sexta-feira, 6 de maio de 2011

O nosso pacote

650 EscudosAchei graça ler e ouvir em alguma bloga e na comunicação social que o trabalho das troikas estava feito e terminado, como se agora eles tivessem feito as malas e zarpado.

Fazem crer que se tratou de uma brigada de cientistas forenses que se limitaram a vir cá tirar os esqueletos dos armários, para gáudio dos detractores do poder, e que agora, com as exumações feitas e as autópsias realizadas, nos tivessem deixado um cheque para pagar o incómodo que produziram e para agradecer a diversão que lhes proporcionámos.

Nada mais falso. Os troikas vieram cá fazer uma auditoria para saberem se havia condições para realizar um negócio que lhes garanta o pão e, verificando que essas condições existem, para imporem as condições que lhes garantam o retorno do investimento e o arrecadar do valor acrescido. Não estão a brincar em serviço. Não se trata daquelas auditorias de treta que algumas organizações estabelecem só para dizer que têm sistemas de controlo e de qualidade implementados.

Eles não se foram embora, nem irão, enquanto o negócio não lhes traga a vantagem que cá os trouxe. Irão activar as metodologias e estabelecer os inspectores/auditores que verificarão a implementação das acções correctivas e que farão aplicar a correcção das não conformidades que apurarem. Só farão as malas quando estiverem ressarcidos e compensados, prontos para voltar mais tarde com novo negócio.

Trata-se da fidelização dos clientes. E estes são daqueles clientes que interessam. Resta-nos tratar-lhes do pacote.
LNT
[0.159/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCXCV ]

Beatles - Srg. Peppers
Srg. Peppers - Beatles - GB
LNT
[0.158/2011]

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Voando sobre um ninho de pedras

Águia


LNT
[0.157/2011]

Vamos às compras

Carrinho de supermercadoDesde ontem que ando pelo FaceBook a tentar angariar sócios que queiram ir comigo às compras no mercado.

Fiquei a saber que uma das medidas do “acordo” é a venda breve do BPN sem estabelecimento de base mínima de licitação. Estou a pensar avançar com o valor de um Euro e dou boas condições a quem me quiser acompanhar nesta aventura, sendo que a primeira consiste em fazer uma emissão com direito de reserva a mim próprio que depois tratarei de despachar pelos amigos, ao preço de custo, com a promessa de mais tarde (pouco mais tarde) lhas voltar a adquirir por valor melhorzito (digamos assim).

Isto vai permitir capitalizar no início, uma espécie daquele truque de entrar para uma empresa com o capital que se retira imediatamente após a escritura, engenharia financeira, percebem?

Aceitam-se igualmente entradas com uns terrenos urbanizáveis junto à praia. Manterei assim a tradição do BPN embora esteja a pensar mudar-lhe imediatamente o nome para BRF – Banco Rega-bofe.

Respostas com propostas para o apartado deste estabelecimento. Sigilo garantido (pelo menos até ao momento em que evocarei o perigo sistémico e entregarei os prejuízos ao povo que adora nacionalizar bancos)
LNT
[0.156/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCXCIV ]

Matraquilhos
Matrecos - Lisboa - Portugal
LNT
[0.155/2011]

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Toma lá, que é para aprenderes

Teixeira dos SantosO meu relacionamento emocional com Sócrates é parecido com a cara que Teixeira dos Santos tinha ontem no anúncio das medidas que não vão ser tomadas. Qualquer coisa que tem a ver com a lealdade e com o bom senso. Qualquer coisa que tem a ver com a lucidez em contraponto com a esperteza. Qualquer coisa que não passa pelo bacoco, nem pelo sabujo.

Acredito que a consistência de Teixeira dos Santos não tenha permitido a Sócrates, no fim da alocução, mandar-lhe o mesmo "porreiro, pá!" que em tempos levou às lágrimas outros mais gelatinosos.

