sábado, 30 de junho de 2012

Quando se insiste em ir sempre além de...

ÁlvaroOs portugueses gostam de se manifestar pacificamente e chocam-se quando vêm outros portugueses manifestarem-se violentamente.

Os portugueses têm este condão de levar as escrituras à letra e de darem a outra face sempre que lhes estalam mais uma bofetada na cara.

Mas os portugueses, mais vezes do que aquelas que lhes querem fazer crer, já explicaram a outros (portugueses, espanhóis, ingleses e franceses) que além de bochechas também têm outra mão para dar quando a mão que lhes acerta ultrapassa a racionalidade e os seus princípios de sobrevivência e dignidade correm risco.

Até agora, depois dos portugueses terem retornado à democracia, sempre que em vez da outra face ofereceram a mão, houve organização por trás. Um dia também isto poderá modificar-se. Basta que os limites continuem a ser ultrapassados e não se consciencializem de que a impunidade e a prepotência têm de ser processadas dentro de parâmetros aceitáveis.

Os portugueses gostam de chorar sobre o leite derramado, mas tem de haver leite para derramar. Caso contrário secam as lágrimas e passam à acção.
LNT
[0.326/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXLIII ]

Jacarandá
Jacarandás - Lisboa - Portugal
LNT
[0.325/2012]

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Os bons alunos dos maus professores

MagritteOra bem, lá parece que nem todos os resgates têm de ter a forma de memorando e nem todos os apoios têm de exigir a destruição do tecido social.

Espanha está aí para demonstrar aos defensores da austeridade irracional e do custe o que custar que há outras formas de tratar os problemas, principalmente quando a intenção é resolvê-los e não multiplicá-los e principalmente quando se procuram soluções para os problemas e não subterfúgios justificativos para ideologias radicais.

É uma boa ocasião para recordar que só se avançou para a solução que existe em Portugal (e que ainda por cima tem vindo a ser desvirtuada devido à teoria do “mais além”) porque se recusou a alternativa que os nossos parceiros europeus se tinham disponibilizado a apoiar. É boa ocasião para relembrar ao PSD/CDS/BE/PCP que foi necessário recorrer ao actual programa de apoio devido ao pacto contranatura que estabeleceram para derrubarem, com o assentimento presidencial, a alternativa proposta pelo Governo anterior.

Chegou a ocasião de nos questionarmos do que vale ser considerado bom aluno quando quem assim nos avalia é tão mau professor.
LNT
[0.324/2012]

Surdinas [ L ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Pior do que se ser ignorante é ser-se sabedor de regras e não lhes conhecer as excepções. Aos ignorantes desculpa-se a ignorância, mas aos pretensiosamente sabedores é difícil perdoar a prosápia.
LNT
[0.322/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXLII ]

Lucien Freud
Lucien Freud - Berlim/Londres
LNT
[0.321/2012]

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Orgulho

Tito de Morais

E por falar em orgulho, faz hoje exactamente dois anos que uma excelente equipa que tive a honra de coordenar levou a cabo a tarefa de ajudar a imortalizar a memória de Manuel Alfredo Tito de Morais.

O tempo passa mas não pode passar a memória dos bons que nos legaram o seu exemplo como caminho do futuro.

Tito de Morais faria hoje 102 anos.

Imagens das CCTM no Facebook.
LNT
[0.320/2012]

Orgulhosamente afogados na rebentação da praia

Mar PraiaSei que não se deve bater em mortos e geralmente não o faço, mas como leio em toda a comunicação que morremos com dignidade e que esses mortos nos enchem de orgulho, faço aqui as exéquias.

Portugal jogou melhor que Espanha. Portugal apontou mais que Espanha. Portugal concretizou menos que Espanha o que colocou a Espanha na final e Portugal no avião de regresso.

Sei que sou barbeiro e que os barbeiros sabem tanto da poda como os cientistas da bola sabem de coisas sérias. Mas, nada entendendo, sei que o orgulho deve resultar da concretização e não do falhanço.

Acabo já, sei que não se deve bater nos mortos.

