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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Uma tribo política que se agrega por emoções

Parque Eduardo VIIO que Correia de Campos não explica, ou porque não sabe, ou porque quer fingir que não sabe, ou porque gosta de dissimular, ou porque, pura e simplesmente faz parte de uma tribo política que se agregou por emoções, é que não é possível fazer uma afirmação com o teor "A situação é muito clara: uma forte maioria sociológica aspira por Costa, dentro e fora do partido" sem que tenha havido sufrágio que o confirme.

Pelo contrário, todos os sufrágios, internos e externos até hoje realizados comprovam que Seguro tem uma sólida maioria sociológica (e não só).

. Ficou claro quando Assis, de que Correia de Campos foi apoiante, foi concorrente à liderança do PS e se quedou pelos 32.02%(Seguro foi eleito secretário-geral do PS com 23.903 votos, correspondentes a 67,98%, contra 11.257 de Francisco Assis, correspondentes a 32,02%);

. Ficou claro quando, há um ano, Seguro se candidatou pela segunda vez ao cargo de SG e quase não teve oposição;

. Ficou claro quando Seguro liderou o processo autárquico e venceu as eleições recuperando um eleitorado que tinha sido perdido pela direcção anterior do PS. Para além do mais recuperou também a presidência do Conselho Directivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias (de que lamentavelmente há a assinalar a morte de Joaquim Cândido Moreira);

. Ficou claro quando Seguro liderou o processo para o Parlamento Europeu e venceu, recuperando a primeira posição antes perdida pela direcção cessante do PS. (eleições em que toda a direita obteve uma das suas maiores derrotas de sempre).

O que Correia de Campos não explica é que os tais “comentadores e fazedores de opinião” que ele refere são Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Sousa Tavares e comp.ª que são a “direita” representada na comunicação social e que a “esquerda” e a “mais ou menos” lá representada pelos da Quadratura do Círculo e por aqueles cómicos do Eixo do Mal, além de outros avulsos como o próprio Correia de Campos, são praticamente todos apoiantes de Costa.

O que Correia de Campos não explica é no que consiste a blindagem dos Estatutos do Partido Socialista. Limita-se a usar o chavão para que fique no ouvido e pareça verdade, para além de parecer que os Estatutos não foram revistos por uma maioria qualificada de militantes do Partido Socialista (a quem ele chama “complacentes” ou “distraídos”)

Decididamente é preciso honradez, embora não pareça necessária a quem nas tribunas na comunicação social se apresenta como equidistante, mesmo desrespeitando os votos e a vontade dos militantes do Partido a que pertence.
LNT
[0.272/2014]

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O ritual da beatificação

Costa LisboaAssim por contas rápidas, umas 15 ou 16 freguesias de Lisboa a 20 pessoas cada, mais uma catrefada de gente das vereações e assembleia municipal e mais um molhinho de deputados rebeldes, adjuntos, assessores e tal, e prontus, não há Tivoli que chegue e não fosse a Avenida da Liberdade, o andor não tinha conseguido sair do adro.

Espero que, como se faz nas outras orações evangélicas modernas, tivessem tido ecrãs gigantes cá fora para que os crentes pudessem ouvir as homilias proferidas a tanto cristão-novo.

Certamente foi mais povo que na procissão da Igreja de Santo António, embora menos que na entronização de Filipe VI de Espanha.

Oremos, pois, o faducho:
Cá vai a marcha, mais o meu par
Se eu não o trouxesse, quem o havia de aturar?
Não digas sim, não me digas não
Negócios de amor são sempre o que são
Já não há praça dos bailaricos
Tronos de luxo num altar de manjericos
Mas sem a praça que foi da Figueira
A gente cá vai quer queira ou não queira
LNT
[0.248/2014]

terça-feira, 17 de junho de 2014

Sem ética me confesso

BerbigãoSei que não devia pensar isto, e ainda menos escrevê-lo, porque os guardiões dos bons costumes e da solidariedade socialista, ou seja, os sublevados que ética e fraternalmente insultam violentamente, todos os dias e a todas as horas, o meu (e seu) secretário-geral e restantes dirigentes eleitos e validados por eleições nacionais, hão-de apontar-me acusações, com ar grave e sério, de divisão, subtração e desunião.

