terça-feira, 7 de junho de 2011

Escolhas

Ana VidigalNunca me foi especialmente difícil fazer escolhas políticas.

No quadro nacional voto na Declaração de Princípios em que me revejo, independentemente dos protagonistas e, como sempre votei conscientemente nos protagonistas dentro do Partido Socialista, nunca me senti amargurado com o meu voto nacional.

No quadro partidário voto em programas e em pessoas com as quais me identifico, o que por vezes é um pouco mais difícil porque isso implica ter de escolher entre gente que se revê na mesma Declaração de Princípios. Guio-me pelos seus programas e pelo meu conhecimento pessoal dos candidatos. Tenho feito escolhas, umas vezes, não poucas, com o envolvimento directo para construção desses programas e outras, por simplesmente me rever nas suas propostas. Foi assim quando do "ex-secretariado" versus Mário Soares, quando de Sampaio versus Guterres, quando de Ferro Rodrigues versus Jaime Gama (que não chegou a ser), quando de Manuel Alegre versus João Soares e principalmente versus José Sócrates, isto para só falar de coisas maiores das quais mantenho memória fresca.

Aproxima-se nova contenda e pressinto perfilarem-se candidatos que irão certamente apresentar programas muito semelhantes e que, tendo perfis pessoais distintos, são pessoas que aprendi a estimar politicamente ao longo dos anos no acompanhamento dos seus percursos.

Aguardo pacientemente que se apresentem pois começa a faltar paciência para candidatos que aguardam tacitamente que os apontem, preferindo que sejam eles a tomar a iniciativa e a assumir o risco e a vontade de se apresentarem.

A política do risco calculado e de falsos sacrifícios tem os seus dias contados. Quando houver matéria voltarei ao assunto e assumirei a defesa do partido que tomar.
LNT
[0.219/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXVII ]

Praia da Amorosa
Praia d'Amorosa - Minho - Portugal
LNT
[0.218/2011]

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A cultura do ódio

DiaboA cultura do ódio traz derrotas, até nas vitórias. Já o vimos com Cavaco Silva quando venceu e vemo-lo permanentemente quando acompanhamos, p.e., o percurso de Manuela Ferreira Leite ou de Pacheco Pereira. A cultura do ódio não pretende criar nada. Destina-se à destruição, tout court, como é o exemplo da política da terra queimada defendida pelos PCP e pelo BE.

Ontem os portugueses, (pouco mais de metade dos nacionais que se deram ao trabalho de agir em vez de ficarem na maledicência) entenderam que o conjunto BE mais PCP vale tanto como o CDS sozinho, entenderam que o PSD devia substituir o PS no poder e entenderam que a invenção dos "ovos e dos cestos" congeminada pelos comentadores do regime não passa de uma teoria engendrada para lhes guardar um lugar ao Sol, mesmo quando chove.

Conseguiu-se levar o ódio tão fundo que pouco se falou da vitória do PSD e da direita, para só se referir o derrotado, como se a derrota fosse de um só homem, como se Manuela Ferreira Leite e Pacheco Pereira se tivessem redimido da exclusão que produziram há dois anos e que ontem lhes desferiu a catanada final.

Conseguiu-se levar o ódio tão fundo que pouco se falou do desaire da esquerda, para só se referir o derrotado, como se a derrota fosse de um só homem, como se o BE não se tivesse reduzido a metade e a língua de pau de Louçã não o obrigasse a embalar a trouxa e zarpar.

Conseguiu-se levar o ódio tão fundo que pouco se falou da inutilidade do PCP, para só se referir o derrotado, como se a derrota fosse de um só homem, como se Jerónimo de Sousa tivesse passado a ter mais influência do qualquer outro bombeiro incendiário.

Conseguiu-se levar o ódio tão fundo que pouco se falou da pequenez do CDS, para só se referir o derrotado, como se a derrota fosse de um só homem, como se Portas tivesse feito do CDS mais do que um Partido muleta.

