domingo, 3 de fevereiro de 2008

Botão Barbearia[0.114/2008]
Reformas com R

AspirinaLá mais para baixo, no texto 107/2008 comenta o meu caro amigo Redexpo que "As Reformas com "R" maiúsculo raramente têm efeitos positivos imediatos.”

Tem razão, raramente apresentarão efeitos positivos imediatos. No entanto gostaria de entender quais serão os efeitos a longo prazo, porque se ouve falar bem e mal dessas reformas mas ninguém sabe que reformas são essas.

Tirando uma continuidade de actos desgarrados sucessivos que extinguiram, sem substituição, serviços de saúde e comprovando-se que a centralização continua a impor aos cidadãos (a quem insistem em chamar de utentes) um serviço abaixo do medíocre, com esperas intermináveis, com ineficiências injustificáveis, com desrespeito total por quem tem de recorrer aos seus cuidados, nada mais se percebe de tão profundas e competentes Reformas, com R maiúsculo.

Ainda que se tenha de dar tempo ao tempo para que se possa medir o valor dessas reformas, mesmo correndo o risco de ficar comprovado que as Reformas implementadas não foram o que deveriam ter sido, teria de haver sinais mínimos de eficácia e eficiência imediatos para acreditar no bom caminho que elas abrem.

Nada até hoje o demonstra, caro Redexpo. Nem sequer na redução de custos, para já não falar em quaisquer melhorias do serviço público. Se tiver o azar de ter de passar por um serviço do actual SNS verá que tenho razão.
LNT

2 comentários:

Anónimo disse...

A natureza de comentário é muito restritiva para responder ao desafio. Porém, telegraficamente:
1 - Intervenção do Dr. Jorge Simões no último 'Expresso da Meia-noite'. O crescimento da despesa do SNS foi de 9,2% ao ano entre 1996 e 2003. Entre 2004 e 2007 foi reduzido o crescimento para 2,9% ao ano (valores aproximados, visto que citados de cor). É uma questão de sustentabilidade e, como tal, de sobrevivência do sistema.
2 - Não será preferível eliminar pseudo-urgências que se limtam a remeter os utentes para as verdadeiras urgências e, continuando a assegurar o transporte de doentes para essas urgências, aproveitar os recursos humanos e financeiros disponibilizados para aumentar o número de consultas externas e reduzir as listas de espera?
Acho que deveremos ponderar estas e outras questões relacionadas com o SNS.
Um abraço.

Luís Novaes Tito disse...

Serão de ponderar, certamente, meu caro.

Mas será que esta é a "única" maneira de fazer a reforma que havia para fazer?

Não haveria alternativas melhores?

Uma Reforma com R não deveria ser debatida e explicada?

Por último: Isto é uma Reforma para manter a sustentabilidade do SNS ou para o substituir por outra coisa qualquer?