Mas vou escrever "isto", sendo que o isto, é que se andam a encher, pelo menos para criar os melhores planos fotográficos e televisivos, salas alegadamente grandes e repletas, com alguns, poucos, locais e com o séquito autárquico da capital formado pela vereação (inclui assessores e adjuntos), pela assembleia municipal do cinema Roma e pelos executivos e assembleias das freguesias alfacinhas.

Provavelmente, a vaga fundamentalista costista transportada por machibombo da capital, bastaria para "preencher" espaços alegadamente populosos, como cinemas de província com duzentos lugares. Bastaria que aos quarenta auto-transportados se associassem os deputados revoltosos perfumados com o perfume filosófico mais feroz de sempre e alguns outros incensados com cortiça.

Setembro continua longe, infelizmente longe, infelizmente distante daquilo que Portugal reclama para evitar que, tal como dizia Zorrinho, se andasse nos intervalos da bola, a discutir o que já deveria estar a fazer o futuro Primeiro-ministro em vez de se discutir o que o actual e o seu vice andam a fazer.

Sei que não devia ter escrito isto, porque a solidariedade e a fraternidade socialista me deveriam ter condicionado na desmistificação da claque insurrecta.

Espero que a comissão de conflitos do meu Partido não venha a julgar-me por ter furado os princípios de solidariedade e fraternidade com os meus camaradas alevantadiços que estão, fraternalmente, a promover a rebelião contra os poderes internos democraticamente instituídos.
LNT
[0.241/2014]

terça-feira, 3 de junho de 2014

E por falar em motins

Bandeira PSA coisa complica-se, não poderia deixar de se complicar, porque há sempre quem confunda democracia com anarquia e disputa com motim.

Costa deveria açaimar os mastins que soltou para não lamentar, um dia destes, vir a ser confundido com eles. Uma coisa é mostrar-se disponível para ocupar um lugar que renegou enquanto não lhe merecia garantias de acesso ao poder. Outra coisa é funcionar como motor de uma rebelião contra o poder instituído democraticamente e rodear-se de um bando de sublevados apostados em denegrir o Secretário-geral do Partido a que pertencem.

Os nossos camaradas de Partido e muito especialmente os que por nós estão eleitos para nos representarem nacionalmente ou no poder autárquico bem podem apagar os posts da asneira e suspender o próprio blog, que o mal está (volta a estar) feito e desta vez ultrapassou todos os limites do aceitável.
LNT
[0.205/2014]

sábado, 31 de maio de 2014

O que faz falta

VotarTambém eu que não apoiei a proposta de Assis, na altura em que foi necessário pegar nos destroços do PS esmagado pela maioria absoluta da coligação no poder, entendo que, perante os sinais dados pelos cidadãos que se abstiveram, votaram branco ou anularam os seus votos nas Europeias, é necessário equacionar formas de melhorar a qualidade da democracia representativa em Portugal com soluções mais participativas.

Vai ser um trabalho hercúleo porque exigirá muita imaginação e esforço.

É este o essencial que os cidadãos esperam porque já se aperceberam que a seu alheamento da política não está dependente de aparições salvíficas e milagreiras.

Como é evidente, sempre que um incidente é criado, há que encontrar uma solução urgente que evite a sua transformação em problema. No caso do Partido Socialista, o incidente milagreiro está criado e há que resolvê-lo com celeridade para o mitigar e voltar às questões sérias relacionadas com o estado da democracia e, principalmente, com o bem-estar dos portugueses.

Espero que, até ao fim da Comissão Nacional de hoje, seja também aberto o caminho para encerrar celeremente a questão que está a inviabilizar a concentração da atenção política naquilo que diz respeito aos cidadãos.
LNT
[0.194/2014]

quarta-feira, 28 de maio de 2014

O que tem de ser feito tem muita força

Partida/chegadaO triste espectáculo montado na sequência do sound byte lançado por Portas no seu discurso de derrota enche paragonas e distrai-nos do que os portugueses registaram no passado Domingo.

