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domingo, 7 de abril de 2013

al.i do art.º 133 da CRP (Pieguices)

Será que Passos Coelho vai invocar a al. i) do art.º 133 da Constituição da República Portuguesa? (1)

É que se não o fizer, dado que o Governo já nem de si próprio consegue apoio, deixa sem valor o comunicado de ontem do PR, nomeadamente quando diz que:
O Presidente da República reitera o entendimento de que o Governo dispõe de condições para cumprir o mandato democrático em que foi investido e manifestou o seu empenho em que sejam honrados os compromissos internacionais assumidos e em que sejam alcançados e preservados os consensos necessários à salvaguarda do superior interesse nacional.
(1)  i) Presidir ao Conselho de Ministros, quando o Primeiro-Ministro lho solicitar;
LNT
[0.037/2013]

terça-feira, 19 de março de 2013

Pode ser

Papa franciscoEnquanto a Europa dá sinais de senilidade global ao tentar apropriar-se das poupanças (e da inevitabilidade dos cidadãos terem contas bancárias onde se vêm obrigados a guardar os ordenados que não lhes chegam para as contas do fim do mês) o poder luso perde-se em discursos idiotas destinados a salas vazias proferidos pelo chefe do governo e o Ministro de Estado e das Finanças declara que o acordo com a tróica foi mal equacionado depois da tróica o acusar dos falhanços decorrentes da política do “ir além da própria tróica”.

No meio de todo este descalabro salva-se o Jesuíta que proclama a necessidade de cuidarmos uns dos outros dando a entender que isso não tem a ver com a nossa disponibilidade pontual para cuidar, mas antes com a necessidade permanente de cuidados dos nossos próximos.

O Mundo político está cada vez mais mal frequentado. Talvez a Igreja Católica reabra o caminho da esperança e da solidariedade que os agnósticos do dinheiro esqueceram quando deixaram de entender que nas quatro operações aritméticas está incluída a divisão.
LNT
[0.017/2013]

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Legitimidade e mandato

CoelhoUm dos sinónimos de legitimidade é legalidade. Assim sendo, este Governo é manifestamente ilegítimo por ser manifestamente ilegal. Já o foi no ano transacto (o Tribunal Constitucional assim o decretou) e irá ser este ano, como veremos depois da apreciação do Orçamento do Estado.

Outra das definições de legitimidade é a do “direito que assiste” e por aqui a ilegitimidade é colossal porque o direito que assiste a um Governo é aquele que decorre dos seus programas eleitoral e de governo e este executivo subverte-os todos os dias.

Um milhão de vezes já nos recordámos da expressão chocada de Passos Coelho quando se abespinhou com a miúda que, em campanha, lhe perguntou se era verdade que ele iria acabar com os subsídios de férias e Natal, outro milhão de vezes nos confrontámos com todas as mentiras e trapaças com que o governo Coelho/Portas esmifra permanentemente o cidadão comum para o transformar num servo desprovido de qualquer cidadania.

Este governo, por estar à margem da legitimidade, do direito e da legalidade, insiste na chantagem, no temor e no terrorismo social. Este governo tem de ser confrontado com a censura que a Constituição determina até porque legisla contra a própria Lei Fundamental.

Este Governo perdeu o seu tempo constitucional e, porque insiste em viver para além das nossas posses cada vez mais depauperadas, esgotou o seu mandato.
LNT
[0.002/2013]

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sem pingo de vergonha

Governo na galhofa
"É uma alteração com um impacto social enorme, que abrange uma boa parte das 15 mil crianças que recebem este apoio do Estado"
Associado a esta medida escondida num rectificativo para ver se passa sem que se dê por isso, anda ainda mais um jackpot atribuído a Jardim para a continuação do regabofe.

O PS só pode votar contra este orçamento rectificativo e o PSD e o CDS, que quebraram todos os entendimentos que havia na sociedade portuguesa, vêm agora acusar o PS de ruptura.

Sem pinga de vergonha na cara, atiram-se ao orçamento europeu para encherem os noticiários, não porque o orçamento comunitário os incomode muito, mas porque é necessário distrair.

Estamos perante umas bisarmas colossais.
LNT
[0.592/2012]

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Governo está de parabéns

Colaboradora OscarJá estamos na reta final para subida a plenário, para aprovação final, do Orçamento do Estado para 2013. A sentença de morte da classe média está decretada.

