurar na parede, ou encaixá-lo na prateleira dos livros.
A outra, relativa à propriedade das obras públicas (ou publicadas) uma vez que a sua leitura e interpretação não pertence ao autor. Barreiros misturou-se na pigmentação de um quadro de que não era o autor e a cada pigmento juntou-lhe uma letra e a cada letra uma ideia e com o conjunto de ideias contou uma história que, diz ele, lhe veio inconscientemente de entranhas que desconhecia ter. Essa será a maior inquietação de qualquer jurista, principalmente se habituado a defender na barra as próprias entranhas desconhecidas dos seus constituintes.
Seja como for, o infinito majestoso é uma obra de arte que trouxe para casa.
LNT
[0.357/2013]
sábado, 5 de outubro de 2013
Da dignidade e do pífio
O que esta gente não percebe é que aqueles a quem se dobram são os que nunca se dobraram perante os portugueses.
Se o entendessem percebiam também que, até perante eles, ficam mal vistos.
LNT
[0.355/2013]
Se o entendessem percebiam também que, até perante eles, ficam mal vistos.
LNT
[0.355/2013]
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