quinta-feira, 31 de março de 2011

Não é tudo a mesma coisa

o PS em Congressos (cronologia)


Em paralelo com a realização do XVII Congresso Nacional do PS, que se realizará na próxima semana, irá decorrer a exposição "o PS em Congressos" (cronologia).

Trata-se de uma viagem portuguesa iniciada antes da liberdade até ao presente, enquadrada por uma faixa cronológica e composta por um painel de imagens por Congresso representantes dos factos mais relevantes ocorridos entre a data da realização desse Congresso e o que se realizou a seguir.

Os painéis agrupam-se em conjuntos por Secretário-Geral e são complementados com audiovisual.
A equipa que produziu esta exposição foi composta por: Adelaide Condeço, Custódia Fernandes, José Neves, Luís Novaes Tito, Noémia Barroso e Osita Eleutério.
A promoção foi do Secretariado Nacional do PS representado por André Figueiredo.
Irá ler-se na folha incluída na pasta dos congressistas:
(...) "Coisas tão simples e normais nos dias de hoje como, por exemplo, o divórcio, o passaporte europeu, a livre expressão, o acesso à banda larga, a tolerância ao diferente e o reconhecimento de direitos iguais, o direito ao ensino público, a garantia de subsistência e de cuidados de saúde, a autonomia regional e a abolição do serviço militar obrigatório, foram conseguidas com o envolvimento dos socialistas e, na maior parte das vezes, por sua iniciativa e liderança.
É um orgulho pertencer a este grupo de milhões de cidadãos que sempre se bateram por Portugal e pela qualidade da cidadania." (...)

É também um orgulho ter participado nesta equipa maravilha que conseguiu concretizar, em menos de dois meses, uma exposição que, sendo forçosamente incompleta, permite demonstrar que "não é tudo a mesma coisa" e que aconteça o que vier a acontecer, o Portugal de hoje é muito melhor do que aquele que saiu da ditadura.

LNT
[0.109/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXVI ]

Terra
Terra - Sistema Solar
LNT
[0.108/2011]

quarta-feira, 30 de março de 2011

Na Páscoa até os coelhos põem ovos

AR em obras - Fotos António ColaçoEle não suportava estar arredado da cadeira do hemiciclo. Manuela, a cruel, num dos seus últimos actos como chefe do baronato tinha-o excluído da importância dos pares.

Todos tinham o seu tempo de borla. Até Manuela, Pacheco e os outros perdedores. Ele, para aparecer, tinha de se arrastar pelos jantares da carne assada, tinha de convocar os media a recibo verde, inventar casos, dizer coisas, dar e levar abraços, beliscões e beijos, uma canseira.

Ele, o chefe, não podia suportar a sombra, o esforço, o dizer vazio para parecer que dizia, e os outros, os já ex, mantinham-se presentes nas imagens fugidias do Canal Parlamento, nos directos, indirectos e montagens, à entrada dos Passos Perdidos, à porta da casa de banho, nos corredores com a campainha a tocar, rodeados de flashes, de luzes da ribalta, de canetas pejadas de inutilidades e dos empurrões das estagiárias em busca de uma vida menos parva numa qualquer redacção.

Declarou-se farto e se não podia apresentar as suas razões para tal frustração, criou outras que se prendiam com o inevitável, fazendo da inevitabilidade o bode expiatório da sua raiva e enviou definitivamente a Nação para a condição de manada de mansos sem pasto nem ração.

Passos Coelho não suportou ser moeda má nem estar longe dos Columbanos e da talha doirada dos Passos que ainda haveremos de ver se não terão sido Perdidos.
LNT
Fotos: António Colaço
[0.107/2011]

الطيب محمد البوعزيزي‎

Mohamed BouaziziFez bem em lembrar.

Tarek al-Tayyib – trato-o pelo primeiro nome para parecer-lhes tão íntimo como os cínicos que o visitaram na sua agonia de 18 dias – é o sinal dos tempos, o resultado do desespero de quem nada mais tem do que a sua vida para protestar.

A Helena fez o mínimo que se pode fazer a quem prefere uma morte em protesto do que uma vida em escravatura. Bem-haja por isso.
LNT
[0.106/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXV ]

Tobias e Mimi
Família Tobias - Lisboa - Portugal
LNT
[0.105/2011]

terça-feira, 29 de março de 2011

Do medo

Ron Mueck
Há gente que tem medo de tudo, até do seu reflexo no espelho. Até do espelho, não vá ele não o reflectir.

