quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Veículos

Sachs


Uns vão para a Figueira de Citroen e os outros vão para São Bento de Sachs.
LNT
[0.523/2011]

Os baralhos [ II ]

Gargalhadas do baralho


O diálogo da gargalhada
1 - Temos estes gajos da troika, ou do triunvirato como diz o Dentuças, na mão. Damos-lhes umas dicas e os gajos, zás! Ah, ah, ah!
2 - Foi de mestre acertamos o passo aos servidores do Estado e deixarmos para os gajos a ideia de esfolar todos os outros, ah,ah,ah!
3 – Olha ali aquele pacóvio que assalariámos para lixar o Sócras a estrebuchar como um porco, ah, ah, ah!
LNT
[0.522/2011]

Surdinas [ XVIII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Imaginem quem seria o seleccionador de uma equipa de Futsall composta por:

Isaltino de Morais, Oliveira e Costa, Valentim Loureiro, Duarte Lima e com Dias Loureiro à baliza.

Já agora, a moeda atirada ao ar para escolher o campo seria boa, ou má?
LNT
[0.521/2011]

Soltem os prisioneiros

Lavar as mãosEstá quase tudo dito. A nossa loira de serviço já anunciou que os guardas prisionais que dormem em serviço não terão de ser pagos porque quem dorme em serviço não tem de ser compensado mesmo que para poder dormir em serviço não possa dormir em casa sem ser em serviço.

Marinho Pinto já lhe tinha explicado que para se ser Ministro não basta ser loira, mas isso é outra conversa.

Está quase tudo dito mas ainda falta o "quase", que é como quem diz, ainda falta quase tudo que é preciso fazer na justiça e que é muito mais do que suspender as horas extraordinárias de quem é obrigado a dormir em serviço.

Por exemplo falta legislar, controlar, monitorizar e reformar a base em que assenta a democracia dando-lhe eficácia, eficiência e prontidão, ainda que para tal tenha de se pagar horas extraordinárias aos judiciários que não dormem em serviço, mas parecem andar a dormir na forma.

Enquanto isso não acontecer, ex-membros do Governo cavaquista continuarão a ser detidos às pinguinhas dando a ideia de que os que ainda o não foram poderão vir a sê-lo em breve, o que é mau, muito mau para a ideia de que os políticos são "todos" corruptos e também para o bom nome dos governantes honestos que exerceram cargo naquele Governo "bom aluno".
LNT
[0.520/2011]

Surdinas [ XVII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

O colossal desvio

Em Portugal há um homem que recebeu da Europa o dinheiro que nunca mais alguém (nem qualquer País) há-de receber.
Estoirou-o rodeado por gente que vai sendo presa, uns atrás dos outros.
Chama-se a isto, em português liberal, boa moeda.
LNT
[0.519/2011]

A roubalheira no seu pior

AlgemasTal como imaginava (e estou convencido que irá passar-se o mesmo quando for a altura de liquidar o IRS de 2011), e já o tinha dito neste Blog quando o sonolento Gaspar das Troikas anunciou o segundo roubo do ano 2011 (Imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal), o cálculo que foi feito para os descontos da CGA e para o IGFSS (Segurança Social) sobre o subsídio de Natal fez-se com base no valor bruto do vencimento e não sobre o valor bruto menos a sobretaxa de IRS que foi aplicada.

Quer isto dizer que não lhes basta roubar o que anunciam mas ainda roubam sobre aquilo que não pagam.

Estamos a lidar com bandoleiros. Ainda têm a lata de falar do Sócrates.
LNT
[0.518/2011]

Já fui feliz aqui [ MIV ]

Quebra Bilhas
Antigo Retiro Quebra Bilhas - Lisboa - Portugal
LNT
[0.517/2011]

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O SNI está a passar por aqui

Colaboradora laranja


" Se quiser manipular mais ou manipular menos, opinar, modificar, é da sua inteira responsabilidade, porque estamos convencidos que o faz a bem da Nação, porque foi sufragado e foi eleito para isso. "

A ouvir por aqui e a ler mais por ali
LNT
[0.516/2011]

Os Baralhos [ I ]

Valetes
Valetes de Copas
LNT
[0.515/2011]

Surdinas [ XVI ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Tem lógica.

Ela quer acabar com as horas extraordinárias dos guardas prisionais para justificar que alguns dos seus pares não sejam presos.
LNT
[0.514/2011]

Vai-se andando

AzulejosÉ antológico.
À questão – como é que vai? a resposta portuguesa:
Vai-se andando – acrescentando os crentes: com a graça de Deus.

