sexta-feira, 28 de outubro de 2011

FNAC - O caso do cartão Tanto

Cartão Tanto FNACLembram-se do caso da FNAC que ficou com 120 Euros meus sem me dar qualquer contrapartida? (podem reler a estória aqui).

Acrescento ao que já disse que uma das hipóteses que estou a considerar é a de participar ao Fisco que a FNAC está a obter rendimentos sem que sobre eles sejam aplicados os devidos impostos. Terei de pensar melhor como o vou fazer mas para já deixo uma pista:

Se a FNAC me deixasse utilizar os 120 Euros que me confiscou com a expiração do cartão oferta TANTO, eu teria de comprar produtos na FNAC que iriam por sua vez ter de ser taxados em IVA. A FNAC não só se apropriou desses 120 Euros, que são meus, sem me fornecer qualquer produto, como conseguiu fazer reverter para si esse montante sem ter de pagar o equivalente IVA que teria de entregar ao Estado caso eu tivesse usado o dinheiro.

Um abuso nunca vem só.

As clausulas abusivas que levam a FNAC a comercializar um cartão oferta, que em nenhum lugar identifica a validade, o que leva os clientes a ficarem sem o dinheiro que investiram e sem terem qualquer contrapartida de consumo, servem também para que a FNAC não entregue ao Estado a quantia de IVA que teria de entregar caso o cartão fosse usado (como é seu objecto) na aquisição de produtos nas lojas FNAC.
LNT
[0.486/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXCIII ]

óleo de fígado de bacalhau
Passagem da colherada de óleo de fígado de bacalhau para cápsulas
LNT
[0.485/2011]

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Manteiga

Nicoletta Ceccoli
Bons Alunos



Gostei de ver aquela foto da reunião de ontem em que Merkel fazia o sinal de OK com o polegar a Passos Coelho enquanto o Pedro sorria com o mesmo ar com que os "manteigueiros" da primária sorriam para a mestre-escola sempre que puxavam o brilho à menina-dos-sete-olhos que havia de acertar na palma da mão dos mal comportados.





LNT
[0.484/2011]

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Surdinas [ XIII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Vejam lá se se entendem.

Vem o Ministro dos Impostos dizer que está aberto a discutir as medidas propostas no OE desde que os resultados não sejam afectados e ao mesmo tempo o Primeiro Ministro diz que não cede em «repensar medidas em que pensou muito maduramente e que só adoptou por saber que não tem alternativa para elas»
LNT
[0.482/2011]

Comprar um cartão oferta na FNAC? pense duas vezes

Cartão Oferta FNAC




A FNAC está a comercializar um Cartão Oferta que não tem impressa a data de activação, nem a data de validade.



No entanto o cartão é válido por um ano podendo, segundo as letras pequeninas do seu verso, ser consultado o saldo e a validade em qualquer Loja FNAC.


Se deixar passar o prazo a FNAC fica com o dinheiro e não lhe dá qualquer contrapartida.





Cartão Oferta FNAC



A coisa funciona da seguinte forma. Quem quiser oferecer uma prenda de aniversário, passa pela FNAC e compra um cartão de Oferta por “xx” Euros. O aniversariante, na posse do cartão, passa a dispor de um crédito que se destina a adquirir produtos desse valor numa loja FNAC. No entanto o cartão não tem impresso o prazo de validade, nem o de activação e o aniversariante arrisca-se, como me aconteceu, a passar por uma Loja FNAC e informarem-no que o cartão está expirado e que o montante não pode ser usado (tendo revertido para a FNAC, claro).

Estamos claramente perante um caso de pagamento sem contrapartida e, apesar dos avisos impressos em letra miúda na parte traseira do cartão, perante um caso de insuficiente informação sobre a validade de utilização de um montante de que a FNAC se apropriou sem qualquer aviso.