Há sempre alguém que nos diz: - tem cuidado, como canta o Represas.

Há sempre quem, de ter tanto medo, se esquece de viver. Quem prefira a vidinha à vida e morra de medo sem nunca se ter atrevido a correr o risco de morrer para o combater.

LNT
[0.104/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXIV ]

Luises
Tempos de namoro - Lisboa - Portugal
LNT
[0.103/2011]

segunda-feira, 28 de março de 2011

Do sótão

FuryQuando eu era miúdo vivia com uma matilha de irmãos numa moradia em São Domingos de Benfica. Na nossa rua só haviam mais duas casas, outras moradias iguais à nossa que se distinguiam pela cor dos frisos da fachada.

Na casa ao lado moravam uns refugiados alemães da segunda grande guerra, talvez um pouco mais velhos que a minha mãe. Ele, alto e reservado. Ela, que tinha um nome que não sei escrever mas que soava em português “Fiuri” (a quem nós chamávamos Madame Fury – o Cavalo Selvagem, como tínhamos aprendido na série que na altura passava na televisão), fazia-nos tremer de medo cada vez que uma bola mais alta passava o muro e aterrava no meio das rosas do outro lado. Quase sempre cabia-me ter de ir buscar a bola, coisa própria para um dos mais novos que, com mais ou menos resmungos alemães, de lá regressava com o rabo entre as pernas mas com o esférico debaixo do braço.

A Madame Fury – o Cavalo Selvagem, ficou-me guardada num qualquer recanto da memória e foi preciso passarem todos estes anos para a rever, embora mais peituda e anafada, na figura de mad. Dorothea a barafustar no seu melhor alemão contra as tretas portuguesas, a falta de tempo de Cavaco e a infantilidade de Coelho.
LNT
[0.102/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXIII ]

Évora
Évora - Alentejo - Portugal
LNT
[0.101/2011]

quarta-feira, 23 de março de 2011

Foi tudo muito rápido

Gunter GrassEle, omnipotente, deu-lhe na veneta e de três paus fez uma canoa em seis dias. Ao sétimo, em vez de descansar conforme previsto e porque ainda não se tinha inventado a bisca lambida, resolveu matutar e, da serradura dos três paus, fez o cavaco para que o fogo crepitasse e se incendiasse a pasmaceira.

Mais tarde, vendo o homem triste sacou-lhe uma costela e dela fez melhor uso. Tudo coisas aparentemente boas mas que são a razão de todas as preocupações.

Tudo Ele fez em seis dias, quase tantos como os que passaram tão rápido para tão lento pensamento, passamento, desforra, ou lá o que é.

Sei que dantes o tempo precisava de tempo. Os jovens iam passar férias abnegadas com a canhota debaixo do braço para o mato tropical, havia o dia da raça e a raça de gente que nos havia de ter calhado. Mas isso era dantes.

Agora o tempo passa sem que se dê por isso. Deve ser efeito da reforma.
LNT
[0.100/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXII ]

Jú Novais
Jú Novais - Cascais - Portugal
LNT
[0.099/2011]

terça-feira, 22 de março de 2011

Sócrelho versus Coelhócrates

Cavaco aos figosCavaco, a quem tudo se permite e para quem a comunicação social nunca olha com a mesma intensidade com que olha para outros actores políticos, possivelmente pela sua cassete de político apolítico, atirou para a praça, em tempo de venda de sonhos, que a sua não eleição à primeira volta implicaria a subida de juros nos "mercados". Foi eleito à primeira e os juros ainda não pararam de subir, coisa nunca mais referida. Adelante!

Cavaco anunciou, no tempo da venda de sonhos, que a sua magistratura se basearia na negociação de soluções e que, decorrente da sua formação nas áreas da economia, Portugal iria estar melhor preparado para o que aí vinha. Da negociação de soluções foi o que se viu. O discurso limão da vitória e o discurso toranja da posse foram marcas registadas da negociação que pretendia fazer. Da sua vantagem de ser economista, os resultados estão à vista e não precisam de comentários.

Resta a capacidade de gestão política para termos um quadro completo do que representa Cavaco neste seu segundo mandato.

