sexta-feira, 31 de agosto de 2012

do Além

Valete de copasSe houvesse dúvidas sobre os intentos dos nossos soberanos, o título de hoje afixado no Sol onLine faria desvanecê-las.

O texto termina da seguinte forma:
Com as medidas deste plano estratégico para o Governo e para a troika – que visam reduzir mais a despesa do Estado e aumentar a receita – o Governo espera conseguir resultados em 2013 que permitam, por exemplo, não ter de recorrer à sobretaxa sobre o 13.º mês de todos os trabalhadores em Portugal.
Quer isto dizer que o tal plano estratégico “para o Governo e para a troika” foi cozinhado por Vítor Gaspar e os apertos que aí vêm resultam de mais uma iniciativa exclusiva deste poder para atingir os objectivos que sempre pretendeu mas que disfarça escudando-se na inevitabilidade.

Há que registar o facto para que sirva de referência da próxima vez que o Governo vier informar que só trilha este caminho porque a acção do anterior governo e as imposições da troika não o deixam seguir por caminho diferente.
LNT
[0.405/2012]

Surdinas [ LIV ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Todos os dias observo mais caras fechadas nos subterrâneos do Metro lisboeta. Aflige-me sentir, todos os dias, em quem viaja de um lado para o outro com a perspectiva de chegar a lugar nenhum, tanto alheamento e fixação no vazio.
LNT
[0.404/2012]

O lóbi nuclear tem andado muito caladinho

NuclearAinda não chegou a altura de voltar à carga mas o caminho vai-se fazendo caminhando pela desvalorização do vento, uma das mais valiosas matérias primas que dispomos, pela desvalorização da mecânica das ondas, matéria-prima nacional desperdiçada e pela desvalorização do Sol, fonte energética inesgotável num País de Sol descoberto.

Quando o caminho das desvalorizações estiver trilhado, o vento só servirá para nos azucrinar os dias de praia, a mecânica das ondas para surfar e o Sol para bombardear o cancro de pele.

Aí, os senhores do plutónio, do urânio e da radiação que os parta, voltarão em força a Belém e entrarão pela porta grande de São Bento, se necessário montados na pileca de volteio que dá pelo nome de Troika.

Até agora e só para avivar a memória fica o link para a notícia do Público datada de 27 de Setembro de 2011, em que Álvaro fazia saber que até 15 de Outubro (do ano passado) iria ser apresentado um modelo sustentável para o mercado de electricidade.
LNT
[0.403/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXVIII ]

Cerveira
Vila Nova de Cerveira - Minho - Portugal
LNT
[0.402/2012]

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cem anos de perdão

BoinaAlbert Jaeger, um funcionário do FMI residente em Portugal, era um dos muitos ilustres desconhecidos pago para garantir que os portugueses devem ser mal pagos para que ele e outros histéricos ilustres, estrangeiros e nacionais, continuem a ser pagos principescamente.

Albert era um ilustre desconhecido mas agora ganhou fama, não por ter ajudado a rapinar este País mas porque alguém(espero que tenha sido um português) lhe meteu a mão no bolso e de lá sacou as maçarocas (ter de usar a linguagem oficial passista dá algum trabalho, mas acaba por ter graça) que o sr. Jaeger estava a poupar para, nas férias da neve, ir fazer ski numa estância de luxo das montanhas austríacas.

A polícia anda no encalço do meliante porque, se isto não tiver uma consequência, ainda se corre o risco de alguém assaltar impunemente o Oliveira e Costa, o Isaltino ou os outros que a gente sabe.

Cá para mim o pilha-galinhas devia ter cem anos de perdão mas pensando com mais acerto parece-me melhor não abrir precedentes à prática portuguesa.
LNT
[0.401/2012]

Acabar com o Estado mantendo o saque para o privado

CamaOs portugueses têm características próprias que os fazem diferentes dos outros povos, principalmente dos povos do norte que se guiam por esquemas simples, não criativos e sem o desenrasca histérico dos piegas do sul.

Portugal é tão bom nesta matéria que até conseguiu agora engendrar uma engenhoca brilhante, um tanto feudal mas ainda assim brilhante, capaz de revolucionar o conceito liberal mundial. A fúria de acabar o Estado é tal que as taxas e impostos, até agora destinadas ao Estado, deverão passar a ser receita dos privados.

Os contribuintes foram feitos para contribuírem (até aqui nada de novo). Os contribuintes foram feitos para pagarem os roubos dos que não contribuem (o caso BPN é toda uma revolução e já contém algo de novo). Os contribuintes foram feitos para contribuírem para o Estado e para os Privados que o Estado (leia-se Governo Coelho, Portas, Borges e Comp.ª, Ldª) entender (o caso de pagar uma taxa de televisão para uma empresa privada é coisa novíssima).

Como disse, estamos perante técnicas feudais em que não só o reino se financiava com o dinheiro dos burgueses e da plebe, mas também os grandes senhores iam buscar os seus proventos ao saque da ralé.