Cartão Oferta FNAC
Tenho dois cartões nessas condições (verifiquei quando cheguei a casa). São dois casos (60 Euros, cada) em que a FNAC informa que perdi o dinheiro, como se o nosso dinheiro pudesse ter um prazo para poder ser utilizado. Reclamei num impresso próprio. Vou escrever no Livro de Reclamações. Possivelmente irei dirigir-me à Defesa do Consumidor. Aguardo para saber se, mediante o resultado das reclamações, irei recorrer às instâncias judiciais.

Entretanto deixo este alerta aos incautos. Se pensam oferecer um presente comprando um cartão Oferta da FNAC pensem duas vezes. Correm o risco de estar a fazer uma oferta do vosso dinheiro à FNAC sem que daí venha qualquer contrapartida para quem compra o cartão ou para quem o recebe como presente.

Aguardo para saber o resultado da reclamação e depois voltarei ao assunto para vos contar.

Entretanto espalhem, porque com isso farão serviço público e evitarão que outros sejam vítimas deste tipo de "acções agressivas de comércio".
LNT
[0.481/2011]

Tychonoff's [ I ]

Casal TalibãSei que não é comum, mas nada nesta Barbearia o é. Tenho um cliente anónimo que vem desenvolvendo algumas teorias nas caixas de comentários, teorias de que gosto e que agora ficam em corpo de Blog.

Como não sou muito dado a responder ou a valorizar comentários anónimos atribui a este, para minha referência, o nickname de Tychonoff.

Teoria dos bastidores
Tenho uma teoria que explica a razão pela qual o Ministro das Finanças fala tão pausadamente e quando diz alguma coisa parece não bater certo ou anuncia uma medida errada.

É que o coitado do homem não tem competências ao nível das finanças e política em geral e por isso, usa um auricular que está ligado aos bastidores. Nos bastidores está uma comissão de "especialistas" que vão dizendo o que ele deve de repetir (reparem que, por vezes, ele pára de falar. Parece que está a tentar captar o que lhe estão a dizer...). Deverá haver também alturas que nos bastidores aquilo é uma confusão de opiniões (daí haverem medidas completamente estranhas e inexplicáveis).

Será que nos bastidores está o pessoal do FMI? A falar em várias línguas? Será o Ministro das Finanças uma espécie de Ventríloquo da TROIKA?
Vou continuar a estar atento para ver se descubro mais coisas...

Teoria do gamanço
TB tenho uma teoria, matemática, sobre este assunto que precisa de ser comprovada.
Será que: o somatório de todos os subsídios "subtraídos" ao sector público é maior ou igual ao somatório de 50% de todos os subsídios nacionais?

É que me parece que não.

Se não é, então não seria mais justo e até mais eficaz, cobrar 50% de todos os subsídios?

Eu cá, mesmo como trabalhador do privado, embora não concorde com nada do que está a ser feito, até admitia que tal acontecesse. Há apenas uma condição e apenas uma: Não há mais cortes em lado nenhum nem subidas de impostos nem impostos novos.
Isto seria sinal suficiente aos "mercados" para dizer que estamos, TODOS, dispostos a contribuir?
Eu tou nessa... Os sindicatos que negoceiem isto e que se fechem já as portas a novas "incursões" ao bolso dos mesmos...

Teoria do garimpo
Isto da exploração do ouro faz todo sentido e não é ideia virgem porque, estou convencido, que a própria TROIKA já cavou, há muito..., um túnel virtual até às nossas reservas de Ouro.

Por esse túnel vai passar e carregar o material, todos os agiotas que têm manipulado as taxas de juro e coisas do além como o RATING da dívida soberana...

No fundo, o pôr a malta a cavar no Alentejo é uma manobra de diversão para levarem o ouro que já está à superfície... é como dizem os grandes gestores: mais eficiente.
LNT
[0.480/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXCII ]

Caneca Bandeira UE
Europa
LNT
[0.479/2011]

terça-feira, 25 de outubro de 2011

New Frontiers

New FrontiersAndava convencido que o contrato de concessão de ouro já tinha sido anunciado pelo Ministro dos Impostos na última conferência de imprensa mas, afinal, o Governo concluiu que as contas bancárias dos contribuintes não são a única mina aurífica a ser explorada.