Pelo que se apercebe dos bombardeamentos mais ou menos dramáticos que nos vão entrando em casa todos os dias, a solução Sócrates ou Passos Coelho é a mesma, ou seja, aquela que foi enunciada na semana passada na UE e que amanhã vai a votos em São Bento. Resta saber se a gestão será Sócrelho ou Coelhócrates. Para tal, Cavaco deixa "correr o marfim" e dá indicações para que se comece a limpar o pó das urnas onde iremos depositar o voto e possivelmente enterrar a esperança.

Se o que aí vem for gestão Coelhócrates, Cavaco ainda vai ter alguma coisa para se agarrar mas, se for uma gestão Sócrelho, foi tudo em vão. A inabilidade do Presidente da República fica patente, pela desnecessidade, pela ruína e pelo mal que resultará de tudo isto para todos nós, incluindo os da facção com quem ele não está a ajustar contas.

Sei que se diz que cada povo tem aquilo que merece mas, ainda assim, merecíamos mais e melhor do que isto.
LNT
[0.098/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXI ]

Sardinhas assadas
Olha a bela da sardinha assada - Portugal
LNT
[0.097/2011]

segunda-feira, 21 de março de 2011

A Ocidente nada de novo

ArmaAí estão de novo os senhores da guerra convencidos que são as suas explosões que irão definir a vontade dos povos.

Aí estão os demagogos da morte a anunciar que aquilo que o Ocidente está a fazer na Líbia é um novo Timor e a defesa dos mais fracos contra a tirania.

Aí estão as indústrias da guerra a precisar de esvaziar paióis, de exercitar os seus homens e de manter as fábricas a funcionar.

Aí está a falta de bom senso que não entendeu que se os Líbios queriam a interdição do espaço aéreo era para evitar que os aviões de Kadaffi os matassem cobardemente e não por preferirem ser mortos pelos canhões e mísseis das democracias do belicismo.

Aí estão os cínicos que há meia dúzia de dias abraçavam o tirano em troca duns barris de petróleo ou de uns negócios chorudos, a chorar lágrimas de crocodilo.

Aí está a hipocrisia de quem deixa morrer no Darfur mas que, em nome do petróleo, diz pretender evitar a morte de uma facção numa guerra civil, matando-a, se for necessário.

Lembro-me de Portugal e dos rumores da ameaça de uma esquadra americana quando o povo e as Forças Armadas portuguesas tratavam de enviar Caetano para a Ilha da Madeira, lembro-me de Timor que não estava em guerra civil mas a tentar libertar-se duma invasão estrangeira, lembro-me principalmente do Vietname onde se morreu em troca de nada e em nome de uma pretensa liberdade.

E comparando o que é comparável, só a última (a do Vietname) se aproxima à intervenção que os aliados estão agora a fazer na Líbia.
LNT
[0.096/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXX ]

Lisboa
Lisboa - Portugal
LNT
[0.095/2011]

domingo, 20 de março de 2011

Super Lua

Como em muitas outras coisas na vida, a ignorância faz desenvolver as crenças.

É comum que fenómenos tão bem explicados, alguns já há tempo suficiente para chegar ao conhecimento geral, continuem a ser objecto para fundamento de profecias e outras alucinações.

O tamanho da Lua, em determinadas alturas, é um deles. Um espectáculo para se observar com agrado, porque é um bom espectáculo, mas um fenómeno absolutamente normal, conforme se pode constatar pelo vídeo ao lado.

Claro que é mesmo só isso. Quem estava à espera de ver a Lua armada em Milagre do Sol, também não foi desta que se safou.
LNT
[0.094/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXIX ]

Lua Cheia
Super Lua cheia - Portugal
LNT
[0.093/2011]

quinta-feira, 17 de março de 2011

Bonne chance!

Águia afia as unhas

LNT
[0.092/2011]

A procissão

Pé de Franciscano
À frente vão os meninos de coro com as asinhas de branco imaculado, pés descalços e cabeça baixa.

Segue-se o Senhor dos Passos, traje roxo, numa antevisão da explosão dos jacarandás.

O altar montado em Belém aguarda as oferendas e penitências para redimir as contrições.


---#---

Procissão


Tocam os sinos da torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Vai passando a procissão.

Mesmo na frente, marchando a compasso, / De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço, /Logo o trombone faz popó, popó.

Olha os bombeiros, tão bem alinhados! / Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados, / E os capacetes rebrilham ao sol.