O cumprimento da meta do empobrecimento apresentada há mais de um ano por este governo vai ser concretizado.

O objectivo de ir além da troica custe o que custar, está cumprido.


Em termos de avaliação nada há a dizer deste Governo. Quem cumpre os objectivos e as metas propostas merece boa classificação. Não se percebe do que se queixam os portugueses.

É verdade que o défice continua a aumentar, que a despesa também, que o desemprego também, que a injustiça social e a desigualdade também mas isso são tudo alíneas para se atingir o sucesso da política de empobrecimento em curso (PEC).

A mínima classificação possível da avaliação de desempenho deste Governo é de excelente –relevante.

Quem superiormente lhe aprovou os objectivos e planeou as actividades está de parabéns por ter tanta ambição. O Governo também, por ter cumprido com zelo e determinação as missões que lhe foram confiadas.
LNT
[0.587/2012]

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Pólvora seca

português suaveSei que isto de remar contra a maré é cansativo, mas lá vão mais umas remadelas.

A senhora alemã vem cá visitar os seus empregados. Faz bem e espero que seja bem recebida, como é da tradição portuguesa. Devíamos servir-lhe um bom caldo verde, umas migas alentejanas feitas com todos os preparos e um sarrabulho de a fazer chorar por mais. À sobremesa, e seguindo o conselho alvarinho, ficava-lhe bem um pastel de Belém e até poderia levar para a sua terra outros pastéis que por lá mumificaram devidamente conservados na canela e no açúcar em pó.

Em compensação ela poderia trazer-nos um delicioso chocolate de ouro igual a um que, em tempos, uma sua súbdita me trouxe e que confirmo ser delicioso.

A senhora alemã e os senhores norueguês, inglês, holandês, belga, austríaco, dinamarquês e todos os outros, serão sempre bem-vindos neste país de Sol e sombra.

Temos um dos melhores climas do Mundo, bom vinho e petiscos de arromba. Temos também, para seu prazer, estradas como ninguém tem, aeroportos confortáveis e muitas espreguiçadeiras nos nossos SPAS com óptimo(a)s profissionais para a(o)s fazer relaxar das agruras e frustrações de viverem em países de céu cinzento.

Para além de tudo isso temos também refugo suficiente para exportação, no mesmo lote daquele de onde levaram o Presidente da Comissão Europeia, disponíveis a cumprir todas as orientações que achem por bem impor.

O nosso problema não são os nossos visitantes, nem os nossos credores.

Tal como em qualquer empresa, os nossos problemas residem nos seus contabilistas e nos gestores que não sabem satisfazer, com qualidade, os requisitos dos seus clientes e subordinam o interesse dessas empresas aos interesses de quem as financia em vez de gerarem riqueza para os reembolsar, para produzirem e para proporcionar aos seus colaboradores meios sustentáveis de boa qualidade de vida.
LNT
[0.561/2012]

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Cedam o lugar

Gunter GrassOs despedimentos na Administração Pública serão tão eficazes para resolver as nossas questões como foi eficaz todo o tipo de anormalidades que se têm feito para continuar o descalabro crescente.

Não se trata de, como diz o sábio-experimentalista que está sentado na cadeira das finanças, saber quanto se quer pagar para se ter aquilo que se quer, porque cada vez se tem menos com o mais que se paga e começa a ser impossível sacar água de um poço que já tem o saibro à vista.

Trata-se, isso sim, de deixar de teorias empinados e de trabalhar a partir do conceito que nada é mais caro do que o desemprego, a emigração do conhecimento e o empobrecimento. É caro em todos os sentidos, principalmente numa sociedade onde já não reina o analfabetismo e a ignorância e que, por estar sujeita ao desgaste do miserabilismo, se retrai em felicidade, em natalidade, em investimento, em trabalho e em consumo.

Despedir na Administração Pública é pouco mais do que transferir as despesas de uma para outra rubrica do orçamento.

Sabemos ser terreno perigoso reformar refundar tendo por base a rentabilização das pessoas e a racionalização dos meios. Sabemos ser trabalhoso e difícil pegar numa multidão de pessoas que se tem tratado mal e devolver-lhe a dignidade pedindo em troca o que de melhor sabem fazer. Sabemos ser esforçado colocar gente capaz, com provas dadas, no comando das soluções.