Isto começa a meter nojo.
LNT
[0.400/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXVII ]

São Julião
São Julião - Assafora - Portugal
LNT
[0.399/2012]

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Paz, pão, habitação, saúde e educação

Orelhas de burroEsclareçam-me se estiver a ver mal a coisa mas o ministro da educação e os seus amigos que ascenderam ao estrelato da política pela mão dos abstencionistas e aquele rapaz da cabelo branco que é o patrão dos patrões, entenderam que dois chumbos serão castigados com uma maravilhosa carreira de canalizador ou de bate-chapas.

Quem for cábula ou tiver dificuldades de aprendizagem, não tiver dinheiro para explicações, nem tiver amigos que façam equivaler uma data de porcarias a um curso superior de ministro, vai direitinho para electricista porque o patrão dos patrões, o ministro da educação e os seus amiguinhos do governo estão fartos de ter electricistas-engenheiros a quem são obrigados a pagar contra recibo e que só servem para inflacionar as estatísticas do desemprego e da imigração habilitada.

Se bem entendi estamos a caminho de resolver a questão dos jovens licenciados desempregados.
LNT
[0.398/2012]

Surdinas [ LIII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Histérica era a tua prima, pá!

Temos de dar uso ao passismo-vulgarucho. O gajo é um porreiro dum pintas.
LNT
[0.397/2012]

Caro Pedro,

LimpezaO Mundo não acaba aqui e Portugal também não. Sei que eras um puto magoado pelo retorno sem bagagem mas aquilo que foi feito foi apesar de ti, apesar de todos os pesares de milhares de outros. Não foi o destino, Pedro, nem ainda menos qualquer ajuste de contas. Foi só o que tinha de ser e que Caetano não conseguiu entender.

Portugal era grande demais para continuar a reduzir-se à mesquinhez de Salazar. Caetano era a Primavera, mas revelou-se estação murcha que fazia murchar na ignorância e na submissão toda uma Nação milenar. Não teve perdão e foi a sua incapacidade de entendimento que levou a que tu e milhares de outros tivessem de regressar ao nosso território com a mão no bolso.

Já foi há tempo suficiente para que te possa escrever esta carta. Bem sei que as mágoas são difíceis de curar, pelo menos tão difíceis de curar como as que não largam as famílias dos que tombaram estupidamente e as dos que voltaram sem poder ver, andar ou simplesmente viver uma vida normal.

Sei que possivelmente nunca pensaste nisto, porque simplesmente te convenceste que tudo foi um disparate como o que neste momento estás a fazer contra todos nós, mas enganas-te.

Nós, que te proporcionámos o que hoje és, abrimos os caminhos do Mundo. Demos-te a democracia que te elegeu. Demos-te a política que te guinou. Demos-te a formação que tens e que tão mal aplicas em favor do povo que em ti confiou.

Ainda assim aqui estamos, sabendo que, para além das nossas posses, te conseguimos formar. Sabendo que, para além das nossas posses, te conseguimos fazer quem és. Sabendo que, para além das nossas posses, te conseguimos integrar.

Podemos parecer calados mas não estamos e com a mesma determinação com que devolvemos Portugal ao Mundo, largando o que não nos pertencia, havemos de te largar pelas indignidades que dizes e fazes em nome de uma mágoa que não consegues ultrapassar.

És um produto nosso, um mau produto.

Saberemos resolver a questão, estando-te tu a lixar-te para isso, ou não.
LNT
[0.396/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXVI ]

Paus
Paus - Alquerubim - Portugal
LNT
[0.395/2012]

terça-feira, 28 de agosto de 2012

What the word needs now



LNT
[0.394/2012]

Contorcionismos

ContorcionismosMesmo correndo o risco de me repetir (já o escrevi de inúmeras formas) e mesmo correndo o risco de vir alguém de dedo em riste para acusar estarmos perante mais uma teoria da conspiração (fórmula mágica para silenciar os incómodos) retomo a tese de que este governo personifica a cobardia e a falsidade política.

É verdade que aqui e ali deixa escapar, sorrateiramente, querer ir mais além do triunvirato mas nunca explica que é nesse “mais além” que reside aquilo que sempre teve intenção de fazer. É verdade que deixa passar, como ontem fez no cursinho da sua juventude, que a troika e o “mais além” são a oportunidade para implementação das suas orientações neo-liberais.

Escudam-se com a imposição estrangeira, com a qual estão de acordo e com a qual acertam o que pretendem fazer, para fundamentar como obrigatoriedade o sacrifício e o empobrecimento, base doutrinal da cartilha por onde se guiam.

Sempre que os PSD/PP se referem à troika remetem as suas medidas para uma decisão do anterior governo fazendo crer que foi por iniciativa de Sócrates que os senhores do Mundo foram chamados para nos ditarem as suas leis, o que não é verdade.

A solução para a crise apresentada pelo anterior Governo nunca passou pelo pedido de apoio internacional nos termos que aí estão e só foi necessário recorrer a ela, já com o governo demissionário, porque a coligação de direita que se apoiava no Presidente da República e na esquerda radical, não permitiram outra solução. O PSD foi peça chave nessa negociação e muitas das condições do acordo foram impostas por si (mesmo com memória curta há que relembrar o papel e as fitas que Catroga fez na altura).