Tocam os sinos na torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Vai passando a procissão.

Olha os irmãos da nossa confraria! / Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia / Tantos bigodes e tais sobrancelhas!

Ai, que bonitos que vão os anjinhos! / Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos. / E o mais pequeno perdeu uma asa!

Tocam os sinos na torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Vai passando a procissão.

Pelas janelas, as mães e as filhas, / As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas, / Parecem anjos que vieram do Céu!

Com o calor, o Prior aflito. / E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito / Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Já passou a procissão
António Lopes Ribeiro
LNT
[0.091/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXIX ]

Pirilampo de tractor agrícola
Lavoura - Alentejo - Portugal
LNT
[0.090/2011]

quarta-feira, 16 de março de 2011

Os pastéis estão servidos

Mona Lisa A Gioconda portuguesa não deixou que o nosso Primeiro se ficasse pela ameaça .

Picou-o até que dissesse qual era o limite para que daí resultassem os títulos de hoje, um entretém.

Afinal não será necessária a confiança.
Ficou claro que há mínimos.

Façam o favor de se chegarem à frente.

Nós, os do costume, cá estaremos para apanhar a lambada.
Mantemos a peça em cena mas passamos da comédia para a tragédia.
LNT
[0.089/2011]

Coisas do mar

CamarõesTendo tempo, não deixem de esfaquear umas gambas pelo dorso até que elas ficam com as carnes à vista. Salgá-las qb com flor e juntar cebolinho.

Na sertã o alho esmagado aloira no azeite para depois receber os decápodes regados com tabasco, temperados com coentros.

Assim que alaranjem e se enrolem estão prontos.

Um Alabastro branco bien frappé, de 2009, será bem-vindo.
LNT
[0.088/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXVIII ]

Pousada de Arraiolos
Arraiolos - Alentejo - Portugal
LNT
[0.087/2011]

terça-feira, 15 de março de 2011

O absurdo

NuclearA humanidade tem de gerar energia suficiente para satisfazer o seu bem-estar. Esta afirmação, que nada tem de especial, inclui o conceito de estar bem mesmo quando, para gerar essa energia, se põe em risco a própria humanidade.

A argumentação é sempre a mesma. Foram tomadas todas as medidas de segurança e ficou comprovado que o colapso é impossível. Já se tinha dito o mesmo quando um simples iceberg tratou de realizar uma impossibilidade, ou a fusão de Chernobyl demonstrou que só é impossível o que ainda não aconteceu.

O Japão martirizado pelo abanão e pela água está a beira de voltar a lembrar gerações de má-formações, desta vez não provocadas pelo delírio bélico mas antes pelo modelo de bem-estar. Oxalá não, que aquele povo não merece tanta provação.

A Alemanha já anunciou que irá encerrar as suas centrais com mais de trinta anos (presume-se que as outras não porque, dizem eles, são seguras). Esperar-se-ia o mesmo em França e em Espanha mas as notícias não chegam.

E por cá, espreita-se a oportunidade .Cavaco já levou um rotundo não há três anos, veremos o que aí vem.
LNT
[0.086/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXVII ]

Cabanas - Copacabanas
Copacabanas - Cabanas de Tavira - Portugal
LNT
[0.085/2011]

segunda-feira, 14 de março de 2011

Cada vez mais à rasca

Tartarugas Electrónicas Ao excelente Post de Porfírio Silva no Machina Speculatrix nada tenho a acrescentar, deixando a ressalva da discordância sobre quem deverá tomar a iniciatia de atirar o País para o charco.
Por isso deixei lá este meu comentário:
Caro Porfírio
Tirando a parte de que deve ser o Governo a tomar a iniciativa de se demitir (ou em versão Eduardo Pitta, de apresentar uma moção de confiança na AR) revejo-me totalmente no teu texto e só não o assinaria devido a divergência sobre a iniciativa da demissão.
Cavaco tem de ser obrigado a fazer o mesmo que fez Eanes. Demitir o Governo para fazer eleger o seu Partido. Prevejo que não terá coragem para o fazer agora, porque o seu Partido ainda não existe. Se a questão fosse só luta política, o PS deveria fazer o que dizes mas, goste-se ou não de Sócrates, seja-se ou não um crítico activo das políticas de desbaratamento que pela sua mão e principalmente pela mão de uns tais a quem ele deu cobertura (o Vital Moreira chamava-lhes "roubalheira"), estamos em momento de emergência nacional e seria traição à Pátria deixar de lutar.
Se Cavaco entende que é na rua que se faz a democracia, ele que demita o poder democrático e assuma a responsabilidade do seu acto.
Se Coelho julga que consegue fazer melhor que Sócrates, que avance.
Se os defensores da "democracia apartidária" já têm um líder para governar e um staff para os representar na Assembleia da República, que façam o favor de dar o passo em frente e de mostrar a cara.
Abraço
LNT
[0.084/2011]