O Álvaro anda numa excitação infinda de prospecção e prepara-se para um dia destes (as medidas que anuncia têm sempre um prazo indefinido para entrar em produção) abrir o garimpo no Alentejo que deverá passar a designar-se por Allentejo e deixará de ser conhecido como o celeiro de Portugal para passar a ser o Far West português.

Ah Álvaro, que nunca me enganaste com as tuas modernêras amaricanas.

Já estou a ver o lago do Alqueva a ser invadido por cowboys de peneira na mão a espantar tudo quanto seja pêga, achigã, pato bravo ou lagostim de água doce.
LNT
[0.478/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXCI ]

XVII Exposição
XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura - Portugal
LNT
[0.477/2011]

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Até alguns ministros são mais iguais do que os outros

Bloco MinistroEscapando ao conceito moralista da coisa gostaria de sublinhar que não entendo que os políticos sejam todos uma cambada e ainda menos que sejam todos iguais.

A introdução é para chegar ao caso do Ministro que a comunicação social colocou na mira para moralizar a ética e que agora, depois de apontado e picado resolveu abdicar de um direito consignado na Lei. Pior do que abdicar daquilo a que tinha direito foi fazê-lo por estar a ser alvo de crítica. Pior do que se apresentar magnânime na abdicação é não haver uma regra que impossibilite que essa situação se possa verificar.

Se o espírito de missão (neste caso só existente depois de a opinião pública a tal o ter obrigado) propõe a beatificação do Ministro, o espírito e a letra da lei deveriam tê-lo impedido de receber aquilo de que agora abdicou.

Mas esta coisa de alvos na Comunicação Social sempre teve muito que se lhe dissesse. A excitação que o subsídio de alojamento provocou nos meios comunicacionais é inversamente proporcional àquela que a mantém em silêncio sobre a hipótese de haver quem exerça cargos no Governo optando pelos vencimentos que detinha antes de ser nomeado.

Será que não há por aí Ministros que ganham mais do que o Primeiro-ministro? (não digo que o Presidente da República porque esse já optou por ser pago pelas reformas dado serem superiores ao salário que a República entende ser o pagamento justo do cargo)

Uma vez mais não estamos a falar de conceitos moralistas, mas só de moralidade. É que não é possível que se deixe morrer alguém porque se inviabilizou um transplante por questões orçamentais e quem o inviabilizou não prescinda (obrigatoriamente e por lei) de receber por funções que não exerce (p.e. a de gestor bancário).

É como se um mestre barbeiro passasse a coveiro mas reclamasse continuar a ter por pré as benesses da arte de barbear.
LNT
[0.476/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXC ]

Castelo de São Jorge
Castelo de São Jorge - Lisboa - Portugal
LNT
[0.475/2011]

domingo, 23 de outubro de 2011

Cinismo [ III ]

Vitor Gaspar



As contas do cinismo são fáceis de fazer. Só não se apresentam em Euros porque, se nem o próprio Governo sabe quantos são os trabalhadores do Estado nem quanto ganham, como poderia saber um miserável barbeiro.

Mas vamos por salários para que se entendam as contas que o cínico-mor fez (possivelmente ajudado pelo matemático da Educação) e como se chega aos 100.000 trabalhadores da Administração Pública que eles vão despedir.

Tudo parte da afirmação do Ministro dos Impostos quando fala de 50 /100.000 trabalhadores do Estado para justificar o número de despedimentos que não fará no próximo ano justificando assim o roubo dos 13º e 14º mês e informando que não avançou para o despedimento porque não tinha dinheiro para pagar as indemnizações.

Contas por alto, para não me diferenciar muito das contas do Governo:

Há 700.000 trabalhadores do Estado (central, local e empresarial)
Retirando dois meses de salário a esta gente poupa-se em 2012:
700.000 X 2 = 1.400.000 salários que a dividir por 14 meses dá 100.000, logo o equivalente ao vencimento de 100.000 trabalhadores do Estado. Imaginando que a indemnização para despedir um trabalhador do Estado barato anda por dois anos de salários, em Janeiro de 2013 já se conseguem despedir 50.000 trabalhadores.