Mas a vida é assim mesmo e se, por acaso, se tiver de chegar à conclusão que não basta ter habilitações e que é necessário haver know-how para se dirigir politicamente um País e um povo, então chegou o tempo de se reconhecerem as insuficiências dos experimentalistas e fazer tudo-o-que-for-preciso, custe-o-que-custar, para ir além da mediocridade resultante da impreparação.

Apelo à inteligência linear. Numa situação de emergência, como é aquela que estamos a viver, aponte-se para a produção dos tais quatro mil milhões em vez de se fazer mira de morte aos quatro mil milhões que se pretendem neutralizar. Soluções para o fazer não faltam, falta só inteligência e vontade para o fazer.

Como diz Seguro, esta questão é do Governo e é a ele que a compete solucionar. Se não sabem como, não são dignos de continuar à frente de Portugal.
LNT
[0.554/2012]

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Fetiches

CordaDepois de se ter divorciado de todos os eleitores, dos parceiros sociais e económicos, da concertação, da coesão, do Presidente da República, dos Partidos que o sustentam, da Europa e do resto do Mundo, o Governo divorcia-se agora de si próprio.

Tudo isto porque quer manter uma amante imaginária, caríssima, perita em sadomasoquismo.

Ainda não percebeu, mesmo depois dela já o ter informado de que o chicote deve ser usado com mais propriedade, que o cabo da chibata é para segurar na mão e não para o uso que ele lhe quer dar.

Depois admira-se das olheiras.
LNT
[0.507/2012]

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Insistência (reformulada)

Dentes

O CDS/PP já se pronunciou sobre o OLE 2013 ou ainda está à espera de um novo branqueamento dentário para os sorrisos nas feiras que antecederão as próximas eleições?


O CDS/PP acha que os portugueses continuam na disposição de aturar  os joguinhos de salão e do poder et  les règles de la danse noble mais conhecidas por menuets das Caldas?
LNT
[0.503/2012]

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Remodelação

PicassoNotícias vindas a lume nos últimos dias apontam Paulo de Macedo como futuro Ministro das Finanças. Faz sentido, uma vez que a razão apontada para esta promoção decorre de ele ser um fiel devoto e já ter desempenhado o cargo de Director-geral dos Impostos.

Macedo deverá assim acumular a pasta que detém actualmente com a dos impostos, estando previsto que a orgânica do Governo substitua a designação de MF (Ministério das Finanças) por MFSI (Ministério da Fé e da Saúde dos Impostos).
LNT
[0.499/2012]

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Contorcionismos

ContorcionismosMesmo correndo o risco de me repetir (já o escrevi de inúmeras formas) e mesmo correndo o risco de vir alguém de dedo em riste para acusar estarmos perante mais uma teoria da conspiração (fórmula mágica para silenciar os incómodos) retomo a tese de que este governo personifica a cobardia e a falsidade política.

É verdade que aqui e ali deixa escapar, sorrateiramente, querer ir mais além do triunvirato mas nunca explica que é nesse “mais além” que reside aquilo que sempre teve intenção de fazer. É verdade que deixa passar, como ontem fez no cursinho da sua juventude, que a troika e o “mais além” são a oportunidade para implementação das suas orientações neo-liberais.

Escudam-se com a imposição estrangeira, com a qual estão de acordo e com a qual acertam o que pretendem fazer, para fundamentar como obrigatoriedade o sacrifício e o empobrecimento, base doutrinal da cartilha por onde se guiam.

Sempre que os PSD/PP se referem à troika remetem as suas medidas para uma decisão do anterior governo fazendo crer que foi por iniciativa de Sócrates que os senhores do Mundo foram chamados para nos ditarem as suas leis, o que não é verdade.

A solução para a crise apresentada pelo anterior Governo nunca passou pelo pedido de apoio internacional nos termos que aí estão e só foi necessário recorrer a ela, já com o governo demissionário, porque a coligação de direita que se apoiava no Presidente da República e na esquerda radical, não permitiram outra solução. O PSD foi peça chave nessa negociação e muitas das condições do acordo foram impostas por si (mesmo com memória curta há que relembrar o papel e as fitas que Catroga fez na altura).

A tropa de choque está aí de novo e, ao contrário do que se faz crer, não vem para auditar.

Chega para validar as orientações do governo e para dar cobertura às medidas que Gaspar e o resto da pandilha já decidiram aplicar com o intuito de destruírem o que resta do estado social a que os portugueses chamavam progresso e civilização e a que Passos Coelho chama “viver acima das possibilidades”.