Em duas linhas, os eleitores que ainda se deram ao trabalho de dizer que acreditam neste regime mas que os Partidos do poder vão ter de fazer melhor se quiserem que neles continuem a acreditar, explicaram claro que estão fartos da coligação de direita embora ainda não tenham esquecido as razões que anteriormente os levaram a dar uma maioria absoluta ao poder instalado.

Portas, que é o sábio das sonoridades, lançou na noite em que sofreu uma das maiores derrotas da sua vida, uma farpa maquiavélica que pretendia desvalorizar a penalização que sofreu escondendo-a naquilo que designou por uma “perda menor” dado que o maior Partido da oposição não tinha capitalizado os votos que lhe escaparam.

Foi o suficiente para que políticos experientes do Partido Socialista se deixassem enrolar nas palavras de Portas e passassem a fazer eco do sound byte lançado. Foi suficiente para que, com base nisto, os vitoriosos vestissem os fatos de combate para fazer o jogo de “vitória menor” que Portas lançou.

Pouco interessa. O mal está feito.

O milhão e tal de eleitores do Partido Socialista olham para esta desfeita com incredibilidade.

Pensarão certamente que andaram a brincar com eles e com a honra das bandeiras que, nos dias anteriores à votação, desfraldaram junto de amigos e vizinhos no jogo democrático do convencimento de alternativas às malfeitorias feitas nos três últimos anos.

Mas agora, com o mal feito, a legítima direcção do Partido Socialista tem de reagir à contrariedade e reafirmar a seriedade com que se apresentou nos dois últimos Congressos Nacionais e o nosso Secretário-geral deverá confirmar, mais uma vez, que o seu único interesse é a defesa da melhoria da condição de vida dos portugueses.

Para o fazer tem de clarificar urgentemente a situação interna no Partido Socialista e evitar que o empastelamento criado pelo mal feito mine o que resta da credibilidade que os Partidos políticos ainda detêm em Portugal. Tem de ser rápido, tem de ser seguro, tem de ser clarificador.

Temos de seguir em frente. Há gente demais a viver mal demais para que se arrastem estes jogos de poder.
LNT
[0.186/2014]

sexta-feira, 16 de maio de 2014

O inacreditável preto e branco

SócratesParece que Sócrates estará presente na habitual descida do Chiado com que o PS conclui as suas campanhas eleitorais.

Isto, segundo o Público (e outros, alguns que até habitualmente primam pelo bom senso e que no geral se recusam a ver tudo a preto e branco), deveria provocar espanto. Leio que há quem entenda que as críticas anteriormente dirigidas a algumas acções promovidas pela direcção Sócrates eram um combate a TODAS as acções da direcção Sócrates. Até há quem queira fazer passar que essas críticas culpabilizavam a direcção Sócrates por todos os males do Mundo, incluindo os que advieram da actual crise especulativa mundial.

Nada mais falso, nada mais preto e branco. Sempre houve quem, assumindo a sua condição de homem livre mesmo estando filiado num Partido, nunca tivesse deixado de criticar aquilo com que não concordava mas sempre se colocou na defesa do Partido por entender que sem o PS, mesmo apesar de alguns erros históricos aqui e ali cometidos, Portugal nunca teria chegado ao desenvolvimento social a que chegou, estado que agora está a ser desbaratado pela direita radical instalada na Europa e em particular, em Portugal.

A crítica dentro do PS nunca fez com que, em alturas de defesa do Partido, os socialistas deixassem de agir a favor do seu Partido. Nunca baralharam o Partido que construíram, com as suas direcções. O Partido é aquilo que a sua Declaração de Princípios anuncia e é o conjunto dos seus militantes.

Se é verdade que algumas das acções do anterior Governo foram criticáveis, muitas outras foram de grande valor e umas e outras são inegavelmente melhores do que o terrorismo social provocado pelo ultrarradicalismo instalado no poder.

O Partido Socialista não tem no ADN o apagamento da sua História e os seus líderes terão sempre lugar no corredor da memória do Rato que liga a sala da direcção do Partido ao salão nobre onde se reúnem os militantes para trabalhar a favor de Portugal e do bem estar dos portugueses.

Estranho seria se um anterior Secretário-geral se recusasse ou fosse impedido de participar em defesa desses princípios.
LNT
[0.166/2014]

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Parabéns PS

Aniversário PS

Foi com gente desta (gente que pensava desta forma) que há 40 anos a ASP se fez o Partido Socialista Português.