Acabo a reflectir sobre o orgulho balofo há séculos iniciado em Alcácer-Quibir e que, excluindo a fase em que foram dados novos mundo ao Mundo, faz encher o peito a este povo que insiste em afogar-se orgulhosamente na rebentação da praia em vez de se esforçar para pisar a areia e continuar a viver.

A taxa de sucesso português, seja na bola, seja na política ou na economia continua a medir-se pelo esforço exigido e não pelos resultados obtidos, o que é manifestamente insatisfatório.
LNT
[0.319/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXLI ]

Casa Nuno Álvares Pereira
Casa Nuno Álvares Pereira - Barcelos - Portugal
LNT
[0.318/2012]

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Sorte e olé

Invasão de campoHoje ao fim da tarde há que estar atentos. Com o País pendurado nas televisões para saber se Ronaldo não se vai lembrar que é a Espanha que lhe paga os bifes, ou se Ronaldo vai fazer o gosto aos castelhanos e tentar dar cabo dos català, Passos Coelho com o invisível Paulo Portas e com o mago das finanças vão estar de rédea solta para se lambuzarem no que lhes sobra do pote.

Enquanto o País se aliena a ver 11 em cuecas a correrem de um lado para o outro, arrisca-se a ser driblado.

Oxalá a Catalunha perca, oxalá os irmãos Metralha do eixo São Bento/Necessidades/Praça do Comércio não se aproveitem da alienação para demonstrar que, ao contrário do que pensa o Presidente da República, ainda há muito trilho de confisco para trilhar até ao precipício.

Como diria (lentamente) o sábio das finanças, o dia seguinte é o dia imediatamente após o dia anterior, o que na sua linguagem de trapos quer dizer que amanhã é novo dia e hoje é aquele que o antecede.

Sorte, atenção e olé! Não se deixem distraír com as invasões de campo.
LNT
[0.317/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXL ]

Portugal/Espanha
2004 Nuno Gomes - Portugal-01/Espanha-00
LNT
[0.316/2012]

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Homilias

Caneca das CaldasNa habitual homilia dominical, o pré-candidato ao palácio de Belém, o Sr. Sousa, como um dia lhe há-de chamar o Jardim do Funchal, aconselhava ontem o Primeiro-Ministro a fazer um especial agradecimento aos trabalhadores do sector estado (pelo menos àqueles a quem foi surripiada a primeira tranche de 1/14 do vencimento anual).

Marcelo devia estar a brincar, embora tivesse posto a sua cara mais séria quando fez a sugestão. Se a matilha do “para além da troika” me viesse agradecer pelo facto de me ter roubado para poder continuar a nomear os amigos para lugares remunerados pornograficamente, (diz o Público que depois da EDP chegou agora a vez de encaixar mais uns quantos na REN) penso que iria às Caldas da Rainha encomendar um serviço que em tempos lá vi à venda.

Imagino que o próximo almoço comemorativo de mais um aniversário de acesso ao pote servido nesse conjunto de loiça fina iria provocar muitos risinhos e arrepios em grande parte da quadrilha.
LNT
[0.314/2012]

O IF e o churrasco

CosteletasO Imprensa Falsa (IF) é um Blog de leitura obrigatória e se só agora vai para a coluna da direita é porque até agora não estava lá. Nada o distingue de um jornal tipo Correio da Manhã, nem mesmo o facto de ter um “disclaimer” onde se lê: "O Imprensa Falsa é um pasquim de notícias que não se confirmam. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.”

Mas até o IF comete erros. O mais recente, por ser relevante e por nos enganar com a verdade, diz que: "O Governo assou este domingo um contribuinte no espeto, para comemorar o primeiro ano do Executivo. A patuscada foi no palácio da Ajuda e reuniu o primeiro-ministro, os ministros e os secretários de Estado. "

Até aqui a-não notícia era verdadeira mas, no parágrafo seguinte, refere que foi Vítor Gaspar que procedeu à assadura sabendo-se nesta Barbearia, de fonte segura (também temos colaboradoras transitadas das secretas), que os Chef’s do pitéu (que não era um contribuinte qualquer, mas sim um trabalhador da Administração Pública – por isso o sabor foi tão apreciado) foi o próprio Passos Coelho coadjuvado por Paulo Portas que atiçou o carvão do churrasco.