quarta-feira, 9 de março de 2011

Cinco contra um

Miguel Telles da GamaO Presidente dos dois milhões e tal de portugueses toma hoje posse do cargo de supremo magistrado da nação. Com o seu conhecido lema do "Presidente dos cinco contra um", conforme fez questão de afirmar na noite eleitoral ao proferir o azedo discurso de vitória, podia hoje evitar os gastos que vai fazer na pompa e circunstância paga com o dinheiro emprestado pelos "mercados" e rapado do sustento de todos, incluindo o dos portugueses que ele insultou e ameaçou.

Cinco contra um, pensamento solitário insatisfatório mas aliviante, um programa completo para o seu mandato como reformado.

Cavaco volta hoje, quarta-feira de cinzas, a nascer. Fraco, mas confirmando que para se ser honesto e ficar livre da acusação do pecado é preciso fazê-lo duas vezes.

Todos nós, incluindo os que o elegeram por omissão, temos o que merecemos.
LNT
[0.082/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXVI ]

Miguel Telles da Gama
Miguel Telles da Gama (2000) - Portugal
LNT
[0.081/2011]

segunda-feira, 7 de março de 2011

Vamos reinar antes que seja quarta-feira de cinzas

Carnaval


Segunda-feira gorda tem as suas vantagens. Trabalha-se sem grande alarido, anda-se no trânsito como se a crise fosse real e os carros rareassem porque os combustíveis estão caros (e não porque ficaram na sorna de uma ponte ou foram a banhos para a 125) e sabe-se que amanhã, por muito chuvoso que seja, é o dia em que os Cavacos, Sócrates, Coelhos e Portas vão andar pelas ruas, cabeçudos, a fazerem rir os tugas.

Depois chegarão as cinzas deste nosso contentamento. Tem sempre de as haver quando o circo acaba, quando os cabeçudos deixam de ter graça e quando a palavra reinar será substituída por raivar.
LNT
[0.080/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXV ]

Catatau
Catatau
LNT
[0.079/2011]

quarta-feira, 2 de março de 2011

A Nação à Rasca

Vieira da SilvaSó para início de conversa e para que fique claro:

Concordo que, em vez de chorarem pelos cantos embalados pelo faducho do "já não posso mais", vão para a rua gritar que é tempo de mudar, antes que os mandem embalar a trouxa e zarpar.

De resto considero que é muito mau caminho virarem-se contra os vossos pais para lhes dizer que a geração deles é a geração dos direitos adquiridos depois deles terem lutado para que esses direitos vos tenham permitido adquirir a tal preparação que agora fazem finca-pé em lhes atirar à cara. É muito mau caminho fazerem o jogo da guerrilha geracional contra aqueles que penaram toda a vida para vos dar habilitações (isso da preparação é outra coisa e não se deixem enganar, ainda vão ter de fuçar muito para atingirem a preparação dos vossos pais) que vos permitem ir além. É muito mau caminho considerarem o estudo como bagagem de viagem para primeira classe porque o que ele é, é um bem em si mesmo. É muito mau caminho deixarem-se escravizar. Foi exactamente para o evitar que os vossos pais prescindiram do muito que vocês agora têm.

Dito isto, deixem-se de chorinhos e vão à luta. Oxalá consigam dar um chuto nos manipuladores que se querem colar ao vosso descontentamento para continuar a chular-vos.
LNT
[0.077/2011]

Querem fiado?

Zé povinhoOlá Helena, não há muito para desenvolver. Sabe, melhor do que eu, que se aqui se restringiu muito do tecido de produção foi na lógica de construção do projecto europeu.

Essa lógica era muito mais do que simples monetarismo e finança e implicava, como aliás se faz em todos estes negócios, zonas demarcadas de produção e de serviços e coesão social.