A tropa de choque está aí de novo e, ao contrário do que se faz crer, não vem para auditar.

Chega para validar as orientações do governo e para dar cobertura às medidas que Gaspar e o resto da pandilha já decidiram aplicar com o intuito de destruírem o que resta do estado social a que os portugueses chamavam progresso e civilização e a que Passos Coelho chama “viver acima das possibilidades”.

Estão-se lixando para a classe média excluindo desse “lixando” a parte que constitui a sua clientela.
LNT
[0.393/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXV ]

Anta Arraiolos
Casas Novas - Arraiolos - Portugal
LNT
[0.392/2012]

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Entretanto no reino

Legião portuguesaEnquanto Dom Aníbal anda a banhos no refúgio da corte dos utentes e beneficiários do BPN, o fidalgo Dom Pedro sacode as areias que trouxe nas virilhas das praias da Manta Rota, o cavaleiro Paulo continua tão desaparecido como Sebastião de Al Quasr al-kibr e o espectro burguês de Miguel escorrega viscosamente por entre as muitas equivalências que o transformaram condestável do reino, o conselheiro ruivo da corte balofa faz-se ouvir como existente e com pose de senhor dos senhores, mesmo sem ter mandato régio que lhe obrigue reconhecimento pela plebe.

Os escrivães do reino não param de sacudir a pele celta do coiso para ver se com ela escondem e fazem esquecer o coiro de outros e os julgamentos que os serviços estrangeirados andam a esmiuçar na fazenda nacional.

Entretanto o reino sucumbe perante tão malfazejas gentes e os excretores expelem, em falas de gaguejos, os excrementos que pensam.

São o cão, senhores!

São mafarricos em forma de gente (desta vez sem farda negra), uns mais lentos na palavra e no pensamento do que outros, mas todos igualmente esfaimados e sedentos.
LNT
[0.391/2012]

Assim não dá

Óleo de fígado de bacalhauAndamos para aqui a defender o sistema nacional de saúde e os profissionais da coisa, que teoricamente também o defendem, embarcam na tramóia de demonstrar que ele não interessa.

Quem passou, como acompanhante, pelas urgências de Santa Maria na passada 6º feira teve a oportunidade de observar que, nas 12 horas em que aguardou que fosse feito um diagnóstico e prestada assistência a um “paciente” (não podia ser usada palavra mais própria), a roda livre, a irresponsabilidade e a desumanidade do nosso SNS funciona em benefício daqueles que o querem abater. Sabe-se que os enfermeiros são mal pagos e que isso os desmotiva. Sabe-se que há falta de pessoal para que o tempo seja interminável e o desespero se vire contra o serviço público. Sabe-se que os médicos portugueses abandonam os SNS porque vão ao privado buscar aquilo que o SNS não lhes fornece. Sabe-se que há médicos estrangeiros (a substituir os portugueses) que pouco percebem de português e mal entendem o que os “pacientes” lhes tentam transmitir. Sabe-se tudo isso e o muito mais do que é feito para que a marca de ineficiência e ineficácia do SNS se transforme num argumento.

A técnica é simples. Perante isto, quem tem posses não tem de ser “paciente” porque vai ao privado, quem as não tem (ou tem de recorrer ao SNS em urgência médica), tem de ser “paciente”, porque a paciência é uma das virtudes e há-de prevalecer a noção de que o SNS não é um direito de quem o paga mas sim um acto de caridade desassociado de humanidade e de respeito pelo sofrimento.

Não irei relatar tudo o que se passou numa das principais urgências deste país na passada 6º feira, porque não quero ajudar a propagar a ideia do mau SNS que temos e ressalvo alguns poucos casos de excepção ao mau serviço, mas não posso deixar de referir três ou quatro coisas inaceitáveis:

Um “paciente” entrou pela mão do INEM na urgência depois de ter sido socorrido de uma baixa de açúcares (desculpem os termos mas não sou um profissional de saúde e relato isto sem pretensão de sabedoria) e esse facto constava do relatório entregue na admissão na urgência. O “paciente” ficou abandonado numa maca sem qualquer assistência até que o acompanhante, ao fim de quatro horas detectou estar a voltar o estado que originou a chamada para o INEM. Só a partir desse alerta, feito a custo pelo leigo aos técnicos da urgência, é que foi iniciada alguma assistência.

Um médico que mal falava português fez questões que, nitidamente, para nada serviam porque não entendeu as respostas, e mandou o “paciente” executar determinados exames. Terminado o processo de “empurra maca de porta em porta” com esperas inaceitáveis antes de entrar (a esta hora os corredores estavam vazios não se justificando as esperas intermináveis), lá se regressou à sala das urgências.