Gasparalhinho limitou-se a segurar no pote do molho e a misturar as especiarias.

Fica reposta a verdade.
LNT
[0.313/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXVIII ]

Camaleão
Camaleão - Ria Formosa - Algarve - Portugal
LNT
[0.312/2012]

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Surdinas [ XLIX ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Se é verdade que uma relação de 10 para 1, em remates, significa superioridade absoluta de um dos contendores, também é verdade que a superioridade revelada, mas só capaz da entrada de um esférico, significa um baixíssimo grau da taxa de sucesso de quem fez esses remates.
LNT
[0.311/2012]

Sindroma JSPS

SócratesO sindroma obsessivo José Sócrates Pinto de Sousa (JSPS) é o complexo português mais relevante deste início de século.

Os jornais (incluindo os televisivos), os comentadores (da comunicação social, da política, dos Blogs e outros) sempre que não têm argumentos para defender as ideias vigentes, retornam ao sindroma JSPS para desviar as atenções das políticas miseráveis que este Governo vem a aplicar desde que, pela mão do Presidente da República, assumiu o poder.

Os resultados, que começam a ter leitura clara, apontam para o desastre consequente das políticas que sucederam a Sócrates. (desemprego, falência, empobrecimento, liquidação da classe média, diminuição do tempo médio de vida, fim da igualdade de oportunidades e baixa das receitas - que garantiam a protecção social - na razão directa do aumento da carga fiscal). Querem fazer crer que se trata de uma mera consequência das políticas anteriores e escondem que são os propósitos das políticas actuais.

Insistem que o acordo do resgate é da responsabilidade de Sócrates (como se o resgate não se devesse a uma “santa aliança” do PSD/PCP/CDS/BE, que o obrigou, por ter sido chumbada a solução negociada por Sócrates com os nossos parceiros europeus e que não obrigava às medidas de destruição económico-social que vieram a ser impostas pela Troika) ou como se as medidas “para além da Troika” não fossem o “custe-o-que-custar” que orienta o pensamento revanchista, desigual e prepotente com que a dupla Coelho/Portas está a destruir o que resta, no nosso País, do conceito social-democrata de cidadão europeu.

O sindroma obsessivo JSPS revela-se uma doença desviante produzida por quem não tem coragem de assumir que as actuais políticas de sofrimento impostas ao povo português são propositadas e deliberadas. Alimenta-se com a prescrição de empobrecimento que a “santa aliança” defende, embora por razões diferentes:
- O bloco de direita por saber que é o caminho que pretende;
- O segmento de esquerda porque sempre apostou na política do “quanto pior, melhor” para poder continuar a exercer a demagogia sem nunca assumir a responsabilidade do poder.

Escrevo isto com o à-vontade de quem nunca aplaudiu muitas das políticas seguidas pela liderança anterior do Partido Socialista e com o desprendimento de quem sempre se bateu para que houvesse melhor senso na aplicação dos recursos postos à disposição.

Escrevo-o porque sei distinguir o impacto e a responsabilidade de algumas políticas mal orientadas anteriormente daqueles que, com que o descalabro desta gestão propositadamente destrutiva, aniquilam todos os avanços sociais que se produziram em Portugal desde que deixámos de “estar orgulhosamente sós” e nos inserimos na Europa.
LNT
[0.310/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXVII ]

Avião ao luar
Avião ao luar - Peniche - Portugal
LNT
[0.309/2012]

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Checa! Checa! Checa!

Miguel Cassola BondJá deixei de ler quadradinhos há uns anos (fiz mal), mas lembro-me vagamente que o barulho das lavagens escrito nos balões das legendas seria representado por “checa! checa! checa!”, ou semelhante.