Foram milhares de votos contra Sócrates, como se ele fosse o diabo encarnado, como se a sua derrota fosse uma vitória para alguém. De todo esse ódio dirigido não resultou nada e não fosse o discurso de vitória de Passos Coelho ter trazido alguma luz à treva em que estamos mergulhados, nada tinha sobrado da festa da democracia.
LNT
[0.217/2011]

Cumulonimbos

NuvemNão sei o que se passou esta noite mas hoje o dia está muito mais frio, nublado e sombrio. O acentuado arrefecimento deve-se, dizem-me, a uma frente fria vinda do Norte talvez provocada pelos pepinos mediterrânicos que querem fazer crer ser a fonte de todos os males, ou então pelos rebentos de soja com que a Europa tem andado a encher o bandulho.

Meteorologias à parte, deixo uma saudação ao Jiminy Cricket que ontem fez as honras da casa, aqui e no FaceBook, relembrando o tempo em que invadia o espaço electrónico (na altura dizia-se "as novas tecnologias" pela ignorância de elas já serem mais velhas do que muitos que as começavam a usar), num tempo em que se atropelaram os mais básicos princípios que devem reger as relações humanas e políticas e as regras de lealdade e de confiança. Jiminy, o grilo consciência do Pinóquio, volta agora para o seu lugar na coluna da direita desta barbearia, de onde nunca saiu mesmo quando as colaboradoras o espicaçaram com promessas de outras massagens e penteados.

O dia está mais frio, como disse no início. Uma espécie de luto invernoso, que se quer curto, para que o Verão entre em forma. Estamos em Junho, mês dos dias maiores que as noites.
LNT
[0.216/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXVI ]

Papagaio Sancho
Sancho - Lisboa - Portugal
LNT
[0.215/2011]

O amanhã já começou

Jiminy Cricket Seja como for gosto deste nosso regime.

Tenho pena que em Portugal ainda não se tenha compreendido que é necessário respeitar o tempo dos mandatos mas que nunca nos falte esta alegria de, pelo menos de tempos a tempos, cada um de nós ter exactamente o mesmo poder de escolher do que qualquer outro cidadão.

Agora resta-nos seguir em frente porque, até que a morte nos apanhe, terá de haver sempre um amanhã que se deseja melhor do que o dia anterior.

Espero que a campanha tenha terminado e que para cada dificuldade se procurem soluções e não as habituais culpas e desculpas.

Agradecido ao Barbeiro por este momento de retorno, despeço-me até breve
Jiminy Cricket
[0.214/2011]

domingo, 5 de junho de 2011

Abraço, Camarada

Jiminy Cricket A dignidade do Partido Socialista volta a ser reforçada. José Sócrates acaba de dar uma grande lição de humildade democrática deixando na mão dos militantes do PS a nova liderança.
Jiminy Cricket
[0.213/2011]

Vou para o Facebook

Jiminy Cricket Isto de estar em simultâneo aqui e no Facebook é quase impossível. Vou só para o Facebook, pedindo desculpa aos meus leitores no Blog.
Sendo necessário, volto aqui.
Jiminy Cricket
[0.212/2011]

Coelho vencedor

Jiminy Cricket Boa sorte para todos nós, que muito iremos necessitar dela.
Parabéns aos vencedores.
Jiminy Cricket
[0.211/2011]

Terá Cavaco conseguido o que pretendia?

Jiminy CricketSerá que Cavaco atingiu os seus objectivos? Se o PSD e o CDS não tiverem maioria absoluta, não os atingiu certamente e tudo isto mais não foi do que uma inaceitável perda de tempo e de dinheiro.

A menos de 10 minutos de sabermos o que se passou, fica já a ideia do desprezo que os portugueses atribuiram a este acto intercalar.
Jiminy Cricket
[0.210/2011]

Abstenção

Jiminy CricketTudo leva a crer que a abstenção ultrapassará os 45%. Quer isto dizer que os Partidos não conseguiram explicar aos eleitores como seria importante que eles escolhessem quem lhes desse mais esperança.
Jiminy Cricket
[0.209/2011]

Eleições 2011

Jiminy CricketOs portugueses dirão:
Em primeiro o que acham desta democracia.
Em segundo o que querem para o futuro.
Em terceiro o que entendem que será o prazo de validade deste acto.
Convidado pelo nosso Barbeiro para fazer o acompanhamento blogueiro, volto à cena quase nove anos depois.
Agradeço às colaboradoras todo o apoio que já me estão a dar nas diversas vertentes que irei cobrir.
Abraços,
Jiminy Cricket
[0.208/2011]