Aplique a regra em 2013 e teremos o Governo, com o dinheiro retido aos trabalhadores do Estado, a conseguir os montantes necessários para despedir 100.000 trabalhadores do Estado.

É verdade que ele disse que eram entre 50 e 100.000 trabalhadores e isso dependerá certamente de despedir só em 2013, poupando 2014 para que em 2015 não tenham uma derrota mais que certa nas eleições.

Esta malta é genial, muito para além da troika, não é?
LNT
[0.474/2011]

Valha-nos Deus

RessurreiçãoA religiosidade de Passos Coelho é uma bênção neste bocado de terra. A teologia que aprendeu mal, o que lhe provoca o impedimento de raciocinar decentemente, leva-o a preferir a dicotomia bem/mal, desconsiderando o saber de que todos os seres humanos são filhos de Deus e fazendo-o entender que os trabalhadores do Estado são o mal, em oposição aos do privado.

É esta religião por si mal compreendida que o levou a evocar Deus quando soube que o seu mestre-escola declarou que ele praticava a iniquidade. É essa moral mal captada que não lhe mete a mão na consciência quando ele pratica o contrário do mandamento que diz: Não roubarás.

É que Passos Coelho e Paulo Portas e pelos vistos também a senhora do banco alimentar, Isabel Jonet, que melhor faria em estar calada para evitar más vontades que levem o Banco Alimentar a não ter os sucessos do passado, não conseguem entender que os vencimentos são calculados anualmente e que os 13º e 14º mês, ao contrário do que se pretende quando os designam como "subsídios", entram nesse cálculo. Não é o facto desse vencimento ser dividido por 14 e não por 12, como deveria ser, que faz deles um suplemento. Se ela assim entendesse, facilmente teria percebido que o que se está a passar é um abuso ilegal por parte do patrão-estado, uma vez não se tratar de um imposto (se o fosse tinha de ser aplicado a todos os trabalhadores independentemente da entidade patronal para quem trabalham), e que a aplicação desta medida escancara a possibilidade de, a partir de agora, o Governo poder unilateralmente decidir que também não pagará o mês de Janeiro, Fevereiro ou qualquer outro que lhe venha a passar pela cabeça.

Valha-nos Deus, porque quem entrevista esta gente nunca é capaz de nos fazer esse favor. Valha-nos Deus, porque quem é entrevistado não faz a mínima ideia de que as relações de trabalho têm regras de conduta legais.
LNT
[0.473/2011]

Surdinas [ XIII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Enquanto aguardo pela reprovação da China em relação à execução do terrorista Líbio, assisto estupefacto à enésima repetição da selvajaria que o fez finar.

Estava convencido que a lei não permitia a passagem de cenas destas mas provavelmente estava enganado e esse impedimento só tinha a ver com a ética, coisa que se sabe ter sido erradicada há uns anos das televisões.
LNT
[0.472/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXIX ]

Coelho Portas
Pactos que valem uma Constituição - Lisboa - Portugal
LNT
[0.471/2011]

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Surdinas [ XII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Se as pensões tivessem tecto, o Estado gastava menos cumprindo à mesma o seu papel social. Isto porque se sabe que não é verdade que aquilo que se desconta é aquilo que se recebe de pensão. Também se sabe que quem mais tem deve pagar mais para que os que menos têm, possam ter mais qualquer coisa.
De mansinho: o valor dos descontos X o valor de meses em que se fizeram + uns pozinhos que esses capitais renderam ao longo do tempo + muito boa vontade, é igual a uma data de dinheiro do Orçamento de Estado para cobrir os muitos anos de pensões que estão para além dos descontos efectuados.