Se o inútil relatório da inútil ERC sobre o útil Relvas incluísse estas palavras teria o interesse de banda desenhada e a lavagem seria mais eficaz, principalmente agora que já ninguém está interessado a não ser na tonalidade da gravata e em que a comunicação social já terá tido indicações para acabar com o folhetim do luso Bond, Miguel Cassola Bond Relvas (com a ameaça, caso não sejam cumpridas as superiores indicações, de que se irá publicar no FB a cor dos fios dental usados pelos directores de informação e o relato de todas as cambalhotas por eles já alguma vez dadas com gente da oposição).

Checa! Checa! Checa!, descritivo para lavagem, é hoje o título de quase todos os jornais que, à falta de Fátima e de Fado, abafa tudo num mar de bola e no apelo para que a cervejola encharque as goelas, o histerismo enrouque os relatadores e se façam esquecer as javardices que por aí andam.

Afinal o que nos interessa uma ERC se temos um CR7?

Checa! Checa! checa! Alienem-se, mergulhem no patrioteirismo, desfraldem as quinas, mantenham o zip das braguilhas na posição de fechado e controlem, em limites razoáveis, a ansiedade.

Viva Portugal!
Todos por onze, onze por todos, checa! checa! checa!
LNT
[0.308/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXVI ]

Ingrid Bergman
Ingrid Bergman - Estolcomo - Suécia
LNT
[0.307/2012]

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Até no gamanço são desiguais

O trio gargalhada
Nota: Paulo Portas não se vê na imagem porque está escondido debaixo da alcatifa da tribuna do Governo. No entanto adivinha-se que seja ele que está a fazer cócegas nos pezinhos dos retratados.

Os reformados e os trabalhadores que têm o Estado por patrão viram hoje surripiado do seu vencimento, já anteriormente emagrecido, um catorze avos dos seus rendimentos anuais do trabalho (no caso dos segundos) e das economias forçadas (no caso dos primeiros).

Ao contrário da linguagem de trapos com que os poderosos pretendem endrominar, não se trata de um subsídio mas sim de uma parcela do vencimento anual que, em Portugal, se paga em 14 prestações. Não se trata de uma benesse dos portugueses, até porque os vencimentos anuais dos outros europeus ficam a milhas de distância (para cima) daquilo que por cá se recebe e não é o facto de nos países civilizados se pagar esse vencimento anual em 12 prestações e por cá ser liquidado em 14 que isso representa uma regalia dos trabalhadores.

A política de empobrecimento em curso passa, isso sim, por um ataque desigual à classe média que inventou o conceito de funcionário público para classificar uma vasta parte dessa mesma classe, muita dela qualificada e com grande mérito nas áreas mais evoluídas do trabalho (desde investigadores a profissionais das forças armadas, passando pelos sectores da educação, da saúde, da tecnologia, etc.), como parasita e merecedora de toda a espécie de sancionamento.

O poder conseguiu finalmente cindir essa classe média para a enfraquecer, virando profissionais das mesmas profissões uns contra os outros, bastando para o facto ter aplicado critérios diferentes na busca das soluções para todo o País, diferenciando profissionais tão ou mais capazes, entre os que trabalham no Estado ou no privado. Fez ainda pior porque foi buscar o sustento dos que lhe confiaram as suas economias forçadas (os reformados) e lhes retirou parte do usufruto dessas mesmas economias, num sinal de puro abuso de poder e da quebra prepotente do contrato que firmou com cada um deles sempre que guardou, em cada mês de trabalho, parte do seu vencimento.

Dizem-nos que é necessário um esforço nacional para colmatar o roubo e os despautérios dos impunes. Mas esse esforço nacional recai unicamente sobre alguns, retirando aos que nunca fogem às suas obrigações fiscais a parcela acrescida que mantém a outra parte da classe média.

O chamado "subsídio de férias" foi retirado de forma inconstitucional aos trabalhadores do sector Estado remetendo-os para o segmento da classe média que se pretende empobrecer em favor da outra que sustenta com o seu trabalho a classe alta para que ela continue a fugir aos impostos, a usufruir do social sem nada contribuir e a cometer os mais variados despautérios, ainda por cima com ostentação.