Estão-se lixando para a classe média excluindo desse “lixando” a parte que constitui a sua clientela.
LNT
[0.393/2012]

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Conselho de Ministros

Ri-te, ri-te...De uma penada, pancada ou porrada vem-me à cabeça a forma como os historiadores se referirão a Pedro, o Vulgar, quando quiserem dissertar sobre a porcaria que fez e lançou para a ventoinha enquanto exerceu este mandato de merda.

Não o poderão comparar a Andeiro porque esse, antes de ter sido defenestrado, nunca escondeu as suas intenções de submissão. Não o poderão comparar a Salazar porque esse, antes de se espalhar da cadeira, nunca escondeu os seus tiques autoritários. Não o poderão comparar a Tomaz porque esse, antes de ter ido gozar a reforma para o Brasil, nunca disfarçou a sua burrice com vulgaridade.

Não o irão comparar com ninguém. Pedro, o Vulgar, é incomparável no exercício do poder.

Já no regabofe se pode comparar com os melhores regabofistas da Lusitânia.
Já na pieguice se pode comparar aos evangelizadores importados de Vera Cruz.
Já na vulgaridade do linguajar de barata tonta se pode comparar ao Zé Colmeia quando perdeu o tino com a descoberta do pote do mel.

Coisas que me vêm à cabeça quando devia estar a almoçar sem nelas pensar a bem da digestão da sopa, do croquete e dos 23% IVA que Pedro, o Vulgar, Portas, o Submerso, e Vítor, o Fantasioso, ditaram ser a dieta que emagrecerá os barrigudos que, como eu, vivem muito para além das possibilidades. Só Álvaro, o Pastel, insiste no nata, mas isso é doce para outro Conselho de Ministros.
LNT
[0.386/2012]

terça-feira, 5 de junho de 2012

A farinha e o saco

Olhos Ferreira LeiteDe vez em quando, Manuela Ferreira Leite diz o que toda a gente sabe, diz o que toda a gente diz e diz aquilo que os seus também sabem mas querem fingir que não sabem. O tal acordo com a Troika, que já não é o que foi assinado pelo PS, PSD e CDS, mas outro que o PSD e CDS têm andado a modificar às pinguinhas para que ninguém dê por isso, nunca foi feito para ser cumprido, porque é inexequível.

Foi exigido pelo PSD (lembram-se dos números de circo que Catroga fez na altura e que não valiam um pentelho) numa estratégia afinada com o inquilino aposentado do Pátio dos Bichos para ajustar contas com aqueles que ele anunciou não serem dos seus no dia em que foi reeleito pela menor maioria de sempre.

Ferreira Leite sabe, mas não diz que sabe, que o memorando é o bode expiatório para que, custe o que custar, os portugueses deixem de ter uma classe média-média e média-baixa que tem de ser empobrecida para que a classe média-alta e a dos novos-ricos possam dispor do excesso de oferta de mão-de-obra o que lhes permitirá rendimentos de nível superior.

O memorando será revisto, como não poderá deixar de ser, mas só o será quando o trabalho deixar de estar regulado, a saúde deixar de ser um serviço nacional, a necessidade de trabalhar a qualquer preço for realidade e as escolas voltarem a ser o meio de diferenciação entre os dominantes e a ralé que entretanto se atreveu a deixar de saber os ofícios que lhes estavam destinados por nascença.

Manuela sabe que esta é a estratégia e até nem se importa que ela se faça mesmo com a suspensão da democracia. Só tem medo que a dose esteja a ser forte de mais e que o povo se aperceba da marosca.
LNT
[0.292/2012]

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Etmopterus Perryi

Barbatana de tubarãoEste governo comporta-se como cínicos predadores capazes de dizerem cobras e lagartos dos caçadores mas que se pelam por ter uma perdiz albardada no prato.

Claro, dirão, que o animal sem penas e sem tripas não foi objecto do seu tiro e que já o encontraram esquartejado e frito, envolto na polme estaladiça que lhe esconde as carnes e disfarçado dos odores selvagens pela marinada em que o mergulharam.

No entanto, aos poucos e principalmente quando andam por fora, descuidam da hipocrisia e, fazendo-se de caçadores, explicam que detestam comer perdizes vivas.