Vamos andando, com a graça de Deus, (e junta-se-lhe ainda, no caso dos marianos):
e a de Nossa Senhora.

Podia continuar, porque na terra onde os cadáveres são evocados como salvação: O que isto precisa é de um Salazar! e onde a esperança reside num fantasioso passado que faz de um puto burro e inconsequente, perdido num campo de batalha para as bandas de Ksar-El-Kebir às mãos do sarraceno Abd Al-Malik, a bruma que nos envolve, há que invocar o divino, o mesmo que soprou nas velas de Cristóvão e o levou, ao engano, às índias pele-vermelhas quando procurava outras mais dengosas, picantes e cheirosas, untadas com canela, pimenta e açafrão.

Cá vamos, com a graça de Deus e de Nossa Senhora, ou como Deus quer, ou como o fado nos destina, dia após dia, andando.
LNT
[0.513/2011]

Surdinas [ XVI ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

A selecção nacional é o símbolo vivo mais português de todos.
Só respira quando está iminente o último suspiro.
Até o CR se esqueceu que estava a jogar de verde e vermelho e pareceu estar num jogo do Real de Madrid.
LNT
[0.512/2011]

Já fui feliz aqui [ MIII ]

Ovos de gansa
Ovos de gansa - Alentejo
LNT
[0.511/2011]

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Dão-nos um lírio e um canivete

Boi LimusinaNem Bento tem o sotaque de Scolari, nem os portugueses andam com vontade de pendurar a bandeira na janela, nem mesmo a malta da cueca tem ganas de mostrar o seu poder de chuto.

A Nação está mergulhada em pessimismo, os portugueses olham com desdém para quem os representa, marimbam-se para a crise que os consome e preparam-se para o pior, habituados a assistir de bancada à falta de jogo.

O estádio estará repleto de sábios da poda. Rebentará pelas costuras de intelectuais aos grunhidos a gesticular imbecilidades que, segundo eles, seriam solução ainda que o esférico fosse cúbico.

É cada vez mais assim.

Uns jogam e ganham com isso, os outros assistem e pagam para os ver jogar, só lhes sobrando o direito ao insulto.

Dranquilos, cada vez mais dranquilos, ou não fosse a impunidade a regra e a mansidão o esperado.
LNT
[0.510/2011]

Já fui feliz aqui [ MII ]

Yatch Amélia
Yatch Amélia - Carlos de Bragança
LNT
[0.509/2011]

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Vendedores do ano

Teclado JoaninhaNa fúria dos milhões era preferível que o Estado privatizasse a Parpública e se deixasse de armar em Xanax, Rexamax ou coisa do género, sob o risco de um dia destes vermos circular ao nosso lado os carros com a fotografia do Álvaro e do Gaspar, com o número de telemóvel e a legenda de se tratarem dos vendedores do ano.

O Estado porta-se como o privado que tem de dar de comer aos filhos, neste caso à sua caçula Troika, e se desfaz, ao custo de uma sopa de lentilhas, dos bens que herdou. A rapaziada esquece-se que está a gerir o património público e que esse facto merece cuidado, até porque depois de se irem os anéis, ninguém há-de querer ficar com os dedos da manápula que nos vai empobrecendo.

Os resultados, mesmo assim, têm sido deficientes. Esta gente que se recusa a sair da teoria e dos bancos da escola para dar uma volta pela rua e perceber que a vida é diferente de um manual de tese, vê milhões onde existem tostões e surpreende-se sempre que obtém por resultado aquilo que nunca esperou.

Coisa parecida com o que acontecerá em 2013 quando fizerem as contas do IRS de 2012 e apurarem que as receitas são muito inferiores àquilo que esperavam porque, quem usou a máquina de calcular, se esqueceu de contabilizar que 700.000 X 2 = 1.400.000 de salários não irão ser taxados e de que os escalões atribuídos correm o risco de downgrade perante o valor salarial anual de cada um desses 1.400.000 salários que foram surripiados.