Os trabalhadores do sector estado deixaram já neste mês de Junho de dispor da parte do vencimento com que mantinham os filhos nas escolas, com que pagavam as casas que compraram, com que faziam face aos seguros que lhes são exigidos e com que conseguiam pagar as contribuições que cada vez mais os apertam. Os reformados deixam de ter recurso a uma parte do seu próprio amealhado que lhes permitia ter uma vida um pouco mais longa com a dignidade que a poupança forçada de uma vida de trabalho lhes devia proporcionar.

A diferenciação deixou de ser pela competência, esforço ou mérito para passar a resultar unicamente de uns terem por entidade patronal uma classe política incapaz e incompetente e outros uma classe empresarial que sempre soube beneficiar da catapultagem desses políticos para o poder.
LNT
[0.306/2012]

Um catorze avos

NegroHoje, dia 20 de Junho de 2012, data em que a maior parte dos trabalhadores do sector Estado e os reformados recebem o seu vencimento, ficará para a História como o dia da iniquidade nacional.


Hoje, investigadores, professores, médicos, juristas, enfermeiros, informáticos, administrativos, engenheiros, fiscalistas, economistas, arquitectos e muitos outros profissionais qualificados e especializados, só porque trabalham para o Estado ao contrário de todos os outros que trabalham em regime liberal ou por conta de empregadores privados, vêem-se espoliados de 1/14 do seu vencimento anual porque o actual poder entende que os sacrifícios exigidos para a reabilitação das finanças públicas que foi (e é) objecto de roubos ignóbeis e de despesismo incompetente e imoral desse mesmo poder e dos poderosos que nele se aninham devem ser suportados por uma só parcela do povo português.


Hoje, os reformados que descontaram toda a sua vida para usufruírem da reforma por si adquirida, vêem-se privados de 1/14 do pecúlio anual, num roubo descarado, injusto e prepotente.


Hoje, nós que garantimos a educação de uma Nação, que garantimos a saúde de todos, que garantimos os sistemas tecnológicos, que garantimos a equidade fiscal, que garantimos a segurança, que garantimos o que resta da justiça, que garantimos a democracia, que garantimos a Constituição, a Lei e a Ordem, passamos também a ser os que garantimos, com aquilo que nos retiraram, os conceitos e preconceitos dos que escolhemos para nos governarem e passamos também a garantir que, ao nos fazerem os bodes expiatórios da incompetência e da corrupção de quem gere este nosso Portugal, esses gestores continuarão a ser impunes de todos os crimes que cometem, incluindo os de lesa-pátria.


Hoje é um dia de luto pela iniquidade que se materializa, ao arrepio de tudo aquilo porque lutámos antes e depois de nos tornarmos livres num País e numa Europa cada vez mais desiguais, em oportunidades e em respeito pelas pessoas que os povoam.
LNT
[0.305/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXV ]

Olhos de Água
Olhos de Água - Algarve - Portugal
LNT
[0.304/2012]

terça-feira, 19 de junho de 2012

Luto

Preto
Seria uma interessante posição se amanhã, dia 20 de Junho, em que, pela primeira vez na História da democracia, a maior parte dos trabalhadores da Administração Pública e dos Reformados não irão receber o subsídio de férias, todos os abrangidos se apresentassem de branco ou de preto em sinal de luto pelo roubo destinado a tapar os roubos que outros fizeram e continuam a fazer.
LNT
[0.303/2012]

De arco e balão

Balão popularDeu um jeito de morte manter a trupe alheada enquanto os troikos andaram por cá.

Nada de se falar muito dos aléns que o Governo decretou à sombra de um memorando que diz ser da responsabilidade do Governo anterior mas que subscreveu com o governo anterior já em gestão e com um comissário (Catroga) que ditou muito do que lá está.

Nada de se falar muito dos aquéns que constam do memorando mas que foram devidamente remetidos para o fundo de uma gaveta por não interessarem aos aléns que se pretendem.