Teixeira dos Santos é um dos nossos melhores Ministros das Finanças de sempre. Tem funcionado para Sócrates como Sousa Franco funcionou para Guterres. É um travão ao disparate, é matemático nas contas e realista no cálculo. O recurso ao FMI comprova-o por ter conseguido ir buscar o financiamento que precisávamos pagando menos por ele do que se tivesse ficado sujeito à oferta dos intocáveis (segundo Cavaco) "mercados".

Teixeira dos Santos ficou fora das listas de deputados. Possivelmente foi uma coisa boa que lhe aconteceu. Pode ser que agora se possa dedicar mais ao ensino e menos à politiquice. Tem muito para ensinar. Os seus alunos irão ser amanhã um valor acrescido a esta Nação que tanto precisa de gente de carne e osso como ele.
LNT
[0.154/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCXCIII ]

Golfo do México
Delta do Mississipi - Luisiana - EUA
LNT
[0.153/2011]

terça-feira, 3 de maio de 2011

Pensões de Subserviência

Bacanal TizianoA menos de uma hora de sabermos o que nos espera deixo-vos uma questão que já tinha desenvolvido á hora do almoço mas que primeiro esqueci de publicar e depois, quando me lembrei, já cá não estava.

Nada de muito importante em tempos de comemorações da cinderela de Londres, da execução do barbudo e agora, recente, da possibilidade da charmosa de França estar prenha do seu presidente.

Qualquer coisa relacionada com uma das medidas que se diz fazer parte do pacote da troika e que tem a ver com uma machadada nas reformas de quem já está à rasca e o escândalo que representam as reformas milionárias dos Catrogas, Cavacos e Constâncios deste Mundo. Para que o vómito não aconteça irei abster-me de comentar as reformas de quem consegue obtê-las com meia dúzia de anos de descontos feitos de lustro nos cadeirões do poder, não por medo que me chamem demagogo e populista, que é o que esses Pensionistas de Subserviência costumam chamar a quem desconta uma vida inteira para lhas pagar, mas porque não tenho à mão nenhum "compensan".

Quando hoje se soube que Catroga, na sua fúria das cartas, escreveu agora à Caixa Geral de Aposentações para acertar a sua Pensão de Subserviência no módico valor de 9.600 Euros, resultante de descontos que nunca a poderão pagar, fica-se nervoso, revoltado, enfurecido, por ele ainda estar solto (e não preso tal como sugeriu que devia acontecer aos membros do Governo). Saber que é este homem que está a negociar o que se vai aplicar aos seus concidadãos que têm pensões de 600 Euros é um apelo à insubordinação.

É quase tão mau como se saber que o actual Presidente da República, obrigado a optar entre as suas Reformas de Subserviência e o vencimento do cargo que exerce, optou pelas reformas uma vez que são mais valiosas que o seu vencimento ou de que Constâncio, lá nas Europas, estará provavelmente a receber as suas reformas douradas em cúmulo com o vencimento, sendo ele um dos mandantes do aperto do cinto.

Cansa, farta, enoja. Um dia destes, convençam-se, isto vai acabar realmente mal.
LNT
[0.152/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCXCII ]

Novaes
Balugães - Minho - Portugal
LNT
[0.151/2011]

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Florins e espadachins

EsgrimaA dois dias da sentença de morte ser conhecida é altura para lembrar a estalada que Dom Afonso deu na mãezinha. Sei que é maldade, ainda por cima no dia seguinte àquele em que tantos filhos foram aos lares celebrar as suas Mães, puxar destas conversas antigas de quase novecentos anos.

Mas a vida é dura e os tecno-buro-neo-sei-lá-mais-o-quê técnicos estrangeiros da finança, que têm o cheque pronto para abichanarem o nosso naco de soberania perdida devido à incapacidade de gerir a coisa pública, já nos ditaram a sentença com a mesma limpeza com que os gringos mandaram Saddam para a forca, limparam o sebo a Bin e trataram da descendência de Muammar Abu.