Guterres diria sobre isto: "façam as contas" e eu acrescento que tem mesmo de se estabelecer um tecto máximo para as pensões. (já para não falar das muitas pensões que nem sequer têm por suporte o tempo necessário de descontos suficiente para que sejam pagas)
LNT
[0.470/2011]

Cinismo [ II ]

Vitor Gaspar



Há por aqui clientes simpáticos, como todos os clientes desta casa mesmo quando insultam e se apresentam anonimamente para "deitar abaixo", que têm alguma dificuldade em entender que isto é um Blog e não a cadeira de compreensão e de entendimento de uma escola qualquer. Ao sentarem-se na cadeira de um barbeiro deviam entender que os serviços prestados estão relacionados com cabelos e pêlos (aqui também se fazem depilações, virilhas incluídas), massagens diversas, unhas e sobrancelhas. Não há a intenção de ensinar, nem tão pouco a função de consultadoria. Isso pode fazer-se noutra sede mas, como não é uma função pública e ainda não chegámos à Madeira, terá de ter pagamento.

Ora, vem isto a talho de foice porque, quando falei do cinismo, fui bombardeado no sentido de prestar melhores esclarecimentos e soluções, como se um barbeiro fosse um Ministro ou tivesse a responsabilidade de resolver as porcarias que são feitas por esses senhores que se deslocam de BMW’s e Mercedes de última geração.

Mas ainda assim dou mais uma explicação para o cinismo elevado à potência que está subjacente aos anúncios do cínico-mor deste reino republicano. Diz-nos Vitor Gaspar que não avançou para o despedimento de 50 / 10.000 trabalhadores da Administração (este intervalo entre um número e o seu dobro é a verdadeira demonstração do desconhecimento desta gente que nos desgoverna. - já o PM dizia a calinada do 10 / 15% em relação ao desvio dos vencimentos públicos/privados e insiste na outra do "desvio...colossal" sem quantificar nem identificar a origem -) porque isso era caro, uma vez que teriam de se pagar indemnizações. Ao dizê-lo, estava a informar que a medida de corte dos 13º e 14º meses de 2012 e 2013, mais não é do que uma primeira etapa para conseguir verbas suficientes para implementar a medida estrutural, ou seja, o despedimento de 100.000 trabalhadores da Administração Publica.

Não disse, mas acrescento eu para esclarecimento desses perguntadores da bloga, facebookianos e eMailianos, que ele, Gaspar, pretende financiar-se com estas reduções dos vencimentos da Administração Pública para ... passar a dispor de meios financeiros que lhe proporcionem pagar as indemnizações dos despedimentos que quer fazer.

Despedir funcionários públicos usando para o efeito o dinheiro que lhes retirou do vencimento durante dois anos é o cúmulo do cinismo, não é?
LNT
[0.469/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXVIII ]

Colégio São João de Brito
Colégio São João de Brito - Lisboa - Portugal
LNT
[0.468/2011]

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Surdinas [ XI ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)


(Reuters) - Former Libyan leader Muammar Gaddafi died of wounds suffered on Thursday as fighters battling to complete an eight-month-old uprising against his rule overran his hometown Sirte, Libya's interim rulers said.

Lá se foi o chazinho de tenda.
O Forte de São Julião está livre de novo.
Blair e quase todos os dirigentes mundiais dos últimos anos já podem apresentar desculpas às famílias do PanAm Flight 103 pelas más figuras que fizeram em cada golo de chá que tomaram com este terrorista.

PanAm Flight 103


LNT
[0.467/2011]

António José,

Ana VidigalSabemos que os compromissos são para cumprir e que as pessoas de bem levam a palavra dada até ao fim. Temos um papel assinado com os nossos credores e, mesmo sabendo que o tivemos de assinar porque uma coligação de direita e de extrema-esquerda não nos deu outra opção ao rejeitar a solução que outros credores nossos parceiros e amigos tinham apresentado, queremos honrar as assinaturas que lá estão.

No entanto, os que connosco avançaram para assumir a representação da maior maioria de portugueses que desde sempre se reuniu para conseguir soluções que adiassem a morte anunciada, uma vez chegados ao poder, não têm feito mais do que iniquidades, que agora até já são publicamente reprovadas pelo seu mestre sala, iniquidades impossíveis de assentimento por nós, que somos gente de bem.