É uma honra ser militante de tal Organização.
"Não temos felizmente nem guias nem chefes, mas temos a enorme fortuna de possuir os valores de auto disciplina, da independência de juízo na fidelidade aos princípios que defendemos, da auto-critica e da consciência das nossas responsabilidades."
Tito Morais
(extracto de uma missiva de Manuel Tito de Morais a José Neves publicado no Blog Comemorativo do Centenário do nascimento de Tito de Morais)
LNT
[0.062/2013]

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O lago dos cisnes

TrockaderoMais voto, menos voto, Seguro conseguiu quase 97 % de apoio dos militantes do PS e a sua Moção política 99%.

Parece que, aqueles que se esconderam debaixo da mesa depois de ter andado a ocupar tempo de antena exigindo atenção valem, mais voto, menos voto, uns 3%, isto é, não votaram em Seguro porque fazem saber não gostar dele, mas votaram nos delegados para defesa da moção política, porque lhe acrescentaram uns parágrafos e porque querem estar no Congresso Nacional para negociarem, em conjunto com os inerentes do costume, uns lugares de proa nos Órgãos Nacionais de forma a garantir que os holofotes se não apaguem e que as cadeiras do Parlamento continuem a proporcionar-lhes visibilidade.

Aguardemos agora por Santa Maria da Feira para saber como vai ser a dança. Consta que as proteções de silicone para os sapatos de pontas já estão esgotadas no mercado nacional.
LNT
[0.054/2013]

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Festas

Bandeira do PSOs Congressos Nacionais do Partido Socialista costumavam ser uma festa. Partido enraizado nos conceitos democráticos da melhor tradição, defensor de teorias social-democratas e humanistas, nunca deixou que a liberdade fosse suspensa nem que os princípios de fraternidade e solidariedade fossem metidos na gaveta, mesmo em tempos de grandes dificuldades.

Por assim ser, a festa socialista que sempre foram os seus Congressos, levava a palco ideias diferentes de fazer, protagonistas diferentes e orientações políticas diversas que não temiam confrontar-se, algumas vezes para depois fazerem a síntese, outras para optar pelos caminhos vencedores.

Só um exemplo, o Congresso onde Manuel Alegre, João Soares e José Sócrates foram opositores, chegaria para realçar a festa socialista, a festa da democracia, da liberdade e da clarificação.

Neste Congresso que se aproxima parece que todos alinham pela mesma doutrina. Apoiantes e detratores dos órgãos directivos do PS propõem-se avançar sem constituir alternativa.

Fraca festa se espera. Tenho saudades do tempo em que o conceito da política continha frontalidade e lealdade.
LNT
[0.044/2013]

domingo, 7 de outubro de 2012

O valor dos votos

Cadeiras Assembleia da RepúblicaSe a proposta do PS fosse só a de reduzir o número de Deputados, também eu não concordaria, mas não é. A proposta do PS será para alterar a Lei Eleitoral, coisa que se sabe imprescindível se não quisermos ver a democracia morrer de tédio.

Lá iremos quando a proposta for apresentada e ficarmos a saber o que ela contem.

Para já e sobre a habitual demagogia que estes assuntos sempre fazem despoletar:

Vivemos em democracia. Cada vez em menos democracia, mas ainda assim baseados em resultados eleitorais obtidos em sufrágio livre, secreto e universal. O argumento que se tem ouvido é o de que os “Partidos do centrão” pretendem extinguir a representação das minorias na Assembleia da República.

Esta conversa demagógica pretende dar a entender que o PS e o PSD têm alguma coisa não democrática que os faz ter os votos que o CDS, o BE, o PCP (e outros) não têm. Faz acreditar que há votos que são depositados nas urnas por eleitores que não são em tudo iguais a todos os outros. Faz acreditar que o CDS, o PCP, o BE (e outros) só não têm mais votos porque vivemos numa democracia que não tem cidadãos com igual valor.

Os defensores do mínimo fariam melhor, em vez de entrarem no habitual ataque a tudo que o Partido Socialista apresenta (mesmo sem conhecerem o que irá ser apresentado), se transformassem o seu mínimo em mais um pouco e se entendessem que compete aos cidadãos eleger os deputados que entenderem.