Nesse tempo em que os funcionários dos “mercados” andaram por cá, Relvas era o Anhuca piegas deste circo chamado Portugal, e conseguia concentrar em si todas as atenções sabendo bem que mais vale ser mal falado do que esquecido e sabendo também que logo de seguida se poderia de novo esconder para continuar a ir sempre mais além.

Quais espiões, qual quê! Os funcionários já marcharam e o povo tem agora mais que fazer. Entre as geniais fintas de Cristiano e o primeiro subsídio de férias que nos foi retirado bem pode Relvas descansar.

Afinal, na terra dos empobrecidos, no passa nada!
LNT
[0.302/2012]

Prémios e castigos

Machina SpeculatrixO PASOK foi tirar do lume as castanhas que a Nova Democracia tinha lá colocado, mas, nessa altura desacompanhado no resto da Europa, não conseguiu inventar margem de manobra para uma receita menos brutal socialmente – e assim se tornou uma das principais vítimas da situação. Por muito que custe dizê-lo, é saudável que assim seja: se partidos diferentes fizerem as mesmas políticas quando chegam ao governo, isso constitui uma fraude à obrigação que a democracia tem de oferecer alternativas ao eleitorado. Esta é uma lição que não serve apenas para a Grécia.
Porfírio Silva
Machina Speculatrix

(Bold meu)
Grande verdade. Partidos diferentes não podem exercer as mesmas políticas quando chegam ao poder. É fácil entender porque razão o PASOK foi penalizado e a Nova Democracia não. Enquanto que o primeiro traiu o seu eleitorado executando as linhas políticas para que não tinha mandato, o segundo fez aquilo que dele se esperava. O primeiro traiu a confiança e o segundo não.
LNT
[0.301/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXIV ]

Shuttle Discovery
Shuttle Discovery - Florida - USA
LNT
[0.300/2012]

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Croniqueta das vacanças

Quasimodo - CabanasEstreei-me no empoche gasparalhento com que os portais da Via do Infante mataram o conceito de SCUT. A travessia do Allgarve passou a ser mais cara, tal como tudo o mais daquela terra que se prontifica a deixar-nos esfolados em troca de um areal banhado por raios UV.

O saque reflecte-se das mais variadas formas como, p.e., pela dificuldade de encontrar as traquitanas que transformam os trambolhos que, por obra e graça da desgraçada TDT, deixaram de ser utensílios úteis de imagem e entretenimento. Uma vez mais a esperteza saloia transforma a negociata da emissão de televisão aos quadradinhos em ainda mais negociata. (Se alguém me conseguir explicar como é que empresas como a Worten ou os CTT tem esgotados, há meses, os aparelhos da TDT (em Tavira) quando existem milhares deles disponíveis por este País fora. É a técnica do gamanço despudorado para obrigar que os visitantes daquela zona comprem novas televisões (e essas não faltam em todos os tamanhos e feitios).

O tempo azul da 125 fez-se encher de sopros que a amplitude térmica não deixa aquecer o mar para lá dos 19 graus o que inviabiliza o mergulho sem um arrepio na espinha. Vale-nos o deserto das praias com os toldos enrolados, os restaurantes com cadeiras em barda, as esplanadas com lugares disponíveis e os supermercados recheados com espanholismos contrabandeados que nem sequer respeitam a rotulagem legal.

Felizmente o subsídio de férias não saiu do tesouro nacional. Evitou que este texto fosse mais sarcástico em relação a uma zona de que tanto gosto malgrado a roubalheira e a pouca qualidade que por lá se continua a praticar.
LNT
[0.299/2012]

Dranguilos

Caneca EuropaPortugal, França e Grécia (por esta mesma ordem de importância) mantiveram-se no Euro.

Portugal, onde SCUT deixou de querer dizer “Sem Custos para o Utilizador” que era como quem dizia “Com custos para os utilizadores e não utilizadores” manteve-se no Euro graças às botas de Cristiano e deixou provado que o gel dos penteados em bico inviabiliza a utilidade da cabeça no encaixe dos esféricos.