Claro que isto não é desespero porque afinal não se passa nada. Enquanto a lâmina se prepara para nos acertar na nuca, o que interessa é o manejo dos florins e a concretização das estucadas dos players que disputam a cadeira do poder para darem execução às penas sentenciadas.

Não é um mundo de filhos-da-puta mas para lá caminha, com a salvaguarda evidente da honra e do bom-nome das mães de tais filhos.
LNT
[0.150/2011]

Mataram o Bin, pá!

Bin LadenRadical no princípio absoluto de ser contra a pena de morte, reconheço não sentir pena nem piedade.

Tento arranjar justificação para a minha incoerência pretendendo manter intacto o repúdio contra a pena de morte:


1.- Sem saber pormenores, quero pensar que foi morto em legítima defesa;

2.– Sabendo que não foi morto em acto de guerra porque os aliados não estão em guerra com o Paquistão, quero imaginar que alguém do comando de ataque terá dado cumprimento ao célebre Miranda Warning - You have the right to remain silent. Anything you say can and will be used against you in a court of law. You have the right to speak to an attorney, and to have an attorney present during any questioning. If you cannot afford a lawyer, one will be provided for you at government expense;

3.– Sabendo que a morte do terrorista não foi o fim do terrorismo e que só representa um ajuste de contas à maneira do velho western "Wanted, dead or alive" espero que paguem a recompensa ao caçador de cabeças;

4.– Sabendo tudo isto, sem nada saber de concreto, fico na expectativa de explicações que me sosseguem a coerência.

Entretanto, oxalá nenhum tubarão mastigue tão miserável cadáver.
LNT
Também a ler: Paulo Pinto
[0.149/2011]

domingo, 1 de maio de 2011

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Era uma vez...

Casamento real


Mr. Luis Barber’s Shop
by appointment of Prince of Whales


E prontus.

Feita a cobertura no FaceBook da última estória das meninas boas das famílias más e dos meninos maus das famílias boas, passemos aos croquetes.

Entretanto observo que por cá se continuam a discutir peanuts, um entretém até que a éfe é é éfe nos trate da saúde.
LNT
[0.147/2011]

Lugar distinto

Whales
Mr. Luis Barber’s Shop
by Appointment Prince of Whales

Hoje a transmitir em directo da Beef’s Abadia
LNT
[0.146/2011]

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Força, passarão

Águia



LNT
[0.145/2011]

Islandiarizar, se for preciso

Gil Teixeira Lopes
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Álvaro de Campos
Não sou daqueles que defendem que precisamos de mudar de regime. Acredito na democracia como regime e bater-me-ei, sempre, para que esse seja o regime português.

Sou daqueles que defendem que precisamos de mudar de democracia. Sou também daqueles que defendem que, se os Partidos que formam esta democracia insistirem em produzir os bonecos que nos oferecem para ir a votos, vai ser necessário islandiarizar a classe política, os actuais Partidos e os mecanismos democráticos.

Sou daqueles que defendem que só é possível mudar se nos deixarmos do "eles" e do "nós" para passarmos a ser o "todos nós, Nação" com cidadãos participativos, envolvidos na busca de soluções e no repúdio ao determinismo e ao imobilismo.

Sou daqueles que defendem que a arma está no voto e que, quando entender que esse voto é inútil por não me rever em quê e em quem votar, saberei participar na construção de alternativas.

Sou daqueles que não votam em Sócrates, mas sim no Partido Socialista (e até tenho a sorte de votar em Eduardo Ferro Rodrigues que é o cabeça de lista do meu distrito) mas que entendem que compete aos Partidos políticos elegerem os seus dirigentes e que não é regra da democracia negar negociações de regime tendo como argumento os titulares que lideram os Partidos democráticos.

Sou daqueles que se estão nas tintas para os juros que os especuladores dos mercados fixam porque acredito que temos de ser capazes de trabalhar e produzir de forma a evitar pedir dinheiro para pagar a nossa preguiça e o nosso deslumbramento consumista.