Não tenho dúvidas que se o CDS, o PCP, o BE (e outros) apresentarem melhores e mais credíveis propostas que o PS e o PSD, conseguirão melhores resultados e com isso obterão mais deputados, inclusive mais, do que o PS e ou o PSD.

Para já é só o que tenho a dizer. Quando se conhecer a proposta, que acredito seja no sentido de melhorar a representação parlamentar e de aumentar a responsabilidade dos eleitos perante quem os elege, cá estaremos para a debater.
LNT
[0.484/2012]

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Fontes de luz

Fonte LuminosaNuma recapitulação da matéria dada ao longo da vida consigo encontrar apontamentos que me levam a passear na rua, acompanhando muitos outros, para que se soubesse que havia oposição ao pensamento único, fosse ele de direita ou de esquerda.

Penso já ter escrito que encontrei isto numa recapitulação e num contexto diferente e, como tal, haverá que fazer adaptações.

Sabe-se que defendo a actual liderança do Partido Socialista e que me revejo em quase tudo que António José Seguro vai afirmando desde o tempo em que se construíam auto-estradas a par e se sabia que não eleger Alegre, era eleger Cavaco Silva. Mas gostaria de deixar claro, depois de ter ouvido Seguro discursar que as eleições só se farão daqui a três anos que, em democracia, as eleições poderão fazer-se sempre que for necessário. É aqui que a recapitulação me serve de lição. O combate ao pensamento único faz-se em permanência e não de quatro em quatro anos até porque, ensina-nos a História, há ocasiões em que não fazer esse combate na altura própria pode adiar o prazo da próxima eleição por quarenta e tal anos.

O Partido Socialista não se pode apoiar nas sondagens. Concordo.
O Partido Socialista tem obrigação de não prometer aquilo que não pode cumprir. Concordo.
O Partido Socialista não deve ser catalisador dos populismos nem da demagogia de quem só quer terra queimada. Concordo.

Mas o Partido Socialista tem o dever histórico de impedir que se continue a destruir tudo aquilo que foi construído em liberdade pelos portugueses e tem a obrigação de vir à rua ouvir e levar para dentro do hemiciclo o sentimento de um povo injustiçado e sugado até ao tutano.

Seguro sabe-o. Sei que o sabe. Espero que não o esqueça.
LNT
[0.461/2012]

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Chegou a hora

Partido SocialistaDepois de ter ouvido parte do discurso de Pedro Passos Coelho onde alija as suas responsabilidades e a incompetência do Governo que lidera, remetendo a responsabilidade do insucesso das políticas que estão a ser desenvolvidas para os governados que têm sacrificado tudo em nome do nada que o poder político lhes tem devolvido;

Depois de ter entendido que Pedro Passos Coelho e o seu escondido parceiro, Paulo Portas, pretendem continuar a confrontar o povo que lhes entregou o poder, com decisões absurdas que conduzirão, pelos resultados já conhecidos, esse povo à indigência apesar de todos os avisos e do clamor geral que os dois fingem não ouvir;

Penso ter chegado o momento do Partido Socialista sair da sua área de conforto, abandonar os gabinetes onde se vai isolando, vir à rua ouvir o povo, assumir o bem e o mal do passado e explicar o que houver para explicar, perder os complexos de culpa, mobilizar os seus militantes e liderar a oposição apresentando soluções viáveis na praça pública, abrir perspectivas de esperança e de futuro e demonstrar que é confiável e que está na disposição de travar o caminho do desalento, da desistência e do determinismo que esta gente está a impingir a Portugal.

Já chega de punhos de renda e de jogos florais. As pessoas reais estão na rua e não nos gabinetes, nem nos salões de São Bento. Chegou a altura de demonstrar que há alternativa e que há outros caminhos para melhorar.

Chegou a altura de dizer que para mal já basta assim e que acabou a paciência para a chantagem irresponsável.
LNT
[0.455/2012]

quinta-feira, 19 de abril de 2012

PS 39

Bandeira do Partido Socialista
Sem nós teria havido democracia?

Possivelmente sim, mas não teria sido a mesma coisa.