Por isso meu caro António José, ou esses iníquos reflectem na sua iniquidade e alteram o mal que é ódio puro a parte da sociedade portuguesa, ou teremos de lhes retirar toda a confiança, deixando-os sozinhos a afrontar o nosso povo.

Somos Socialistas, lembras-te? Socialistas da Internacional Socialista, do grupo social-democrata europeu. Não esmagamos o povo, não fomentamos o ódio e não viramos portugueses contra portugueses.

Se for preciso teremos de dar o sinal radical que contrarie a radicalidade destes mancebos que não fazem a mínima ideia do que é uma Nação.
LNT
[0.466/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXVII ]

Aníbal Afonso
Aníbal Afonso - Igreja de N.SrªRosário - S Domingos de Benfica - Lisboa - Portugal
LNT
[0.465/2011]

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O que distingue

PSD de duas cabeçasAfinal tinha sido tão fácil, Senhor Ministro. Nem os cidadãos que trabalham na Administração Pública chamavam ladrão a este Governo, nem os senhores perdiam o IRS correspondente aos salários de quem trabalha no Estado, nem sequer deixavam de incentivar, ainda que á força, uma boa parcela de poupança neste País.

Se Vossas Excelências não se quisessem comportar como um bando que põe e dispõe de uma boa parcela da população portuguesa, sacando-lhe o que lhe é devido e a quem ao mesmo tempo continuam a exigir o que ninguém exige aos seus trabalhadores na privada (ai de quem não cumpra os objectivos que o SIADAP impõe);
Se Vossas Excelências não se limitassem a reconhecer que em momentos de crise e aflição, esta parte da população que insistem em difamar atribuindo-lhe culpas que são vossas e que nem aos cornos do diabo se atribuem, é sempre exemplar no serviço público, na qualidade e na dedicação e que não há História de alguma vez se ter recusado ao esforço de reconstrução deste País;

Teriam equacionado a hipótese de, em vez de os assaltar na remuneração pelo trabalho desenvolvido, lhes pagarem o esforço das soluções, ainda que com um diferimento, em dívida pública, títulos do tesouro, certificados de aforro, ou qualquer outro produto deste tipo.

Sabemos que preferem a prepotência, a arrogância e a imposição à boa maneira da direita mais retrógrada da Europa, mas podiam pelo menos, tentar dar algum sentido à expressão "social-democrata" que usam no nome da força predominante do actual poder.

Convenço-me que teria sido isso que Sá Carneiro teria feito no vosso lugar.
LNT
[0.464/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXVII ]

Monopólio
Jogo "colectivo" de afectos - Monopólio - Majora
LNT
[0.463/2011]

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Da inexequibilidade

Rubik
Inexequível:
para haver rescisão amigável, é preciso pagar indemnizações
Exequível:
a segurança no emprego, até que ela acabe, passa por manter o emprego não remunerado.

Inglúvias:
espaço que antecede imediatamente a laringe dos mamíferos
Glúteas:
espaço onde estes gajos todos andam a ver se apanham, ou aí ou nas inglúvias.
LNT
[0.462/2011]

Cinismo [ I ]

Vitor Gaspar



O pensamento e a estratégia deste Governo começam a sair das trevas.
Aos poucos, o cinismo vai aparecendo e deixa escorregar pistas para que nos guiemos no futuro.

Tal como fizeram no BPN que venderam por tuta-e-meia deixando os prejuízos para serem pagos por todos nós;
tal como fizeram com as Golden Share que entregaram aos accionistas sem retirarem qualquer contrapartida para os cofres públicos;
tal como estão a fazer nas empresas públicas reduzindo-lhes o valor para as comercializar a preço de saldo;
também estão a desvalorizar o custo dos Trabalhadores da Administração Pública para depois os despedir barato.

O cinismo feito de meias verdades e de silêncios, acabou por revelar as colossais mentiras que vendem como inevitabilidades e ganha contornos quando o Ministro dos Impostos afirma que em 2012 e 2013 o défice será combatido sem o recurso a medidas excepcionais ao mesmo tempo que anuncia as medidas excepcionais que escravizam os Trabalhadores da Administração Pública. Completa a tramóia deixando ficar o recado que as medidas estruturais passam pelo despedimento de 100.000 trabalhadores, medida que só não foi ainda aplicada porque seria cara e politicamente inoportuna.

