[0.454/2008]
Alguém tem de travar a gula
Não deixa de ter alguma graça que, perante o aumento absurdo dos combustíveis, venham as petrolíferas e revendedores reclamarem a redução do imposto que lhes é aplicado.
A conversa é velha e mal estará o Governo se aceitar a reclamação. As petrolíferas aumentam, sem qualquer justificação, o preço dos combustíveis e como não lhes basta o desplante ainda pressionam o poder para baixar a carga fiscal preparando-se para, de seguida, absorver essa margem com novos aumentos.
Só faltava que os lucros milionários que obtém pela especulação, mercado cambial e deferimento de pagamentos da matéria-prima, viessem ainda a ser reforçados pela redução das receitas do Estado.
É igualmente incompreensível que o Ministério da Economia demore tanto tempo para apurar a formação dos preços recentes, principalmente sabendo-se que o aumento da matéria-prima, em Dollars, tem acompanhado a desvalorização do Dollar perante o Euro.
LNT
6 comentários:
Falta também dizer que tudo se passa no mais denso nevoeiro e que a verificação das "contas" é praticamente impossível de fazer, tal a quantidade de dados propositadamente contaditórios existentes...
O que é facto é que depois da total liberalização dos preços e, da ausência de controle de reservas estratégicas do país, estamos em condições de nos considerarmos vítimas de sequestro metodicamente organizado.
E isto é só o começo...
Boa noite Luís,
Se não me engano os impostos não são aplicados às petrolíferas mas aos consumidores, não será assim?
Bons cortes:)))
Jorge Ferreira
É uma verdade Jorge.
Os impostos incidem sobre o consumo e, como são em percentagem, são tanto maiores consoante os valores cobrados.
É na margem de lucro que os revendedores e as petrolíferas fazem o jogo, como o Jorge sabe, principalmente se conseguirem que reverta para elas o que agora reverte para o Estado (todos nós).
Ora, se o Estado abdicar da carga fiscal e dado o que se tem observado pelo comportamento das gasolineiras, em pouco tempo teremos maiores receitas para as gasolineiras e menores para o Estado, passando os consumidores a serem duplamente prejudicados.
O automobilista tem sido a vaca onde todos têm mamado até mais não e agora parece chegado o tempo de, quase seco ou muito aguado o leite, lhe começarem a morder as tetas. O Governo tem sido um dos maiores, se não o maior mamão, seguido de perto pelas gasolineiras que agora se aproximam pelo outro lado, não descaradamente à mama, que já pouco deita, mas à sorrelfa, esperando que o Governo, parceiro certo de abundantes comezainas, regurgite algum para lhes mitigar a enorme sede de lucro. A vaca, que não é sagrada mas também não é tonta, sabe por experiência que não há leite que lhes chegue.
Querem pois a gasolineiras que o Governo mame menos. E para quê? Para elas darem à vaca o que o Governo deixou de mamar? Não me façam rir, que eu não sou a tal marca de queijo francês! Lembram-se dos ginásios, que chamaram um figo ao produto da redução do IVA?
JAKIM.
Comecem por explicar porque é que a dupla tributação é proibida em todas as áreas de negócio menos nos combustíveis.
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