Como já disse antes, se fossem espertinhos, em vez da ilegalidade e do roubo, podiam ter pago os salários em dívida interna (diferida no reembolso, por exemplo, a cinco anos), mas como o que se pretende é desvalorizar o valor do trabalho no Estado, preferiram o maltrato à inteligência. Em relação ao IVA nem vale a pena falar. Cá estaremos na altura própria para comparar as receitas resultantes da ganância alarve.
LNT
[0.508/2011]

Já fui feliz aqui [ MI ]

Portugal e o Futuro
Portugal e o Futuro - António de Spínola - 1974.02.22
LNT
[0.507/2011]

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sócras

SócratesConsideremos o tempo que está lá fora como uma (mais uma) maldade do Sócrates (e dos últimos seis anos) a quem nem escapou o Verão de São Martinho;

Consideremos, como os mandantes consideram, que aquilo a que se chama subsídios de férias e de Natal não são parte integrante do vencimento mas sim benesses de um Estado laroca e mãos-largas que, por culpa do Sócrates (e dos últimos seis anos), não tinham ainda sido abolidos;

Consideremos as tristes figuras que se estão a fazer na Assembleia da República ao não sentar lado-a-lado os parceiros de coligação para darem a cara na tribuna do Governo e no Orçamento de Estado como consequência de Sócrates (e dos últimos seis anos) ter habituado o Parlamento a ver lá só uma cabeça;

Consideremos que os conteúdos do OE 2012 são da responsabilidade de Sócrates (e dos últimos seis anos), porque foi por sua culpa que há seis anos não foram tomadas estas medidas recessivas de esmiframento.

Então, por culpa de Sócrates (e dos últimos seis anos), há seis anos que deveríamos estar a passar por aquilo que estamos a passar agora, o que é condenável.
LNT
[0.506/2011]

Vai à adega e prova o vinho

Google - Feliz São Martinho


Associo-me ao Google para desejar a todos um feliz São Martinho, com muitas castanhas e jeropiga, coisa que a Sr.ª Merkel e outras insignificâncias históricas deste universo à beira da geral castanhada nunca poderão entender.
LNT
[0.505/2011]

Já fui feliz aqui [ M ]

Les uns et les autres

Les uns et les autres - Claude Lelouch

Com este filme, um dos da minha vida, comemora-se o nº 1.000 da rubrica "Já fui feliz aqui".

É uma série que já foi muito citada, criticada e analisada pelos meus vizinhos de outros blogs mas que não passa de um separador diário, uma particularidade desta Barbearia para que, em cada dia a anteceder o primeiro texto, se faça lembrar ao seu autor que a vida é cheia de bons momentos.

Já todos nós fomos muito felizes em algum lugar, em alguma coisa e com alguém, nem que tenha sido só por instantes. Evocar esses momentos é um exercício de saúde mental, uma terapia para o desalento, um segundo de ânimo e um incentivo para continuar.
LNT
[0.504/2011]

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Al-mukhaddâ

Almofada PSDO prefixo “al” denuncia a origem árabe da palavra "almofada" e o Priberam dá-lhe coxim por sinónimo, o que merece a minha concordância e preferência, até porque o verbo almofadar também significa enchumaçar.

Adelante!

Falemos então de coxins, daqueles que se usam na indústria naval (à excepção da especializada em submarinos) para evitar que os cabos rocem. Estes revestimentos tecidos destinam-se, tal como disse no parágrafo anterior, a "evitar" e é neste evitar que está o diabo porque é o tal detalhe a que se referiu o nosso Presidente antes de embarcar para a gringolândia com o seu séquito feudal.

O Ministro dos Impostos anda descorçoado. Ele tinha determinado cortar salários aos trabalhadores do Estado para conseguir as verbas com que iria despedir 100.000 desses trabalhadores e não para almofadar o Orçamento de Estado de 2012.

Por isso, quando Seguro fala em almofadas, saem-lhe ao caminho os galgos amestrados a ganir que deve ter cuidado para que a senhora alemã e o pai da Guilia não o passem a considerar como mau aluno por não saber distinguir um coxim, de um fundo de despedimento.
LNT
[0.503/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXCIX ]

Mon oncle d'Amerique
O meu tio da América - Alain Resnais
LNT
[0.502/2011]

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Moiral a caminho do pasto americano

Vaca IndioParece que Sua Excelência evocou a lenda do Moiral para demonstrar aos portugueses a sua infinita sabedoria económico-financeira e doutrinar o rebanho no seu pensamento de como sair do atoleiro em que ele, e outros como ele, enfiaram o ovelhame.

Conta a lenda do Moiral, segundo reza Sexa, que:
"Para esse Moiral, que conduzia ao longo dos séculos os seus rebanhos para as terras altas, não havia fim-de-semana, não havia férias, não havia feriados, não havia tão pouco pontes em nenhumas circunstâncias"
o que chega para entender que, mesmo com a adaptação de remate feita aos tempos modernos, o pensamento de pobreza expresso por Passos Coelho e Portas é fundamentado na pastorícia.