Um segundo médico que observou os exames, uma horas depois, mandou fazer novos exames dizendo que era a primeira vez que via o “paciente” e que entendia que havia exames diferentes a serem feitos. Remeteu o “paciente” para um serviço de especialidade onde não havia ninguém nessa noite (ninguém, quer dizer, nem doentes nem profissionais de saúde) provocando uma espera inútil e interminável de que nada resultou.

Saltando por cima de outras coisas inarráveis, porque pouco adianta continuar, termino com a revelação de que numa próxima (espero que não volte a acontecer) visita às urgências de Santa Maria farei acompanhar-me do meu portátil para relatar, a cada meia hora (dava para 24 Post), o que se passar.

Os projectos do actual poder passam pela morte dos serviços públicos. Se forem só os utentes, “pacientes”, ou como lhes quiserem chamar, a pugnar por eles e os profissionais que estão envolvidos se alhearem, a morte anunciada desses serviços públicos não poderá ser evitada.

Os portugueses nunca defenderão os seus direitos se não lhes reconhecerem utilidade.

Tal como já hoje acontece com a política em que o alheamento da generalidade dos cidadãos é consequência de má qualidade, também os cidadãos nada farão para evitar a extinção de maus serviços, mesmo sabendo que eles são maus para justificar essa mesma extinção.
LNT
[0.390/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXIV ]

Oposição democrática
1973 - Aveiro - Portugal
LNT
[0.389/2012]

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Cenouras há muitos, seu palerma

Pica-pauPodemos sempre analisar as questões sobre vários prismas.

Por exemplo, a entrevista dada ontem por um senhor ruivo a uma senhora jornalista simpática que também costuma servir de sacristã nas homilias dominicais de um professor de direito, que o escreve por linhas tortas, pode ser apreciada como tendo um cariz vinculativo, se o senhor ruivo que a deu estava lá na condição de sopeiro da Senhora Merkel, um cariz informativo, caso o senhor ruivo lá tenha estado na condição de confidente de alguma alta individualidade, ou meramente especulativo, se a condição em que ele se deixou entrevistar era somente a de mais um comentador bem pago para dizer coisas sobre todos os coisos que lhe apetecer.

Teremos por isso de ser esclarecidos em que condição, para além daquela de ser mais um que vive à nossa custa, lá estava e a partir daí atribuir importância ao que disse.

Não se sabendo, nem vale a pena analisar, tal como não vale a pena analisar a conversa de qualquer outro coiso que diga coisas (barbeiros e taxistas, excluídos).
LNT
[0.388/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXIV ]

Malaguetas
Malaguetas - New Orleans - USA
LNT
[0.387/2012]

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Conselho de Ministros

Ri-te, ri-te...De uma penada, pancada ou porrada vem-me à cabeça a forma como os historiadores se referirão a Pedro, o Vulgar, quando quiserem dissertar sobre a porcaria que fez e lançou para a ventoinha enquanto exerceu este mandato de merda.

Não o poderão comparar a Andeiro porque esse, antes de ter sido defenestrado, nunca escondeu as suas intenções de submissão. Não o poderão comparar a Salazar porque esse, antes de se espalhar da cadeira, nunca escondeu os seus tiques autoritários. Não o poderão comparar a Tomaz porque esse, antes de ter ido gozar a reforma para o Brasil, nunca disfarçou a sua burrice com vulgaridade.

Não o irão comparar com ninguém. Pedro, o Vulgar, é incomparável no exercício do poder.

Já no regabofe se pode comparar com os melhores regabofistas da Lusitânia.
Já na pieguice se pode comparar aos evangelizadores importados de Vera Cruz.
Já na vulgaridade do linguajar de barata tonta se pode comparar ao Zé Colmeia quando perdeu o tino com a descoberta do pote do mel.

Coisas que me vêm à cabeça quando devia estar a almoçar sem nelas pensar a bem da digestão da sopa, do croquete e dos 23% IVA que Pedro, o Vulgar, Portas, o Submerso, e Vítor, o Fantasioso, ditaram ser a dieta que emagrecerá os barrigudos que, como eu, vivem muito para além das possibilidades. Só Álvaro, o Pastel, insiste no nata, mas isso é doce para outro Conselho de Ministros.
LNT
[0.386/2012]

O complexo mundo do sexo

BananaMuito se tem descascado a banana Assenge. Muita expressão inglesa é usada para dizer, na nossa língua, coisas que não temos palavras para significar. Muitos são os casos de assassinato político (e profissional) que se baseiam, nada mais tendo para argumentar, em acusações sexuais. Muito mal se trata o assunto sexualidade usando conceitos, preconceitos, moral, religião e mais uma catrefada de risos e risinhos com intenções e desatenções.

A formatação começa cedo, os meninos e as meninas de hoje já brincam com carrinhos e bonecas, embora o controlo parental se continue a manter atento, principalmente quanto à manipulação das bonecas pelos meninos, e para eles prefira a iniciática brincadeira dos doutores ou coisas verdadeiramente masculinas como jogar à bola, amontoar-se no rugby ou outras acções violentas de contacto.