Se não têm pão, comam bolo-rei

Bolo-ReiAníbal Cavaco Silva, o Presidente que fala antes do início da bola, o Presidente que se declarou o Presidente da República dos que nele votaram, diz-nos no seu Facebook:
"Na grave situação económica e social em que o País se encontra, é um dever de todos os cidadãos manifestarem a sua vontade e dizerem quem deve assumir a responsabilidade de governar Portugal nos próximos 4 anos."
Os portugueses todos, incluindo aqueles que nele não votaram, só têm que lhe perguntar o que é que ele fez para que as últimas eleições, que também foram por 4 anos, tivessem o mandato cumprido até ao fim.

Os portugueses todos, gostariam de saber como é que ele tem a lata, depois dos discursos que tem proferido, de dizer que quem não votar nesta eleição:
"perde legitimidade para depois criticar as políticas do Governo.
Abster-se de votar é demitir-se do seu próprio futuro
."
Com gente desta à frente dos nossos destinos e outros que tais que se propõem para dirigir a Assembleia da República sem sequer entenderem que esse lugar depende dos deputados que forem eleitos e não dos eleitores a quem pedem o voto, prevê-se o agravamento da má qualidade da nossa democracia.

Ao menos que o Presidente conhecesse bem a Constituição que jurou e que nela aprendesse que a responsabilidade hoje pedida aos portugueses é a que é exigida ao poder legislativo (Assembleia da República) e não a de Governo (poder executivo) nos próximos quatro anos.

Estão mesmo preparados para dar a este Presidente a capacidade de acumular o seu papel de árbitro aos poderes legislativo e executivo?
LNT
[0.207/2011]

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Número de eleitor

 Meninos, excelências, façam o favor de ir aqui saber o vosso número de eleitor:
https://www.recenseamento.mai.gov.pt/
Depois não se queixem...
LNT
[0.205/2011]

Aqui, em Lisboa

Ferro de engomar

E que tal passar o Nobre a Ferro?

LNT
[0.204/2011]

Vou votar PS

Bandeira Oficial do Partido SocialistaUma novidade. Vou votar PS.

Admirados? Querem razões? Querem saber se voto Sócrates? Querem saber se voto no PS por ter com ele a mesma relação que tenho com o SLB? Querem saber se acredito nesta direcção do PS, a tal que há dois meses foi eleita com uma ultra-maioria de votos? Querem saber se comparei o programa eleitoral do PS com o dos outros Partidos? Querem saber se estou louco? Querem saber se sou masoquista? Querem saber se sou de esquerda ou de direita? Querem saber se voto PS por convicção ou por hábito? Querem saber se sou um energúmeno que milita num partido político? Querem saber porque voto num Partido que defendeu o PCP, da direita e o CDS, da extrema-esquerda? Querem saber se tenho um tacho? Querem saber se quero ter um tacho? Querem saber como é que é possível votar numa força que levou o País a esta situação? Querem saber porque é que apoio esta malandragem, estes valdevinos, estes bandidos dos políticos que são todos iguais?
Querem saber como é possível que uma pessoa de boas famílias se deixe manipular por gente desta laia que apoia a despenalização do aborto, que defende a laicidade do Estado, que acredita na República, que sempre defendeu a liberdade, que aprovou a lei do casamento no mesmo sexo, que promove o uso do preservativo, que defende a escola pública, o serviço nacional de saúde e a segurança social como bandeiras a manter desfraldadas lá no alto e como instrumentos de igualdade de oportunidades, que defende a solidariedade, que defende a fraternidade e a felicidade? Querem saber como é que é possível ser tão cego que depois de tudo isto ainda vá às urnas votar PS?

Pois não vos vou explicar. Não vos vou satisfazer a curiosidade nem sequer justificar o meu voto. Isto, porque o voto é meu e faço dele o que muito bem entendo, porque ele vale tanto como o do Presidente da República, porque sempre votarei na democracia, porque sei que mesmo no mal há sempre o menos-mal. Porque gosto de muitas tonalidades do branco existentes entre o branco-branco e o preto-preto.