Os laivos anteriores relativos à bovinidade, sorriso das vacas e o bom comportamento das bestas a caminho da ordenha, já nos tinham dado a dica do regresso à teoria dos bons alunos dos tempos áureos do cavaquismo.

Um rebanho quer-se submisso, ordeiro, crente no destino e no fado. É o conceito do dia da raça que Sua Excelência gosta de evocar quando fala de Camões. Possivelmente por nunca o ter lido, possivelmente por entender que a epopeia portuguesa para chegar à canela e à pimenta só se deveu a lideres poderosos rodeados de marujos pobres a penar de escorbuto.

Enquanto o Moiral embarca para terra ianque o rebanho que leva ao cajado já se lambe a pensar na relva verdejante da Casa Branca. Oxalá o cão de água português das filhas de Michelle não lhes morda nas canelas.
LNT
[0.501/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXCVIII ]

Jack Nicholson
Jack Nicholson - Voando sobre um ninho de cucos
LNT
[0.500/2011]

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ainda pensa oferecer um Cartão FNAC Tanto neste Natal?

Cartão Tanto FNACNão julguem que o caso do Cartão Oferta da FNAC – Tanto – está esquecido. Continuo à espera da resposta da ASAE na sequência da reclamação que fiz no Livro de Reclamações da Loja da FNAC do Colombo.

Entendo que a ASAE tem muito que fazer e que a altura do Natal não é boa ocasião para alertar os consumidores para o caso de apropriação de capitais que a FNAC está a fazer aos seus clientes.

Se se tratasse de um negócio de ciganos na feira de Carcavelos, eles já estariam em campo, mas meterem-se com a FNAC é como pedir a alguns bloguistas que estão sempre na linha da frente para uma publicidade ou publicação, que denunciem o caso.

A luta continua, como diria o Che pouco antes de morrer.

Nota: Não posso deixar de agradecer a todos os que já nos seus Blogs, Facebook, Twitter, Websites, Destaques SAPO, etc. têm feito eco desta questão. Entre eles e eMail contam-se milhares. Na comunicação social nem uma linha, porque a FNAC patrociona muita coisa.

Agradecimentos de hoje:
Tomás Vasques
Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
Rui C. Branco
Economia e Finanças

LNT
[0.499/2011]

Αλέξης Ζορμπάς

NikitaO gesto de Papandreu que muito irritou as cabeças “bem formadas” foi uma pedrada no charco desta Europa que se deixa governar por botas cardadas e chinelos de tacão.

Finalmente alguém, que já nada tinha a perder, tratou de chamar a atenção de quem se arrisca a perder muito para o facto de que, mesmo em regime capitalista radical, a soberania dos Estados não é objecto de saldos. Pareceu louco, dizem, mas não foi sabujo, ao contrário dos suburbanos que por aí abundam.

Para Portugal, a loucura do grego foi ouro sobre azul. Durante uns dias o buraco da Madeira ficou tapado, o negócio do BPN pareceu uma brincadeira de crianças, os bandidos nacionais pareceram peças soltas e não uma teia cuidadosamente cerzida e a quadrilha da corrupção pareceu estar presa e não em liberdade.

Graças a Zorba até pareceu, por uns dias, que vivíamos em normalidade.
LNT
[0.498/2011]

Surdinas [ XV ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Para os que não entendem como é possível manter o apoio e ao mesmo tempo criticar uma atitude.

São dois os pontos:

1- Formal – Compete à Assembleia da República fazer o trabalho da Comissão. O OE deveria ter baixado a esta comissão para ser debatido e a divulgação das negociações teria de ser feita na sequência. É democraticamente estranho que as negociações de "gabinete" se sobreponham à vontade dos deputados;

2- Fiabilidade – O erro de António José Seguro foi acreditar na palavra de quem nunca a cumpre. Não terá sido um erro de ingenuidade mas sim de confiabilidade.
Passos Coelho, Portas, Relvas e comp.ª não são fiáveis. Basta comparar o que disseram antes e o que dizem hoje.
Os bastidores são importantes mas, numa democracia parlamentar, não podem sobrepor-se à mecânica constitucional.
AJS arrisca-se a ver a sua palavra posta em causa, como noutros acordos anteriores de surdina já aconteceu, principalmente se Portas ou Relvas entenderem que o amaciamento das grosserias lhes podem trazer vantagem pessoal.

O sede de protagonismo é lixada!
LNT
[0.497/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXCVII ]

Casablanca
Casablanca - Prendam os suspeitos do costume
LNT
[0.496/2011]

domingo, 6 de novembro de 2011

Portugal território, Portugal nação

Homem passadeiraHá duas coisas em política que nunca se podem fazer:
- Pedir o apoio incondicional a alguém; e
- Partir para uma negociação com o anúncio prévio de que, para o resultado a obter, é indiferente aquilo que vier a ser negociado.