Por isso, parabéns a todos nós que lemos e escrevemos em liberdade.
LNT
[0.225/2012]

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A golpada de Marcelo

CorrenteAquilo a que Marcelo ontem chamou de golpada no PS é uma aflição que consegue pôr quase todos os poderes instituídos em sobressalto. A grande golpada de Seguro, como disse Marcelo, é atribuir o poder de escolha dos representantes do PS – Assembleia da República e órgãos autárquicos – aos militantes do Partido Socialista.

Seguro vai assim cumprindo o seu caminho sem fraquejar. Comprometeu-se a rever os estatutos do mais democrático de todos os Partidos portugueses, tornando-o ainda mais democrático e transparente, e isso fez-se nos prazos estabelecidos na moção aprovada no último Congresso Nacional. Como retirou a arbitrariedade às cúpulas partidárias e atribuiu a faculdade de concurso e selecção dos candidatos do Partido Político por método eleitoral (universal e secreto) vai por aí um “aqui d’el rei” que só visto e aqueles que hoje ocupam esses lugares sem nunca se terem sujeitado ao sufrágio dos seus pares, muitos deles nem sequer estão no PS há meia dúzia de anos e outros nunca se fizeram votar nas Secções, sentem-se incomodados.

A lição é para toda a cadeia política, seja ela a que se baseia na perpetuação das lideranças, seja a dos comités centrais, ou seja a dos baronatos. O PS dá, uma vez mais, o mote da democracia.

Obrigado António José.
LNT
[0.188/2012]

sexta-feira, 30 de março de 2012

Simpatizante, de vez em quando

Ron MueckIsabel Moreira é deputada independente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.

Foi eleita para a Assembleia da República pelo Círculo de Lisboa e desconheço se foi incluída nas listas de candidatura por indicação de alguma estrutura do Partido Socialista.

Isabel Moreira faz saber que irá furar a disciplina de voto, o que é um seu direito como deputada, principalmente por ser deputada independente. Sobre este assunto nada tenho a comentar.

Como militante do Partido Socialista não deixo no entanto de me admirar com as declarações de Isabel Moreira onde ela sugere que António José Seguro deva demitir o porta-voz do PS porque, segundo Isabel Moreira, "essas dicotomias socráticos e não socráticos são puras invenções".

Como já disse anteriormente, desconheço se Isabel Moreira foi alvo de indicação por alguma estrutura do Partido Socialista. Embora seu eleitor, sou igualmente ignorante sobre se a sua inclusão nas listas de Lisboa foi feita pela cota do anterior Secretário-geral. A assim ter sido, então estamos perante uma socrática não socialista (no sentido de não ser militante do Partido Socialista). A assim ter sido, que tal acharia a deputada independente que eu fizesse sobre ela recomendações, "acrescentando mais uma vez que cabe ao secretário-geral avaliar as consequências das afirmações de Isabel Moreira, mas que a minha opinião é que deveria optar pela "demissão imediata" da deputada independente do PS".

Como Seguro não o poderá fazer, porque tal lhe está vedado mesmo tratando-se de uma deputada que não acata as decisões do Grupo Parlamentar onde está inserida, é minha opinião que, no mínimo, lhe coloque a questão de saber se ela entende que o seu socratismo é condição bastante que lhe permita mandar bitaites deste calibre sobre assuntos de um Partido com o qual ela simpatiza de vez em quando.
LNT
[0.186/2012]

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

As regras do jogo

As regras do jogoHá aqui qualquer coisa que não entendo. Custa-me perceber como é que um Partido democrático, o mais democrático Partido que existe em Portugal, aquele que nunca voltou as costas à luta pela liberdade, à sua e à dos outros, continua a ter tantos militantes de relevo que não sabem ler o que os eleitores escrevem.

Não me parece um exercício difícil, até porque para fazer essa leitura basta conhecer a letra X, aquela com que os eleitores escrevem o seu voto.

O Partido Socialista é neste momento oposição, facto ocasionado por uma coligação irracional das direitas e das esquerdas. Mas, se esse facto foi ocasionado pela insensata coligação, a verdade é que o PS só é oposição porque os eleitores determinaram que deveria ter essa condição.