Sou daqueles que combatem o subsidio para não-produzir e que não vivem da semente subsidiada para produzir o subsídio na não-colheita.

Sou daqueles que não acreditam nos bruxos que já disseram tudo e o seu contrário e que por isso têm sempre razão embora, quando foram chamados a apresentar e implementar soluções, tenham sido tão ineficazes e incapazes como todos os outros que criticam.

Sou daqueles que se recusam a olhar para os outros sem primeiro olhar para mim.
LNT
[0.144/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCXC ]

Mário Novaes - Mocho
Mocho - Mário Novaes - Algueirão - Portugal
LNT
[0.143/2011]

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sarjeta

SarjetaMuitas vezes abro o editor desta traquitana para deixar uma nota e, não poucas, fico com o amargo de pensar na sua inutilidade. Há centenas, milhares de blogs, de articulistas, de comentadores que dizem e escrevem o mesmo, alguns com a sorte de serem menos lidos.

Ainda assim não resisto a deixar escritos como este que admiravelmente continuam a ser lidos por centenas, coisa que assusta e que, em dias como o de hoje, despertam o sussurro: Não escrevas, não publiques, apaga, apaga, mata, mata.

Depressão, dispersão, desilusão, disfunção, ou a angústia de só ter angústia para transmitir, neste marasmo que já não traz medo nem respeito.

Deve ser o que se sente no cadafalso, ou o que sentirá um povo a aguardar que meia dúzia de contabilistas revejam o caderno dos calotes feitos em seu nome, mesmo que deles não tenha tirado proveito, para sacarem do chicote e a cada vergastada acrescentem que ainda faltam muitas mais.

Até poderia ser profiláxico não se soubesse que a morte é o fim da tormenta.
LNT
[0.142/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXXIX ]

Camaleão
Camaleão - Altura - Algarve - Portugal
LNT
[0.141/2011]

terça-feira, 26 de abril de 2011

Quatro discursos - quatro

Pavilhão do Presidente da RepúblicaFartinhos das formatações do fala-fala os portugueses tiveram oportunidade de poder seguir um modelo que evocou o vinte-e-cinco-de-abril pela voz dos quatro presidentes eleitos pela república democrática, uma iniciativa de bom gosto do actual Presidente da República.

Sinal dos tempos, falaram os eleitos que não estão sujeitos à disciplina partidária, por terem sido eleitos como cidadãos e não como partidos, e deram a sua perspectiva dos caminhos diversos que nos trouxeram até aqui, sendo que o aqui é um salto imenso no desenvolvimento que, se não se fez sentir nos custos dos últimos trinta e sete anos, se vai fazer agora, altura em que nos apresentaram a conta para o pagar.

Foi um passeio interessante que deu o quadro perfeito dos caminhos trilhados e que deixou um registo de antologia para se entender o ferrete com que estes quatro homens marcaram a Pátria.

Retirando-lhes a carga política, diria que o discurso de Eanes foi o do filósofo-militar denso, complexo e complicado, a descair para o salamaleque, o de Soares foi o do político-partidário na mesma concepção do "eu" e do passa-culpas de sempre, o de Sampaio foi o do homem-da-rua que sente na pele os maus gestores que tem, os políticos medíocres que elege, a Europa dos egoísmos e da sua própria ideia de direitos adquiridos sem obrigações e, finalmente, o de Cavaco foi o do académico-economista com a costumeira mão cheia de nada.

A História tratará de os qualificar. Para já fica a constatação de que só Sampaio soube estar à altura e que, por muito que a História da Revolução se deva a Eanes, a da Europa se deva a Soares e a do esbanjamento e da engenharia-financeira se deva a Cavaco, a da lucidez se ficou a dever ao Presidente que, embora tenha cometido o erro de fazer de um gigolô, Primeiro-Ministro, foi o único que se confundiu com o povo que o elegeu.
LNT
[0.140/2011]

Mundo novo

Alentejo


No passado fim-de-semana calhou cair no meio de um happenig no Alentejo que reuniu meia centena de investigadores, cientistas e professores das mais diversas nacionalidades.