Gaspar adora deslocar-se ao outro lado do Atlântico para dizer aos seus mestres que há aqui um povo submisso que venera a sua lentidão e que por esse amor dá a outra face. Um povo até agora estúpido e alucinado, mas que ele acordou para a realidade.

Diz que Portugal (Portugal social, Portugal mais igual, Portugal mais preparado, Portugal mais estudado, Portugal mais saudável, Portugal mais evoluído, Portugal melhor) é um exemplo do que deve ser evitado e explica que a receita por si ambicionada para atingir o empobrecimento e o despojo dócil está escrita na Bíblia do Memorando, onde: "constam todos os ingredientes necessários para lidar com os problemas fundamentais da economia portuguesa".

Gaspar diz lá fora o que não se atreve a dizer cá dentro aos seus governados (ia a dizer aos seus eleitores, esquecendo-me que o homem nunca se fez eleger) e faz-se conivente com aquilo que cá dentro diz ser obra de quem o antecedeu e pela qual não assaca quaisquer responsabilidades (inclusive escudando-se na omissão de que o actual poder é co-autor do memorando).

É caso para citar o grande Fiúza do Barcelos: Estes gaijos mietem-ma nuoujo, carago!
LNT
[0.224/2012]

quinta-feira, 22 de março de 2012

Macumba

MaiosEnquanto os Ministros europeus das agriculturas e afins se reuniam para tratarem da vida dos seus governados, a nossa ministra Cristas navegava para terras mais quentes com o fito de conhecer as palhinhas onde Passos Coelho deu os primeiros guinchos e saber se por lá existia algum feiticeiro macumbeiro que faça chover no nabal lusitano.

Bem vi que ontem andava um dos submarinos de Portas a passear pelas bordas ribeirinhas do Tejo, possivelmente em missão de reconhecimento dos viveiros de berbigão, actividade importante para o mercado exportador, o que justifica que o Ministro dos Negócios, também Estrangeiros, tivesse disponibilizado a sua frota subaquática.

Sobre o CDS e da relação com o governo é tudo o que se sabe desde que Mota trocou os cabelos soltos ao vento na correria louca da sua vespa pelo recato do ar condicionado e dos estofos de pele da bomba alemã.

Tudo o que acontece, por cá e lá fora, lhes é alheio e indiferente.

Nem a miséria que devolvem aos lares da terceira idade em paga dos votos regateados com o populismo e a demagogia do grande defensor da lavoura, os faz mudar de rumo confirmando-se que a sede do poder só acalmará quando se extinguir, no pote, a réstia de mel com que se lambuzam.
LNT
[0.177/2012]

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Desobediência civil

Coelho Portas Carnaval Torres 2012Presumo que, o que resulta de um povo ser governado por gente que não o conhece, está hoje bem patente em Lisboa.

Presumo, porque a verdade é que a responsabilidade de termos essa gente a governar esse povo é do povo que a elegeu.

Presumo também que a comunicação social faça hoje o mesmo número que fez ontem e que passe nas televisões o deserto da capital, os horários de Domingo nos transportes públicos, o comércio encerrado, as empresas fechadas, a desobediência civil escarrapachada na cara desta gente que governa um povo que não conhece, um governo moralista, desligado da realidade, que insiste em querer aplicar os seus governados aquilo que nem aos seus próprios filhos consegue impor.

Os serviços públicos que hoje estão abertos para servirem o deserto que enche as ruas, estarão certamente a gastar muito mais do que gastariam caso estivessem fechados, porque teriam os ar condicionados desligados, as luzes apagadas e o papel higiénico poupado.

Como digo, é o que faz ter governantes que não conhecem o povo que governam.
Um governo desligado do seu povo.
LNT
[0.129/2012]

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Boas-Festas com muita saudinha

MachadoPego num comentário que o Carlos deixou no post anterior de Festas-Boas para sacar o título e construir este texto que inicia a semana de Natal.

"Com muita saudinha" ou "e saúde da boa" são excelentes dicas para incluir nos discursos que estão em construção no poder. Também podiam ser: "vão-se catar" ou "tenham pacienciazinha" ou ainda "mantenham-se pequeninos mas honradinhos e mansos".