Creio que os eleitores continuam a não estar arrependidos da forma como votaram. Creio que a haver arrependidos, e creio haver muitos, são os eleitores que se abstiveram e que hoje já concluem que a vontade de substituírem a anterior direcção do PS saiu-lhes demasiado cara com a eleição desta gente que insiste no "isto é para fazer custe o que custar" sendo que "o custe o que custar" é a sua própria vida.

Regressámos à Índia e à voz de comando do Botas que em vez de tentar a negociação da vida com honra mandou aplicar a teoria da morte.

Voltando a trás.

O Partido Socialista tem hoje nova direcção. Resultou da democracia interna do PS que fez aprovar uma nova dinâmica para um novo ciclo, o que resultará também numa nova estratégia para a governação de Portugal.

Não chegou ainda a altura dessa governação. Mesmo que os portugueses não tenham escolhido entre esta nova orientação do Partido Socialista e aquela que lhes foi apresentada pela direita. Mesmo que as opções de escolha tenham sido entre uma linha orientadora que já não é a do Partido Socialista e uma mentira imensa de ocultação das verdadeiras intenções com que a direita se apresentou às eleições.

António José Seguro é acusado de orientar uma oposição fraca. Os seus maiores críticos são a oposição interna que não se conforma com a orfandade e que se recusa a entender a mensagem passada pelos portugueses. Nada de grave, não fosse o facto de muitos desses continuarem a ter posições de relevo sem que isso resulte da actual quota de poder que representam dado terem sido indigitados anteriormente ao apuramento do actual poder interno. Essas vozes não valem pouco, porque são vozes individuais da democracia, mas não têm o valor da voz do Partido Socialista.

No meu apoio sempre condicional a Seguro (porque nunca dou apoio incondicional a quem quer que seja) penso que AJS só tem pecado por duas razões:

Uma por não fazer ouvir que o acordo com a Troika é mais da responsabilidade do PSD e do CDS do que do Partido Socialista uma vez que o acordo que o PS tinha estabelecido com os seus parceiros comunitários foi chumbado na Assembleia da República pelo PSD, CDS, PCP e BE e aquele que foi celebrado com a Troika foi imposto em virtude desse chumbo e assinado em pé de igualdade com o PSD e o CDS numa altura em que o Governo anterior já estava demissionário e sem qualquer margem de manobra para fazer acordo melhor com os nossos parceiros comunitários.

Outra por não contestar com mais veemência tudo aquilo que este poder insensato está a fazer para além da Troika e que vai levar a nossa Pátria à condição de região indigente da Europa. A política do "custe o que custar" é intolerável e é responsabilidade, principalmente de todos nós que nos comprometemos com este "Novo Ciclo", resistir à sua concretização.

O Novo Ciclo é esperança e é isso que os portugueses esperam ver defendido sem cedências nem meias palavras, para além da Troika, para além da desfaçatez dos actuais detentores do poder nacional e europeu.
LNT
[0.095/2012]

domingo, 6 de novembro de 2011

Portugal território, Portugal nação

Homem passadeiraHá duas coisas em política que nunca se podem fazer:
- Pedir o apoio incondicional a alguém; e
- Partir para uma negociação com o anúncio prévio de que, para o resultado a obter, é indiferente aquilo que vier a ser negociado.

Sobre a primeira coisa estamos conversados. É sabido que apoiei e continuo a apoiar o Secretário-geral do Partido Socialista mas que esse apoio não é incondicional. António José Seguro, como qualquer outro camarada meu, contará com o meu apoio mesmo em circunstâncias que não coincidam com as minhas convicções desde que reconheça que essas circunstâncias são coerentes e não representam abdicação dos valores fundamentais que me norteiam.