Desviei-me da conversa. Voltando:

Coisas sérias são tratadas por sex by surprise, por legitimate rape e por muitas outras expressões anglófonas tentando dar-lhes um sentido em português mesmo correndo o risco de ficarem lost in translation. No fundo andamos numa roda viva para chegar ao conceito de violação (interessantemente centrada no hetero, como se não acontecesse no homo, e na violação sobre o feminino, como se sobre o masculino não existisse) rodopiando sobre a questão do consentimento, incluindo os sim-sins e os não-nãos pronunciados com mais ou menos ruído e mais ou menos convicção no decurso do acto, para já não falar nos apelos divinos que muitas vezes nele são proferidos.

Sei que esperavam que agora iniciasse uma tese e retirasse a conclusão, porque o assunto é sério, mas é Agosto e fico-me pelo enunciado deixando esse trabalho para quem sabe da poda (linguagem casual-passista).
LNT
[0.385/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXIII ]

Golfinhos Tróia
Golfinhos Roazes - Tróia - Portugal
LNT
[0.384/2012]

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

No pasa nada

troikasEles andam aí e mesmo que os jornais e a restante malta do 5º poder não fale deles (já não sei se a designação está correcta porque cada vez mais parece que o primeiro poder é a finança e a comunicação social é o seu instrumento), a auditoria está a processar-se.

Possivelmente nada se sabe porque também não se querem fazer saber quais são os requisitos que estão a ser auditados, até porque eles mudam em cada visita e em conluio entre quem cá manda vir os auditores e os próprios auditados.

É por isso que a coisa tem corrido bem e a forma fálica que o coiso está a ganhar prenuncia a fornicação que ainda falta fazer para que se atinjam, com sucesso, os objectivos de empobrecimento.

Talvez por isso o instrumento do primeiro poder se esteja a guardar para a pompa e circunstância com que se prepara o anúncio de um relatório de excelente desempenho e o respectivo desbloqueio de nova “tranche” destinada ao sorvedouro insaciável de quem cá manda vir os seus auditores para darem luz verde à entrega do dinheiro que se destina a voltar para o seu bolso.

Parece confuso, mas não é. É só um jogo. Dona Branca não teria feito melhor.
LNT
[0.383/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXII ]

Portinho Arrábida
Portinho da Arrábida - Portugal
LNT
[0.382/2012]

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Xeque ao cão

JornaisConfirma-se que, em Agosto, é difícil de descobrir aquilo a que os jornalistas chamam uma boa notícia.

Confirma-se, também, que difícil não quer dizer impossível e o Público faz essa prova.

À falta de uma caixa com o dono mordeu o cão e sabendo que quem não tem cão, caça com gato, o nosso matutino arrancou com caixa melhor:

Kasparov arrisca cinco anos de prisão por morder polícia em Moscovo

Com um só título salvou a edição de hoje e ainda aproveitou para inovar.

O xadrezista mordeu o cão é muito mais silly.
Ainda para mais numa notícia onde se refere que o acontecimento tem a ver com uma manif em defesa de punk pussies.
LNT
[0.381/2012]

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Sol e sombra

CínicoEm Agosto não se discute política. Quando muito, utilizando a semântica vulgar-passista, mandam-se uma bocas sobre política, nada de muito sofisticado ou profundo, nada que vá além de reflectir sobre a toalha do Primeiro-Ministro e sobre se o seu tamanho xl está imaculado de areia por ser sacudido por um, dois, ou três gorilas.

Até mesmo nós, os blogo-palpiteiros, nos vemos à rasca para mandar porcaria para a ventoinha, tão entretidos que andamos com as minissaias e os decotes das estrangeiras que desfilam despreocupadas e não querem saber se os machos latinos estão, ou não, na situação de coiso.

A crise que se lixe até porque as eleições ainda vêm longe e neste momento o horizonte cinge-se à curiosidade dos romances e das ficções deixadas para ler no verão ao fim da tarde, na esplanada de recobro da azáfama dos protectores solares. Os cartões de crédito que fervam e os troikos que se preocupem para justificar os chorudos salários que ganham independentemente da crise e que se mantenham brancolas e suem as estopinhas do estio na companhia dos escalonados para os acompanhar, que só irão para o bronze quando os tipos se forem de cangalhas balbuciar ao mundo o nosso bom desempenho e o cumprimento, em excesso de zelo, da obediência às regras de empobrecimento na metodologia do “custe o que custar para além”.

Parem de resmungar com as praias atafulhadas de barrigudos a jiboiar do regabofe do pote.

Em Agosto, como disse, não se discute política. Mandam-se umas bocas, papam-se umas arrozadas e prontos.
LNT
[0.380/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXI ]

Praia d'el Rey
Praia d'el Rey - Óbidos - Portugal
LNT
[0.379/2012]

sábado, 18 de agosto de 2012

Há muitas formas de visitar as Maldivas

MaldivasPode-se ficar num dos milhares de resorts de papo para o ar à espera que o mar se mexa e nos venha molhar à cama;

Pode-se ficar repimpado num regabofe de marisco servido por autóctones entre mesuras e massagens;

Pode-se ficar besuntado no mel com açafrão de um pote chegado do continente;

Pode-se ficar lixando para tudo isso, ligar a ventoinha e apanhar na tromba a trampa que, tal como nós, aqueles que nos servem não deixam de fazer.