No próximo dia 5 vou votar PS – Partido Socialista.

Vou votar no Ferro Rodrigues e em todos os outros que compõem a lista que ele encabeça. E não vos dou mais satisfações, pronto! (e ponto porque o meu voto assim decidido tem o mesmo impacto que tem aquele que vos faz sofrer para o fundamentar e que tantas angústias vos faz passar até que o consigam justificar)
LNT
[0.203/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXIV ]

PS - 30 anos
30 anos PS - Portugal
LNT
[0.202/2011]

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O estado da coisa – Quinta-feira da Espiga

Pão"Leve o raminho que é para dar sorte"
anuncia a mulher de traje preto nas Amoreiras, nas barbas do fisco.
"São só dois éurios", remata.

Abordei-a perguntando-lhe porque estava a vender o mal enjorcado ramo e ela foi-me explicando que há que fazer pela vida, que a coisa está difícil, que lhe cortaram o subsídio (sem dizer qual), que o Sócas é um malandro, enfim, o rosário habitual das lamúrias de quem, mesmo quando está na rua a vender para os funcionários do fisco, não passa recibo, nem paga imposto.
A realidade portuguesa contada à laia de pregão.

Quanto ao ramo, à Quinta-feira da Espiga, à Quinta-feira da Ascensão, ao Dia da Hora, ao quadragésimo dia após a Páscoa, à última aparição de Jesus aos Apóstolos, ao sagrado da coisa ou ao profano do símbolo do ramo de oliveira, do alecrim, das papoilas e malmequeres e da própria espiga, nada me disse, nada sabia nem queria saber.

Bastava-lhe conhecer que o ramo tinha de se guardar atrás da porta até ao ano que vem, altura em que voltará à rua para vender, em mercado paralelo, um ramo que pouco valor tem porque, para o ter, deveria ser colhido no campo, ao meio-dia – hora em que tudo pára – pelos próprios que querem ser abençoados com as graças de não lhes faltar o pão da espiga, o azeite da oliveira e a alegria das flores silvestres.

Passamos a vida a tentar fundamentar com grandes e sábias teorias o estado a que chegámos e afinal tudo é tão simples, tudo se resume à mulher de traje negro nas Amoreiras a apregoar ignorância aos incautos, enquanto engana o Estado, isto é, a todos nós e se lamuria com as maldades que os outros cometem.
LNT
[0.201/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXIII ]

Eusébio
Eusébio - SLB - Lisboa - Portugal
LNT
[0.200/2011]

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dia da Criança

ChipDizia ontem Jerónimo que o actual poder não deveria cometer a hipocrisia de festejar o Dia da Criança. Fundamentava com a conversa dos subsídios, de que o PCP tanto gosta, mas que nunca explica como obter. Fundamentava com a habitual demagogia de fazer acreditar que o dinheiro não tem fim e que um subsídio ao consumo é um direito adquirido, tal como foi a Reforma Agrária, de que já não fala, ou as amplas liberdades, de que se esquece quando olha para os países que lhe servem de modelo.

Jerónimo não explicou, não lhe interessa explicar, que os subsídios, os abonos de família, não foram retirados a todos, mas somente a quem possivelmente nunca precisou deles para criar os filhos. Não explicou, porque não lhe interessa explicar, que esse dinheiro foi melhor investido a modernizar as escolas, onde as crianças passam o dia, do que gasto em abonos para mais um maço de tabaco ou um café dos pais.

Neste afã de mal dizer, só para dizer mal, Jerónimo, e outros, consideram os investimentos feitos na modernização das escolas, no seu apetrechamento com tecnologia, comodidades e com mais condições de bem-estar, um mal que não interessa contabilizar mas que todos os pais e alunos reconhecem no terreno como valor acrescido que, não só melhora as condições de aprendizagem, como ainda promove a adesão ao ensino.

