[0.166/2008]
Dos processos negociais
Ficou hoje a saber-se que afinal, e bem, os professores podem presidir aos Conselhos Gerais das suas escolas. De imediato a palavra "recuo" saltou para os primeiros títulos dando a entender mais uma debilidade no exercício do poder.
Em democracia e durante negociações, partindo do princípio que elas se realizam com o fim de melhorar soluções e de pretenderem ser mais do que o queimar de etapas, ajustam-se premissas. O conceito de "recuo" aplicado a melhorias negociadas é desajustado, desde que a base programática do projecto em discussão não seja alterada.
O uso do chavão, do sound byte, serve unicamente para demonstrar a falta de maturidade que ainda se verifica no nosso regime político e destina-se a condicionar a prática da cultura democrática.
A aceitação pelos negociadores do governo de que a presidência da gestão das escolas possa ser exercida por um professor é uma atitude de bom senso e um claro sinal de que as negociações estão a ser conduzidas com boa fé. Catalogá-la como "recuo" só serve para tentar inviabilizar o processo na habitual prática de terra-queimada que poderá servir objectivos panfletários, mas nada acrescenta ao que importa.
LNT
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