Há muitas formas, ao contrário do que pensam os formatados, para se visitar as Maldivas.

Pode-se ficar hospedado num barco, em vez de se ficar fixado num atol, para visitar todos os atóis que nos apetecer.

Mesmo nas Maldivas, um metro e meio acima do nível do mar, a liberdade é o melhor nível para se estar.
LNT
[0.378/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLX ]

Maldivas
Republic of Maldives
LNT
[0.377/2012]

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Andam aos figos

Duque de PausAnda tudo doido e quem não anda doido, anda aos figos pelo Allgarve. Se não andasse tudo doido (todos doidos) alguém evitaria que Álvaro fosse a um canal de televisão dizer as mais diversas coisas que lhe passam pela cabeça.

Aliás, a mesma lei que proíbe que alguns trabalhadores do sector Estado ganhem mais do que o Presidente da República deveria conter uma disposição que impedisse que qualquer titular pudesse fazer declarações mais alucinadas do que as que são proferidas pelo primeiro-ministro.

Quando Álvaro afirmou a Crespo, seu compagnon de voyage que por ele puxou cortando-lhe sempre o fim das frases para que se não comprometesse nas conclusões, que as reformas estruturais que já fez estão a dar resultados no equilíbrio das diversas balanças com o exterior, deu um sinal claro da língua-de-trapos com que esta gente mantém o regabofe em que está atolada desde que deitou a mão ao pote.

É verdade que as balanças se estão a equilibrar mas nada tem de verdade que esse equilíbrio advenha das “medidas estruturais” do Ministro Álvaro. Elas decorrem única e exclusivamente de dois factores que são a diminuição de importações devido aos cortes de salários, aos saques do fisco e ao desemprego que empobrecem todos os cidadãos e à razoável capacidade de se manterem as exportações.

Todos sabemos que o decréscimo de importação, mesmo que as exportações não aumentassem, provocaria o equilíbrio das tais balanças. O que isso não significa, antes pelo contrário, é que a economia esteja melhor, porque ela só estaria melhor se nós equilibrássemos essas balanças com produção. Todos sentimos na pele que o ”custe o que custar” significa empobrecimento.

Se todos conseguirmos morrer antes de usufruir das reformas para que descontámos a vida inteira, a questão das reformas fica resolvida. Se baixarmos a importação de matérias-primas e de combustíveis devido ao fecho das fábricas que os importavam, conseguiremos o equilíbrio das balanças de que Álvaro julga ser o fiel.

Do coiso salvou-se o velado aviso de imposição de orelhas de burro que fez a Passos Coelho quando o informou pela televisão que ensina aos seus alunos o contrário daquilo que Pedro anunciou no Allgarve.
LNT
[0.376/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLIX ]

Cascais
John Bull - Cascais - Portugal
LNT
[0.375/2012]

Free Pussy

Pussy Riot

Esta coisa da liberdade de expressão é uma chatice tanto na Madeira como em Moscovo. Amanhã deverá saber-se o que espera as Pussy Riot mas seria preferível que elas nem sequer tivessem de estar a aguardar esse veredicto.

A Barbearia associa-se, como é evidente, ao apelo para que libertem as miúdas.

Em seu lugar prendam o pessoal que andou a ganhar com o BPN aquilo que nos fez perder os subsídios de férias e de Natal. Se não os conseguirem julgar cá, peçam ajuda aos tribunais russos.
LNT
[0.374/2012]

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O mitomaníaco


Percebe-se que Passos Coelho possa dizer as coisas que diz sem se rir. Percebe-se também que o discurso de Passos Coelho feito ontem no Pontal possa conter frases mentirosas ditas com o mesmo ar com que ele, em campanha, garantiu à miúda que o abordou que nunca cortaria subsídios de férias ou de Natal.

Leio na Wikipédia que:

A mitomania (ou mentira obsessivo-compulsiva) é a tendência patológica mais ou menos voluntária e consciente para a mentira. Normalmente, as mentiras dos mitomaníacos estão relacionadas a assuntos específicos, porém podem ser ampliadas e atingir outros assuntos em casos considerados mais graves...

...Justamente pelos mitómanos não possuírem consciência plena de suas palavras, os mesmos acabam por iludir os outros em histórias de fins únicos e práticos, com o intuito de suprirem aquilo de que falta em suas vidas. É considerada uma doença grave, necessitando o portador dela de grande atenção por parte dos amigos e familiares.


E a Wikipédia diz ainda mais sobre mitomania.