França, onde SARKOS deixou de querer dizer “Sarna e Kaos” que era como quem dizia “Com sarnentos tipo Vichy a Europa ia morrer mesmo ali” manteve-se no Euro graças aos votos dos franceses e deixou provado que a social-democracia europeia é a única forma de inviabilizar as pretensões do capitalismo selvagem de chutar a Europa para o canto.

Grécia, onde Syrizas deixou de querer dizer “Empréstimo a fundo perdido” que era como quem dizia “Quem já conseguiu um perdão de dívida consegue mais dois ou três” manteve-se no Euro graças ao reforço da vontade do seu povo cumprir as condições acordadas para evitar que a bancarrota reabra as portas às botas cardadas e aos fuzis.

Curiosamente estes três países mantêm-se também no relvado europeu onde a equipa Merkel insiste em confundir a geografia e não lhes dá sossego. Veremos se o campeonato se resolverá eliminando os bolas-de-berlim ou se o desempate terá de recorrer à técnica das grandes penalidades.
LNT
[0.298/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXIII ]

Sala de computadores
Orlando - USA
LNT
[0.297/2012]

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Santo António

Santo António

Vá lá, Sto António.

Dá força nas canelas dos rapazes da bola.

Sabemos que isto de andarem de lamborguinis e compª. lhes tira as forças nas pernas, mas um milagre era boa política, até porque o Vaticano tem andado por baixo e sempre ajudava.

Agora vou para a praia rezar.

Quando chegar sempre quero ver se além de casamenteiro, o Santo Antoninho também se faz futeboleiro.
LNT
[0.296/2012]

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Para além das bordas

Coelho radiografiaPedro, o recto, decretou por carta régia emitida na Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (aonde haveria de ser?) que: os portugueses já não estão nas bordas do abismo.

Verdade! O nosso PM não poderia falar mais verdade. Uma verdade tão verdadeira como é todo o resto daquilo que ele diz.

E, se dantes a verdade ainda se desculpava com a ignorância, como foi o caso daquela declaração verdadeira feita a duas estudantes na Escola Secundária de Forte da Casa sobre o boato de que iria acabar com os 12º e 13º mês - "é um disparate", dizia ele - , agora que conduz há um ano, o País, as Secretas e os serviços paralelos de Relvas, não há qualquer desculpa para que a verdade não seja de gema.

Já não estamos nas bordas! Descansamos com a novidade. Terminados os preliminares, passamos à função.
LNT
[0.294/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXII ]

Escudo de Lisboa
Lisboa - Portugal
LNT
[0.293/2012]

terça-feira, 5 de junho de 2012

A farinha e o saco

Olhos Ferreira LeiteDe vez em quando, Manuela Ferreira Leite diz o que toda a gente sabe, diz o que toda a gente diz e diz aquilo que os seus também sabem mas querem fingir que não sabem. O tal acordo com a Troika, que já não é o que foi assinado pelo PS, PSD e CDS, mas outro que o PSD e CDS têm andado a modificar às pinguinhas para que ninguém dê por isso, nunca foi feito para ser cumprido, porque é inexequível.

Foi exigido pelo PSD (lembram-se dos números de circo que Catroga fez na altura e que não valiam um pentelho) numa estratégia afinada com o inquilino aposentado do Pátio dos Bichos para ajustar contas com aqueles que ele anunciou não serem dos seus no dia em que foi reeleito pela menor maioria de sempre.

Ferreira Leite sabe, mas não diz que sabe, que o memorando é o bode expiatório para que, custe o que custar, os portugueses deixem de ter uma classe média-média e média-baixa que tem de ser empobrecida para que a classe média-alta e a dos novos-ricos possam dispor do excesso de oferta de mão-de-obra o que lhes permitirá rendimentos de nível superior.

O memorando será revisto, como não poderá deixar de ser, mas só o será quando o trabalho deixar de estar regulado, a saúde deixar de ser um serviço nacional, a necessidade de trabalhar a qualquer preço for realidade e as escolas voltarem a ser o meio de diferenciação entre os dominantes e a ralé que entretanto se atreveu a deixar de saber os ofícios que lhes estavam destinados por nascença.