Aguardemos então os cara-de-pau que estão para invadir as televisões a desejar as Boas-Festas ao pagode pagante e tenhamos a clarividência de não estragar os ecrãs que nos farão muita falta para os ouvirmos, durante mais um ano, a dizer que a primeira de todas as "Reformas Estruturais" será substituir o cinto de cabedal por um de elástico que permita esticar os furos para além do último aperto e que a segunda se aplica aos certificados emitidos pelas Faculdades Portuguesas que passam a incluir um visto de imigração para os PALOPS e similares.
LNT
[0.602/2011]

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

António José,

Ana VidigalSabemos que os compromissos são para cumprir e que as pessoas de bem levam a palavra dada até ao fim. Temos um papel assinado com os nossos credores e, mesmo sabendo que o tivemos de assinar porque uma coligação de direita e de extrema-esquerda não nos deu outra opção ao rejeitar a solução que outros credores nossos parceiros e amigos tinham apresentado, queremos honrar as assinaturas que lá estão.

No entanto, os que connosco avançaram para assumir a representação da maior maioria de portugueses que desde sempre se reuniu para conseguir soluções que adiassem a morte anunciada, uma vez chegados ao poder, não têm feito mais do que iniquidades, que agora até já são publicamente reprovadas pelo seu mestre sala, iniquidades impossíveis de assentimento por nós, que somos gente de bem.

Por isso meu caro António José, ou esses iníquos reflectem na sua iniquidade e alteram o mal que é ódio puro a parte da sociedade portuguesa, ou teremos de lhes retirar toda a confiança, deixando-os sozinhos a afrontar o nosso povo.

Somos Socialistas, lembras-te? Socialistas da Internacional Socialista, do grupo social-democrata europeu. Não esmagamos o povo, não fomentamos o ódio e não viramos portugueses contra portugueses.

Se for preciso teremos de dar o sinal radical que contrarie a radicalidade destes mancebos que não fazem a mínima ideia do que é uma Nação.
LNT
[0.466/2011]

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O que mudou nos últimos 100 dias

MacacosOs impostos
Mudaram muito, muitíssimo para mais.
As prestações sociais
Mudaram muito, muitíssimo para menos.
A saúde
Mudou muito, muitíssimo incluindo no direito à vida que os transplantes e o sangue representam.
A justiça
Mudou muito, muitíssimo para o mesmo.
O emprego
Mudou muito, muitíssimo para mais desemprego.
Os comboios
Mudaram muito, muitíssimo para menos velocidade.
O défice
Mudou muito, muitíssimo para mais e mais e mais e mais…
Os buracos
Mudaram muito, muitíssimo para mais e até se ajardinaram.
A segurança
Mudou muito, muitíssimo para menos e muitíssimo para mais medo.
O trabalho
Mudou muito, muitíssimo para beneficio das entidades patronais e muitíssimo com a retirada das garantias dos trabalhadores.

Foram cem dias de mudança.
Até a crise passou nestes últimos 100 dias a ser uma coisa Global quando antes era só Portuguesa.
Até a Troika passou a ser um brinquedo de crianças em comparação com o "ir mais além" de Coelho/Portas.
Até os "limites para os sacrifícios" passaram a ser o sacrifício dos limites.
Estamos todos de parabéns.
LNT
[0.406/2011]

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Quantos dentes são necessários para uma boa mentira?

Boneco laranjaUm belo dia veio um Senhor Ministro, ou coisa que o valha, dizer ao pagode que tinha sido descoberta uma sala fechada no Instituto do Desporto e que, quando a abriram, estava pejada de facturas por pagar, coisa de regabofe.

O tal Ministro, ou coisa que o valha, fez publicar a brincadeira na comunicação social dando-lhe aquele ar de "coisa colossal" que esta gente gosta de dar quando inventa e depois, quando se tratou de desmentir o embuste, ficou-se nas suas tamancas labregas, tal como também já tinha sido feito com o colossal desvio que nunca explicaram.

A insinuação ficou para durar e a falsidade perdurará, mesmo que venha a haver um desmentido, uma vez que a mensagem fez o seu percurso.

São tácticas velhas como o Mundo, mas ainda funcionam. Todos sabem que nesta barbearia não havia grande amor pelo ex-chefe, mas todos sabem que aqui não me cansei de defender Sócrates sempre que, estes mesmos senhores, usaram técnicas semelhantes para passarem a mentira e a difamação.

Confirma-se que isto é gente sem escrúpulos e sem ética, a quem servem todos os métodos, por mais escabrosos que sejam.
LNT
[0.345/2011]