A ideia que ficaria a quem os visse entrar e sair da herdade onde se concentravam na quase fronteira, para as bandas de Ficalho, era a de que se tratava de uma comunidade de pé-descalços, meio-hippies, com filhos a tiracolo, lama nos jeans, uma espécie de retorno aos anos sessenta sem flores na cabeça e com telemóveis e máquinas digitais nessa altura inimagináveis. No entanto estava ali reunida uma imensidade de neurónios bem treinados e criadores de muita da ciência que se desenvolve no País de Gales, nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, em Espanha, em França, no Vietname, na Rússia, na Alemanha, em Portugal, etc. e que se tornaram amigos em doutoramentos e centros de investigação de uma das principais Universidades de Gales.

Gente descomplexada, com costumes diferentes, omnívoros, vegetarianos, católicos, pagãos, muçulmanos, hindus, judeus, o que quer que fossem, tranquilos, bem-dispostos, acampados, alojados, cheios de tecnologia, a jogar ao disco, a tomar banho na barragem, a beber copos e a comer (muito). Vietnamitas que trabalham em Londres, Ingleses que trabalham na Índia, Franceses que trabalham nos Estados Unidos, Portugueses que trabalham em Gales, Russos que trabalham na Holanda e por aí fora, sem estarem à rasca, satisfeitos com a vida e prontos para ainda fazerem, nesta semana que começa, uma descida da costa alentejana à procura de ondas para surfar.

Gente dos vinte e tal, trintas, sem peneiras das habilitações literárias e dos conhecimentos que possuem, habituados à normalidade de serem tratados pelo primeiro nome e não pelo título académico.

Dei por mim no meio desse happening onde passei o Sábado de Aleluia a pensar que ainda temos muito para andar. Muita cabeça para reformular e muito chorinho português, deste Portugal dos pequenitos, por reformatar à imagem de um Mundo onde não cabe o faducho barato, nem os pobrezinhos, coitadinhos e todos os outros inhos e inhosinhos deolindos-parvos, ou dos outros, de que falava o poeta ou de que insistem em falar os pupilos do espectro de Santa Comba.
LNT
[0.139/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXXVIII ]

Conceição
Conceição de Tavira - Algarve - Portugal
LNT
[0.138/2011]

segunda-feira, 25 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

We all live in a yellow submarine

TridenteA argumentação de que estávamos em desafogo quando Portas se meteu a fazer o negócio dos submarinos é tão válida como o lastro das contrapartidas que na altura fez questão de insinuar.

Faz-me lembrar aquelas coisas que o guru Medina diz, depois de se ter lambuzado toda a vida no pote de mel, enquanto chupa os dedos para ver se arranca o ferrão da abelha-mestra que ajudou a matar. Ou os mega sonhos dos patos-bravos e das gentes do betão e do aço.

São as chafurdices habituais de quem sempre se safou, governando-se com o esforço de todos aqueles a quem hoje apontam o dedo dizendo-lhes que têm de mudar de vida para que eles usufruam o direito adquirido per omnia saecula seculorum, ou até que o mafarrico os leve.

Os desperdícios dos tempos de “desafogo” foram a causa do nosso sufoco de hoje. Se os tivessem rentabilizado e lhes tivessem dado utilidade poderíamos ser muito mais felizes.

E na loucura pedimos sempre mais para pagar o que pedimos anteriormente. Uma espécie de suicídio colectivo que vai acumulando juros com empréstimos. A lógica das “engenharias financeiras” que tanto varreram para debaixo dos tapetes que agora impossibilitam que se lhes passe por cima.

Vivemos num submarino amarelo despressurizado e em águas profundas a aguardar que o peso da coluna de água não escancare a lata que percepcionamos protecção da inevitável morte afogada. Ou largamos os contrapesos para emergir ou vamos (com eles) servir de repasto dos tubarões.
LNT
[0.136/2011]