Implica custos de manutenção, é verdade. Poderiam ter-se melhorado as condições ecológicas de forma a produzirem-se as mesmas condições tecnológicas e de conforto com recurso a energias mais limpas ou a melhores arquitecturas do ambiente, possivelmente sim mas o que se já se fez, e isso irrita-os porque está feito e as nossas crianças e jovens estão a usufruir com agrado desses equipamentos, é notável para quem gosta de ter para os seus filhos o melhor retorno dos impostos que paga.
LNT
[0.199/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXII ]

Avião de papel
Avião de papel - Coisas antigas - Portugal
LNT
[0.198/2011]

terça-feira, 31 de maio de 2011

Sistema eleitoral e qualidade da democracia

Revista EleiçõesCom artigos de Manuel Meirinho, André Freire, Vitalino Canas, António José Seguro, Miguel Relvas, António Filipe, Pedro Pestana Bastos, Pedro Soares, Conceição Pequito Teixeira e Paulo Morais está disponível em http://inet.sitepac.pt/RevistaEleicoes12.pdf a edição especial da Revista de Assuntos Eleitorais “Sistema eleitoral e qualidade da democracia” organizada por André Freire e Manuel Meirinho.

Trata-se de um interessante trabalho de Novembro de 2009, que mantém a actualidade, e que tem por objectivo:
"Dar a conhecer uma parte do debate que se gerou em torno do estudo Para uma melhoria da representação política – a reforma do sistema eleitoral (Lisboa, Sextante, 2008), realizado por André Freire, Manuel Meirinho e Diogo Moreira, a solicitação do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, nomeadamente através do seu líder, Dr. Alberto Martins, e conduzido sob a coordenação do primeiro dos três autores."
A Barbearia do Senhor Luís, na vertente de serviço público, ao dispor da sua excelentíssima clientela.
LNT
[0.197/2011]

Um absurdo chamado Alto-Comissário

BombeiraSempre que oiço falar de um Alto-Comissário lembro o António Vitorino, aqui há uns anos numa conferência internacional sobre migrações na Torre do Tombo, ao lado do José Leitão, a dizer à assistência que embora o José Leitão não fosse muito maior do que ele se distinguia por ser Alto-Comissário (para a Imigração e Minorias Étnicas) e ele só ser Comissário (Europeu).

Uma chalaça para fazer descontrair uma plateia recheada que me deixou memória sobre a pompa e circunstância que gostamos de cultivar.

Fala-se agora de um alto-comissário que garanta a preparação das emergências da Trindade (se o outro lhe chama triunvirato, eu prefiro chamar-lhe assim até porque sendo eles resgatadores, contém algo de espiritual) nos entretantos do poder que ainda estão vinculados à Constituição da República Portuguesa.

Precisamos de pompa e circunstância, hierarquia e autoridade, na aflição dos resgatadores, como se os Partidos que assinaram a Carta de Penhora não estivessem calhados para cumprir os seus pressupostos e não tivessem obrigação de fazer cumprir aquilo a que se comprometeram no dia seguinte ao da tomada de posse do novo Governo. Para o fazerem não precisam de aprovação do seu programa na Assembleia da República assim como não precisaram dela para dar o seu acordo nas negociações e, sendo Partidos responsáveis que ambicionam o poder, têm obrigação de estar preparados para o exercer de imediato.

A criação desta figura de Alto-Comissário é uma aberração. Cavaco não quis dar posse a um Governo transitório da sua confiança quando convocou eleições o que fez este Executivo manter-se em funções até às eleições. Compete-lhe (ao Governo) fazer a gestão, logo, preparar os dossiers para que se cumpra o acordado.

Se ganhar as próximas eleições executará o que preparou, senão terão de ser os outros a fazê-lo introduzindo-lhes as alterações que nesta altura já terão estudadas.

Sabemos que o que muito os move é o conteúdo do pote, já o afirmaram, ou o degredo de Sócrates, também já o disseram, mas nós, que vamos escolher e os que assinam o cheque, exigimos-lhes mais do que isso.

Nota: Se o Bloco ou o PCP ganharem as eleições (agora há quem defenda esses votos como úteis) deverão no mesmo prazo fazer a denúncia do acordo, a devolução dos dinheiros que já nos foram entregues e implementar os seus planos para a renegociação da dívida existente. Rapidinho, não se esqueçam que os salários da Administração, as Pensões, os Subsídios de Desemprego e todas as dívidas do Estado, nacionais e internacionais, não podem esperar.
LNT
[0.196/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXI ]

Azedas
Azedas - Portugal
LNT
[0.195/2011]

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mesquinha Manuela

Olhos Ferreira LeiteO desígnio de Manuela é alimentar, pelo ódio, as frustrações que a orientam. Move-se no descalabro representado pela teoria da "boa moeda cavaquista". Mas, se em relação ao mentor a coisa ainda resultou e lhe deu oportunidade de o demonstrar no discurso de vitória, a Manuela de pouco mais tem servido do que para, nas suas sucessivas derrotas, apunhalar alguns dos seus e destilar ódios em relação aos seus opositores.