Não disse, mas já se percebe, porque razão as projecções do acréscimo de desemprego são as que anunciou.

O governo Coelho/Portas não hesita em fazer o downgrade de todos os valores do Estado para os poder manipular a baixo custo. Os 100.000 trabalhadores da Administração Pública têm de ficar suficientemente baratos para que depois possam ser descartados sem custos, enquanto se blindam as reformas escandalosamente milionárias que estão instaladas no purgatório do Estado.

Está lá tudo. Releiam, revejam e confirmem.
As entrelinhas são o diabo e o Inferno está próximo.
LNT
[0.461/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXVI ]

Mar
Mar - Portugal
LNT
[0.460/2011]

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ikàkéné

Ikàkéné 2011


A Aventura deste ano é por terras do Magreb.
Três parelhas montadas em três cavalos de ferro.
Boa viagem e boa aventura.
Ikàkéné!

LNT
[0.459/2011]

Surdinas [ X ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Porque é a hora da verdade, nas palavras de Viiitooor Gaasspaar, ficam já a saber que a receita prevista do IVA vai ser uma grande mentira. A brutalidade da redução salarial vai provocar uma brutalidade nos consumos e o desvio entre aquilo que Viiitttoor Gaaassspppaaarr diz e aquilo que vão arrecadar em IVA vai ser colossal.

Esta gente nunca mais entende que nestas coisas não basta saber matemática, tem também de se conhecer a História.
LNT
[0.458/2011]

Crises? what crises? *

Sorriso de pedraTenho uma teoria optimista sobre o desenrolar desta crise.
Dentro de alguns anos vamos voltar a ter dinheiro para gastar, incluindo aquele que vem dos cartões de crédito e que não teremos forma de pagar.

Esta teoria assenta no seguinte:
Países como a Grécia, Portugal, Espanha, Itália, etc. ainda têm empresas rentáveis (muito rentáveis) que estão na posse do Estado. Até estão à venda, mas o valor que têm é demasiado para que os especuladores lhes agarrem.
A GALP e a EDP são alguns exemplos.

Há que fazer o que os agiotas sempre fazem. Apanharem os donos dos valores com as calças na mão, pagarem-lhes tuta-e-meia por esses valores e depois realizarem um acrescento aos proventos colocando-os no mercado pelo seu custo real.

Nessa altura, vai voltar a ser necessário que quem esteve com as calças na mão as volte a vestir, se for preciso emprestando-lhes novo gás para gastar na revalorização dos valores que os agiotas compraram ao preço da uva mijona.

O resto faz-se em loop.
* segundo um original dos Supertramp
LNT
[0.457/2011]

Conversas do tretas [ IV ]

Guilhotinas
Deixem-me lá pensar em voz alta.

Passos Coelho anunciou que, cortando nos vencimentos da Administração Pública, estava a agir directamente sobre o défice ao passo que os vencimentos da privada não tem esse efeito.

Até parece verdade, não fosse a alarvidade ser coisa da idade média e a escravatura estar abolida em Portugal há muitos séculos.

É que:

1- Não se combate o desemprego com medidas que desvalorizam o trabalho;
2- A medida social minimamente justa seria a criação de um imposto extraordinário como o que foi feito em relação ao subsídio de Natal deste ano, porque isso não desvaloriza o valor do trabalho e porque, ao contrário da actual mais que previsível ilegalidade que é o roubo de parte dos salários de uma parcela da sociedade portuguesa, se trata de uma forma de repartição do esforço nacional para enfrentar a emergência em que nos encontramos;
3- A coragem que eles tanto gostam de evocar quando reduzem a sua inteligência ao fácil e ao demagogo, não passa por criar mecanismos de regulação do sector estado mas sim por escravizar os funcionários. P.e. tratem o sector estado com as mesmas regras do sector privado, incluindo todas as formas indirectas de vencimentos como são as atribuições de carros e telemóveis (não há gato-pingado no privado que os não tenha) que nunca são contabilizados para efeitos de IRS, e também com os despedimentos legais na AP;
4- Se têm funcionários que não produzem, tenham a coragem de reformar esse sector usando o mérito como medida, em vez do igualitarismo populista e divisionista que estão a aplicar.
LNT
[0.456/2011]

Conversas do tretas [ III ]

Guilhotinas
Deixem-me lá pensar em voz alta.