Vão lá ver e, depois de reouvirem a discurseta de Coelho (se conseguirem), preparem uma tese porque possivelmente será aceite para equivalência a doutoramento.
LNT
[0.373/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLVIII ]

o banho do papagaio
Pontal - Algarve - Portugal
LNT
[0.372/2012]

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Podiam fazer a festa do Pontal no Alfeite

CapSeria uma questão de coerência. Seria uma precaução de segurança. Seria uma extensão do bunker onde andam refugiados vai para ano e picos. Seria a utilização de uma terra de ninguém onde poderiam acolher os seus parceiros de coligação. Finalmente, seria a forma de darem alguma utilidade aos meios submarinos perdidos no meio dos papéis que fizeram perder.

Não só Portas poderia usar o “cap” da Navy e as condecorações de Rumsfeld, como os seus anfitriões poderiam apresentar-se de galochas para evitarem molhar os pés no lastro que não pára de jorrar sempre que o INE faz mais uma divulgação dos números resultantes da política de empobrecimento que insistem em levar a cabo.

Poderiam igualmente fazer discursar o soba madeirense já que ele prescindiu da sua festarola de Chão de Lagoa na sequência da queimada que afligiu a nossa Pérola do Atlântico.

Se fizessem a festa do Pontal no Alfeite podiam aproveitar a capela da Escola Naval para que Cristas rezasse por chuva, para que a outra senhora loira da justiça (de quem não se pode dizer o nome), vestisse o camuflado dos fusos para ficar invisível, para que Crato se voltasse a fazer Prior e para que Macedo levantasse as mãos ao céu e orasse uma prece em memória dos defuntos que vai enterrando.

Seria também o local próprio para que Álvaro reencarnasse o Adamastor e para que Pedro se penitenciasse das coberturas que Marcelo sentencia que Coelho faz a Relvas ao invés das que Relvas, sem equivalências, lhe deveria fazer a ele.
LNT
[0.371/2012]

sábado, 11 de agosto de 2012

We all live in a yellow submarine

Submarino Portas

Afinal, segundo parece, os submarinos eram mesmo amarelos.

Há arquivos emergidos e há outros submersos.

Prevê-se que, mais tarde ou mais cedo, apareça alguém a dizer que foi o Sócrates que escondeu os papeis.

Full speed ahead, mister Paulo, full speed ahead!
Full speed over here, sir!
Action station! Action station!
Aye, aye, sir, fire!
Heaven! Heaven!

LNT
[0.368/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLVI ]

Conceição Tavira
Conceição de Tavira - Algarve - Portugal
LNT
[0.367/2012]

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

IN

FotosO dez de Agosto é para mim, todos os anos, um dia especial. Relaciona-se com a imortalidade e faz parte do processo de aprendizagem que me trouxe até aqui.

Muitas vezes me questiono, e hoje é 10 de Agosto – dia de me questionar, sobre o que ando a fazer com uma escrita pública quando tantos o fazem bem melhor do que eu e com a propriedade que não quero (ou não consigo) ter. No fundo cinjo-me a partilhar com os meus voluntários leitores experiências, conhecimentos e opiniões sobre aquilo que mais me toca ou, pelo menos, sobre o que entendo ser partilhável, mesmo que, tal como neste texto, não ultrapasse a necessidade de me questionar.

Não sou, nem pretendo ser, uma pessoa pública e como tal não tenho obrigatoriedade de expor o meu pensamento. Não me julgo narcisista e não sinto qualquer necessidade de me dar a conhecer. Não pretendo notoriedade para além daquela que me é absolutamente necessária para o desenvolvimento da minha actividade e essa não é aqui que a consigo. Detenho canais capazes de desenvolver a influência de que não abdico nas organizações a que pertenço. Nunca senti necessidade de me colocar em bicos de pés para parecer mais alto.

No entanto esta actividade (já com uma década de exercício, mesmo sem contar outra opinião publicada que tenho praticado) dá-me algum gozo e espanta-me verificar o número de audiências que provoca.

Claro que não sou ingénuo nem considero ingénuos aqueles que vêem aqui ler-me e sei que tudo isto faz parte de um jogo que também envolve militância informal desenvolvida fora dos circuitos tradicionais, assim como também sei que a irreverência, sempre necessária à criatividade, é um meio de transmitir a mensagem de combate à indiferença.

Este Post, em que assinalo mais um dez de Agosto, é uma química na evocação dos meus fantasmas. Não creio que tenham capacidade de o ler mas sei que questionando-me com eles no pensamento eles não me esquecerão.

Materializo-o para a partilha com os (ainda) físicos.
LNT
[0.366/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLV ]

Fotos
Memórias - Portugal
LNT
[0.365/2012]

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Referendos na RATA

Dor de cabeça de cãoDiz-nos o Carlos Barbosa de Oliveira que o Tribunal Constitucional admite a possibilidade de se fazerem referendos locais na RATA e que, nessa hipótese, irão aumentar as dores na cabeça do Governo em férias e em especial na cabeça de Relvas.

Imagino que sim, imagino que a haver referendos locais na RATA (Reorganização Administrativa Territorial Autárquica) Relvas e outros venham a ter dores até porque a RATA é mais uma daquelas circunstâncias virgens que este poder tem ganas de explorar mas que exige assentimento para não ser criminosa.