A Alemanha e a França têm más praias. Têm um clima mauzito (a França menos). Têm a vantagem de serem o centro geográfico da Europa.
Espanha, Portugal, Grécia, Itália, etc. têm outras vantagens e outras desvantagens.

Se se aproveitarem as vantagens de cada um e se se criarem as “zonas demarcadas” passamos a ter um espaço comum onde se exploram as potencialidades de especialidade de cada um e criamos um espaço global melhor para todos.

Mas isto implica coesão, solidariedade, entreajuda, respeito pela soberania dos outros e pelas suas opções políticas e outras coisas mais que não adianta agora escrever. Isso implica também responsabilidade e cumprimento dos pressupostos, e aqui teremos falhado em parte, mas que ninguém se esqueça do atraso com que arrancámos quando nos metemos no projecto. Que ninguém se esqueça que o projecto implicava para nós muito mais riscos porque, ao deixarmos de produzir no sector primário e na indústria, ficámos muito mais dependentes dos outros para poder comer.

No entanto abrimos estradas, desenvolvemos ciência, formámos a nossa gente, criámos condições melhores para que a praia pudesse ser mais qualificada e de melhor qualidade. A praia passou a ter balneários, restaurantes limpos e passadeiras para protegerem as dunas. O que agora pretendem é que elas voltem a ser selvagens?

Houve e há erros, é verdade. Há muito para corrigir. Tudo isto implica também um processo de aprendizagem no erro. O que nunca por nunca poderá implicar é que, os que mais vantagens tiveram em todo este plano europeu, se queiram agora aproveitar para tentar estrangular parte dos povos federados e sugar-lhes o sangue até à morte.

Para quem pensou este espaço europeu, tudo isto e as contrapartidas, era claro.

A Sr.ª Merkel não deve saber disso, o que é normal. Onde ela vivia, na altura, odiava-se a ideia da União, quando ela se reuniu à União só pensou na reunificação da Alemanha.
LNT
[0.076/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXIII ]

Pavilhão Chinês
Pavilhão Chinês - Lisboa - Portugal
LNT
[0.075/2011]

terça-feira, 1 de março de 2011

O que eu lhe diria

Orelhas de BurroSe fosse eu que mandasse e se a senhora que quer mandar numa data de democracias, que julga serem suas regiões, me chamasse ao quadro negro, começaria logo por lhe dizer que tinha feito os trabalhos de casa e que não estava na disposição de aceitar que ela me mandasse fazer, de castigo, mais uns quantos tpc’s.

Isto era o início da conversa porque logo de seguida explicava-lhe que as salsichas têm duas pontas iguais, como afirmavam os anarquistas portugueses da década de setenta.

Explicava-lhe que deixámos de pescar, de cultivar, de ter leite, de produzir têxteis, de fazer siderurgia, de ter indústria naval, etc., porque cumprimos a nossa parte do acordo e que esse acordo tinha contrapartidas que importava fazer cumprir na outra ponta.

Explicava-lhe que os submarinos, os electrodomésticos e os automóveis dão emprego e receitas na Alemanha mas que tem de haver dinheiro para os comprar. Explicava-lhe que o Euro não é o Marco. Explicava-lhe que os portugueses não são os indigentes do Reich e que se os berlinenses quiserem vir à praia irão ter de pagar aos empregados de balcão e aos nadadores salvadores o mesmo que pagam dentro das suas fronteiras. Explicava-lhe que o nosso sistema de ensino público serve também para lhe fornecer a mão-de-obra especializada que ajuda a manter o motor da Europa a funcionar. E explicava-lhe muito mais, porque a senhora está a precisar que lhe expliquem coisas, principalmente se forem relacionadas com o respeito que os Estados Europeus têm de ter uns pelos outros e que essa é a base da coesão da União Europeia.

O que eu não lhe diria era que estava na disposição de tudo sacrificar para que ela ganhasse eleições no seu burgo até porque, mesmo que assim estivesse disposto, isso não dependeria de mim mas sim daqueles que me tinham dado mandato para lhe dizer tudo isto.

Talvez assim ela compreendesse que fosse melhor guardar as orelhas de burro em vez de mas tentar enfiar na cabeça.
LNT
[0.074/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXII ]

Xutos e Pontapés
Xutos e Pontapés - Portugal
LNT
[0.073/2011]