Fê-lo com o poder no bolso quando teve oportunidade de demonstrar do que era capaz e mais não foi capaz do que varrer a sua ineficácia para baixo do tapete, fê-lo com ruinosos negócios de Estado, como foi o caso da venda de tóxicos incobráveis, enquanto Ministra das Finanças, fê-lo quando humilhou e insultou publicamente na Assembleia da República um director do Fisco que fez mais pela modernização da área fiscal do que qualquer outro e o substituiu pelo mais caro Director-Geral que a Administração já teve em Portugal.

Fê-lo sem o poder quando liderou o assassinato político de Santana, fá-lo agora, depois de ter sido derrotada nas urnas nacionais e nas do seu próprio Partido, ao dar o beijo de Judas a quem menorizou anteriormente e impediu de ser seu par na Assembleia da República.

Manuela Ferreira Leite é a imagem do ressabiamento, é o exemplo do que de pior temos na nossa sociedade e do que de mais desprezível a nossa democracia produziu. Resulta de uma imagem de intocável competência que os media criaram mas que nunca conseguiu demonstrar.

Manuela Ferreira Leite é o pior exemplo do político mesquinho, revanchista, inútil até para os seus, a imagem do miserabilismo público que nos conduziu até aqui.

Ela não dormirá descansada, mesmo sabendo Sócrates na oposição, porque a sua fúria de destruição só a deixará descansar quando já nada restar que lhe faça lembrar a porcaria que ela própria deixou às gerações seguintes.
LNT
[0.194/2011]

Já fui feliz aqui [ CMX ]

Jardim Zoológioco
Jardim Zoológico - Lisboa - Portugal
LNT
[0.193/2011]

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Enquanto depenicava

PenicoNa sabedoria popular dizia aquela senhora sentada na mesa do Baloicinho que olhava interessada para o LCD onde passavam os resumos da campanha:
- Olha, lá está o bonitão. Tão lindo, só é pena só querer tacho.
Dei por mim a pensar que a sabedoria do povo continua a ser o que era mas que lhe falta actualidade e por isso respondi:
Pote, minha senhora. O que ele quer é o pote, que o tacho anda com as asas bambas e o pote está de novo cheio.
LNT
[0.192/2011]

Abruptamente

Pacheco PereiraFazendo de conta que aquilo que Pacheco Pereira diz tem (nesta altura) alguma importância, dou-lhe razão quando reconhece "falta de solidez" (termo meu) a Passos Coelho.

Na verdade assistir a um líder partidário que na recta final de uma campanha política dirigida só para as suas clientelas (o homem não consegue um voto dos povos de esquerda...) perde energias em guerrilhas pessoais e de vendetta em vez de se concentrar naquilo que interessa ao País, demonstra bem ao que estaremos sujeitos caso venha a ser Primeiro-Ministro.

JPP, como se sabe, não é homem para se ficar. Reconheço-lhe argúcia e sabedoria suficiente para 10 Passos Coelho, assim como lhe reconheço frontalidade e coerência (ainda me lembro da sua recusa para ocupar o cargo na UNESCO). Estou à-vontade porque poucas vezes concordei com ele e a maior parte delas não me limito a ser indiferente, por discordar frontalmente não só do que ele diz mas também dos métodos que usa.

Considero que Passos Coelho tinha todas as razões para não o ter proposto nas listas de deputados uma vez que JPP, para além de lhe ter sido sempre hostil, nunca foi acrescento de valor para o PSD (o seu Spin com Ferreira Leite foi definitivo para chegar a esta conclusão). No entanto, envolver-se em tricas deste tipo a uma semana das eleições, deixa ficar pistas importantes para comportamentos futuros.
LNT
[0.191/2011]