Manuela sabe que esta é a estratégia e até nem se importa que ela se faça mesmo com a suspensão da democracia. Só tem medo que a dose esteja a ser forte de mais e que o povo se aperceba da marosca.
LNT
[0.292/2012]

O País que temos

Mocidade PortuguesaVivemos numa terra onde há condenados que não são presos porque têm dinheiro para empatar a justiça, uma justiça feita à medida do dinheiro de quem a ela recorre para que não se lhe consiga tocar e uma classe dominante que castiga (ou faz com que se auto-castiguem) as vítimas dos poderosos.

Não interessa fazer o rol das chafurdices. Todos sabemos quem eles são e todos andamos a pagar os desfalques que a ladroagem tem feito, ainda por cima culpando-nos (aos pagantes) de uma culpa que nunca tivemos e chicoteando-nos com a vergasta do empobrecimento para remissão dos pecados que não cometemos.

No jornal o Público também parece ter sido assim. Uma jornalista foi ameaçada por um alegado bandideco ainda em estado de presumível inocência e sob a protecção de um mentiroso compulsivo que tem fama de ser muito sério e a direcção do jornal entendeu divulgar o conteúdo da ameaça substituindo-se ao presumível bandideco na concretização do boato.

A vítima, Maria José Oliveira, acabou por se demitir. A direcção do boateiro mantém-se de boa saúde, o alegado bandideco, idem, o inverdadeiro superior hierárquico do presumível inocente, ibidem, e nós continuamos cantando e rindo como se a Bufa estivesse de novo aí para nos fazer saudar tudo isto de braço estendido, de camisa de caqui e com o forro dos bolsos virado do avesso para mostrar que já não temos nada lá dentro.
LNT
[0.291/2012]

segunda-feira, 4 de junho de 2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Crianças pobres

Miudo FomeA moda agora, no tom politicamente correcto, é afirmar que não há crianças pobres mas sim crianças de famílias pobres.

Vale tanto como dizer que não há famílias pobres mas sim estados com bolsas de pobreza.

Percebe-se que a expressão é interessante por tentar fazer passar que todas as crianças têm a mesma igualdade de oportunidades, o que, aliás, também seria interessante aplicar aos pais e avós mas que não passa de hipocrisia paternalista na gama da que pretende a caridade em substituição da carta universal dos direitos humanos.

O tempo está de feição para estes trocadilhos. Veja-se a mentalidade que não considera pessoas desempregadas mas só percentagens de desemprego.

Há crianças pobres, e importa dizer isso hoje, no dia em que o Mundo olha para elas de forma mais atenta, para que se enfrente e resolva a questão sem paninhos quentes destinados a deixarem-nos dormir menos atormentados.

E esta realidade é inadmissível. Seja no Niger, na Grécia, em Espanha, em Portugal ou em qualquer outro ponto do globo.
LNT
[0.289/2012]

O cão e o dono

Coelho PlayboyPode a criatura matar o criador?
Poder, pode, mas não se lhe prevê grande futuro.

Claro que Passos Coelho poderia aceitar uma demissão de Miguel Relvas e ficar com ele sentado no gabinete a fingir que não estava lá. Cavaco fez isso com aquele senhor, de que agora não recordo o nome, aquele que fez um escabeche manhoso na Presidência da República quando foi preciso dar mais uma pedrada no Sócrates e depois, quando já ninguém se lembrava da coisa, voltou a metê-lo no poleiro.

O que Coelho não consegue fazer é demitir Relvas. Prefere mentir, desculpem, dizer inverdades, mesmo que essas inverdades sejam contrárias àquilo que o alegado culpado mas ainda presumível inocente já declarou publicamente.

Os mentirosos compulsivos são assim mesmo.
LNT
[0.288/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXX ]

Lucky Luke
Lucky Luke - Morris et Goscinny
LNT
[0.287/2012]