Sobre a primeira coisa estamos conversados. É sabido que apoiei e continuo a apoiar o Secretário-geral do Partido Socialista mas que esse apoio não é incondicional. António José Seguro, como qualquer outro camarada meu, contará com o meu apoio mesmo em circunstâncias que não coincidam com as minhas convicções desde que reconheça que essas circunstâncias são coerentes e não representam abdicação dos valores fundamentais que me norteiam.

Sobre a segunda coisa estamos ainda a conversar. Existem três momentos regimentais na Assembleia da República para discussão do Orçamento de Estado:

Um, que trata da admissão para discussão e negociação – a votação na generalidade – em que os considerandos em jogo impõem ao Partido Socialista que se abstenha não obstante o OE 2012 conter excessivas clausulas de grosseira violação dos mais elementares direitos dos (de alguns) cidadãos portugueses. Ao fazê-lo satisfaz a imagem externa de coesão nacional e proporciona a força negocial necessária para tentar minorar a grosseria;

Outro, que é o momento da negociação – a discussão na especialidade – em que se impõe que o Partido Socialista disponha de soluções alternativas coerentes e bem fundamentadas para negociar as clausulas grosseiras. Para que essa negociação tenha efeito é necessário dispor de peso negocial. Ao anunciar previamente que as negociações não influenciarão o resultado final, o Partido Socialista ficou na mão dos seus opositores e, em vez de exigir o que entende ser justo, limita-se a receber o que a “boa-vontade” dos Partidos do Governo lhe quiser dar. Arrisca-se a que, num jogo de polícias bons e polícias maus, o CDS possa aparecer como o “amaciador” das grosserias ou que o PSD surja como o “bonzinho” deste Portugal pequenino.

O terceiro momento é o da viabilização – votação final global – em que o voto socialista não influi na aprovação do OE, uma vez que existe uma maioria absoluta no plenário, mas dá um sinal fundamental externo e que tem uma carga política importante porque a abstenção significa a existência de um acordo mínimo de menorização das grosserias e o voto contra implica transitar a responsabilidade do fracasso para a incapacidade de negociação do Governo e mede a competência do Presidente da República no que respeita à fiscalização política da actividade legislativa.

Com o anúncio de que em qualquer circunstância o Partido Socialista se absterá na votação final global o PS abdicou do seu dever de negociação tendo-o transformado em cedência e subordinação à ditadura da maioria. O PS, evocando Portugal, abdicou da defesa dos portugueses, deixando-os à mercê de todos os grosseiros, iníquos e excessivos sacrifícios que a política da direita retrógrada impõe sem oposição, escudada num acordo internacional que não os exige.
LNT
[0.495/2011]

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Não virar as costas às bengaladas em Portugal

BotaSabe-se que há Partidos do poder e há os outros, os que fazem política só para se entreterem. Os Partidos do poder podem ser responsáveis, como é o Partido Socialista ao aceitar que as propostas do Governo dêem entrada na Assembleia da República para serem discutidas em especialidade, ou podem não o ser, como num passado muito recente o foi o PSD e o CDS ao recusaram o menos mau para poderem impor o pior.

Os Partidos que não são do poder podem ser irresponsáveis porque nunca assumem a responsabilidade, fogem dela como o Diabo da Cruz.

Os do poder, ao serem irresponsáveis, criam a quem neles confia (e aos outros que neles não confiam mas que os terão de aturar) o maior prejuízo. Se para além de serem irresponsáveis ainda forem aldrabões, impreparados e amorais podem deixar um País à beira do esgotamento. Se para além de irresponsáveis, aldrabões, impreparados e amorais ainda forem injustos e ressabiados deixarão certamente uma porção muito curta da população desse País a pagar tudo aquilo que resulta da má gestão nacional feita pelos Partidos do poder.

Os recuos deste Governo em relação a todas as selváticas medidas que estão a tomar à excepção daquelas que foram aplicadas à Administração Pública e ao Estado Social (SNS, Educação, etc.), a par das nacionalizações a tostão (o BPN foi o primeiro exemplo), só pode ser adjectivada com todos os adjectivos anteriores e ainda com um enorme nojo civilizacional e de cidadania.

Leio que afinal há mais recuos (agora no lóbi autárquico do PSD) e lembro-me sempre de Eça "... era um dever de moralidade pública dar bengaladas ... ".
LNT
[0.494/2011]