Sobre a segunda coisa estamos ainda a conversar. Existem três momentos regimentais na Assembleia da República para discussão do Orçamento de Estado:

Um, que trata da admissão para discussão e negociação – a votação na generalidade – em que os considerandos em jogo impõem ao Partido Socialista que se abstenha não obstante o OE 2012 conter excessivas clausulas de grosseira violação dos mais elementares direitos dos (de alguns) cidadãos portugueses. Ao fazê-lo satisfaz a imagem externa de coesão nacional e proporciona a força negocial necessária para tentar minorar a grosseria;

Outro, que é o momento da negociação – a discussão na especialidade – em que se impõe que o Partido Socialista disponha de soluções alternativas coerentes e bem fundamentadas para negociar as clausulas grosseiras. Para que essa negociação tenha efeito é necessário dispor de peso negocial. Ao anunciar previamente que as negociações não influenciarão o resultado final, o Partido Socialista ficou na mão dos seus opositores e, em vez de exigir o que entende ser justo, limita-se a receber o que a “boa-vontade” dos Partidos do Governo lhe quiser dar. Arrisca-se a que, num jogo de polícias bons e polícias maus, o CDS possa aparecer como o “amaciador” das grosserias ou que o PSD surja como o “bonzinho” deste Portugal pequenino.

O terceiro momento é o da viabilização – votação final global – em que o voto socialista não influi na aprovação do OE, uma vez que existe uma maioria absoluta no plenário, mas dá um sinal fundamental externo e que tem uma carga política importante porque a abstenção significa a existência de um acordo mínimo de menorização das grosserias e o voto contra implica transitar a responsabilidade do fracasso para a incapacidade de negociação do Governo e mede a competência do Presidente da República no que respeita à fiscalização política da actividade legislativa.

Com o anúncio de que em qualquer circunstância o Partido Socialista se absterá na votação final global o PS abdicou do seu dever de negociação tendo-o transformado em cedência e subordinação à ditadura da maioria. O PS, evocando Portugal, abdicou da defesa dos portugueses, deixando-os à mercê de todos os grosseiros, iníquos e excessivos sacrifícios que a política da direita retrógrada impõe sem oposição, escudada num acordo internacional que não os exige.
LNT
[0.495/2011]

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Não virar as costas às bengaladas em Portugal

BotaSabe-se que há Partidos do poder e há os outros, os que fazem política só para se entreterem. Os Partidos do poder podem ser responsáveis, como é o Partido Socialista ao aceitar que as propostas do Governo dêem entrada na Assembleia da República para serem discutidas em especialidade, ou podem não o ser, como num passado muito recente o foi o PSD e o CDS ao recusaram o menos mau para poderem impor o pior.

Os Partidos que não são do poder podem ser irresponsáveis porque nunca assumem a responsabilidade, fogem dela como o Diabo da Cruz.

Os do poder, ao serem irresponsáveis, criam a quem neles confia (e aos outros que neles não confiam mas que os terão de aturar) o maior prejuízo. Se para além de serem irresponsáveis ainda forem aldrabões, impreparados e amorais podem deixar um País à beira do esgotamento. Se para além de irresponsáveis, aldrabões, impreparados e amorais ainda forem injustos e ressabiados deixarão certamente uma porção muito curta da população desse País a pagar tudo aquilo que resulta da má gestão nacional feita pelos Partidos do poder.

Os recuos deste Governo em relação a todas as selváticas medidas que estão a tomar à excepção daquelas que foram aplicadas à Administração Pública e ao Estado Social (SNS, Educação, etc.), a par das nacionalizações a tostão (o BPN foi o primeiro exemplo), só pode ser adjectivada com todos os adjectivos anteriores e ainda com um enorme nojo civilizacional e de cidadania.

Leio que afinal há mais recuos (agora no lóbi autárquico do PSD) e lembro-me sempre de Eça "... era um dever de moralidade pública dar bengaladas ... ".
LNT
[0.494/2011]

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Onde estão os defensores da abstenção do PS antes do OE entrar na AR?

Pé de FranciscanoDefendo que o PS deve abster-se na votação global do Orçamento de Estado para que este baixe à Comissão e, na especialidade, sejam negociadas as alterações que o PS venha a propor.

Se na especialidade forem inviabilizadas as propostas de alteração, o PS deverá votar contra este OE quando ele regressar a Plenário para a votação final.

Os efeitos práticos são nulos uma vez que o Governo tem a maioria absoluta e o OE será aprovado.

Mas em termos políticos irá ser completamente diferente, inclusive para o Presidente da República que, se o PS votar contra, irá de ter de assumir politicamente, na promulgação, as consequências de já ter considerado publicamente este OE como iníquo.
LNT
[0.489/2011]