Por este andar, se os referendos foram avante, estaremos na eminência de uma RATA extremamente dispendiosa e na eventualidade de um falhanço precoce manifestamente insatisfatório.
LNT
[0.364/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLIV ]

Lisboa
Lisboa - Portugal
LNT
[0.363/2012]

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Até as sopeiras já se vestiam como as meninas da casa

SopeiraEntre uma direita que tomou conta da Europa e uma esquerda que a antecedeu convencida que as soluções de direita eram inevitáveis, o espaço da sociedade social-democrata foi-se encarquilhando até retornarmos a um ponto de desenvolvimento social impensável há meia dúzia de anos.

Não é verdade que a democracia e o estado social não fossem projectos sustentáveis só que, à sombra do estado social e da democracia, desenvolveram-se interesses baseados em cadeias de favor destinados a criar riqueza pessoal.

Os cidadãos adoptaram a mentalidade Oeirense em que a máxima mais propagada era a de que “este rouba mas, ao menos, nós também temos benefícios” sem que houvesse a consciencialização de que os benefícios decorriam da contribuição de todos e que o roubo que lhes estava associado retirava, para proveito exclusivo de quem roubava, a parcela destinada à sustentabilidade do estado social.

Esta mentalidade levada ao extremo conseguiu, inclusive, usar a democracia para perpetuar legitimamente o poder de reconhecidos corruptos.

A direita sabia que estado social e enriquecimento pessoal à sua custa eram incompatíveis. Só teve de esperar que a realidade se mostrasse no seu máximo esplendor e, aproveitando o abstencionismo que o descrédito provocou, levantou o machado de guerra contra o estado social porque, entre uma e outra coisa, o enriquecimento pessoal sempre foi a sua prioridade.

Foi esta ajuda que a esquerda deu ao ajuste de contas que a direita há muito pretendia executar contra os que tinham ousado comparar-se ao seu estatuto social. A lei da selva está de novo a voltar a uma Europa que foi pioneira dos conceitos de justiça social, de solidariedade e de igualdade de oportunidades.

Se não nos convencermos que a liberdade e os restantes conceitos sociais são conquistas que exigem luta permanente que inviabilize a sua extinção, irá restar-nos observar que as sopeiras voltarão a distinguir-se das meninas da casa pela roupa que vestem.
LNT
[0.362/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLIII ]

Camaleão
Camaleão - Ria Formosa - Algarve - Portugal
LNT
[0.361/2012]

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Na faixa da direita a subir para cima

Auto estradaNeste difícil retornar da crise algarvia para a de Lisboa fica a imagem de muitos carros de alta cilindrada a subir de baixo para cima e de muitos outros de cilindradas menores a descerem de cima para baixo fugindo ao empastelamento das nacionais de Canal Caveira ou de Mértola e a entregarem ao Ministro da Finanças mais uma mão cheia de dinheiro que ele tratará de fazer desaparecer.

Foi um impressionante desfile de bólides que no passado Sábado subiam para cima, a mais de 160 Km/hora, com pressa de chegarem ao ponto mais forte de uma crise que não parecia afectá-los, possivelmente por não serem trabalhadores do Estado, o que os torna incomparáveis como diria tão sabiamente Paulo Portas em mais uma discursata de ódio.

Vê-los passar, a subir para cima, e manter seguro o carro na faixa da direita evitando uma farolada potente como que a avisar:

- Chega para lá malandro que te atreves a obstruir o meu roncar.
LNT
[0.360/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLII ]

Praia Altura
Foi bom mas acabou-se - Algarve - Portugal
LNT
[0.359/2012]

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A crise vista daqui

A crise vista daqui

Já se lê que neste momento há demasiados portugueses a descansarem como se o lazer de quem trabalha não fosse um direito.

A coisa ameaça dominar o pensamento fazendo com que todos os que ainda têm trabalho em Portugal (e são cada vez menos por obra deste miserável Governo que tem por base de raciocínio o empobrecimento e a necessidade de nos transformar em seus lacaios sem remuneração nem tempo de descanso) mergulhem na neura de quem ainda não entregou o resto que tem para gáudio dos pançudos que odeiam o Sol e vivem refastelados o ano inteiro e à custa do nosso esforço, nos ares condicionados onde vegetam.

O pensamento é atroz, lê-se:
A esta hora, milhares de portugueses estão de pança ao sol, inermes como camaleões obtusos.”

É a miséria de espírito dos que odeiam todos em favor do espelho que os anima. Um espelho comprado com o nosso labor, sugado do nosso sacrifício para lhes sustentar a vaidade e o convencimento de que são mais, ou melhores, do que aqueles que os sustentam.

Em Julho e neste princípio de Agosto viu-se a crise a partir daqui. As praias ostentavam panças de alemães, franceses, ingleses, noruegueses, espanhóis e de outras gentes que se habituaram aos direitos de quem trabalha. Há quem chame a isto, civilização.

Os verdadeiros pançudos lusos jibóiam no conforto, mesmo aqueles que andam em dietas para parecerem que não são barrigudos.
LNT
[0.358/2012]