Passos Coelho anunciou que queria ter gente de craveira à frente da Administração Pública e por isso iria rever em alta os salários das chefias (interessante que ele disse isto em directo na televisão ao mesmo tempo que falava da invenção do desvio médio 10...15% e não ouvi um único comentador referir-se ao assunto).

Pelo silêncio feito em volta desta declaração parece que a miuçalha se convenceu da bondade, mas:

1- Sabemos pelo anúncio feito que quase toda a Administração vai entrar em reestruturação, fusão, etc. e que a Lei prevê que esta realidade determine que caiam todos as chefias. Logo, todas as novas chefias da Administração Pública vão ser nomeadas, em breve, pelo actual poder;
2- Os corredores, mangas e baldios do PSD e arredores estão cheios de boy's ávidos a aguardar o seu momento pas-de-deux, muitos deles já calçaram as sapatilhas de pontas. No CDS são menos porque os táxis têm lotação limitada, mas isto é uma janela de oportunidade para o upgrade à caminheta;
3- Há que criar condições para que os boy's fiquem mansos e isso consegue-se com o aumento da ração. (Em tempos chamavam-lhe o "POTE");
4- Há que pulverizar a ração, para a tornar mais apetecível, com mais uns pós de ouro que entretanto estão a ser desviados de quem trabalha.
LNT
[0.455/2011]

Conversas do tretas [ II ]

Guilhotinas
Deixem-me lá pensar em voz alta.

Passos Coelho anunciou aos autarcas do seu Partido que deixava cair o corte nas reformas dos pensionistas acima dos 1.500 Euros porque já lhes retirava os subsídios de Natal e de Férias.

Até parece ser uma medida socialmente justa uma vez que quando falamos de pensionistas lembramo-nos daqueles que vemos a jogar à bisca nos jardins públicos, mas:

1- Esses pensionistas não têm reformas superiores a 1.500 Euros;
2- Os pensionistas como o nosso Presidente da República, ex-dirigentes do Banco de Portugal, ex-deputados, ex-administradores da Caixa Geral de Depósitos e por aí fora, não só deviam acompanhar esses cortes feitos aos trabalhadores no activo, como deveriam também ter um tecto máximo de reforma.

A demagogia levada ao mais alto nível e a defesa dos direitos próprios é um escândalo inaceitável numa sociedade que está a ser todos os dias mais e mais espoliada. É mesmo um caso para veemente indignação pública.
LNT
[0.454/2011]

Conversas do tretas [ I ]

Guilhotinas
Deixem-me lá pensar em voz alta.

Passos Coelho anunciou aos autarcas do seu Partido que partia do conhecimento de que "EM MÉDIA" os trabalhadores da Administração Pública auferiam vencimentos 10...15% acima dos do sector privado.

Na explicação da demagogia que se destina a virar os portugueses uns contra os outros, para que os portugueses não se virem com si (contra ele – Passos Coelho), não informou várias coisas, entre elas:

1- Quais as fontes que o levaram a tal conclusão;
2- Sabendo essas fontes, qual a data desses estudos;
3- Sabendo as duas coisas anteriores, quais as categorias da administração pública que provocam o desvio de 10...15% que ele diz haver;
4- Sabendo as três coisas anteriores, qual o universo que foi considerado como administração pública (se é só a administração pública ou os trabalhadores do sector empresarial do estado)
5- Sabendo as quatro coisas anteriores, qual a percentagem de desvio (10 ou 15%)

É que:

1- É importante saber se os estudos que o levaram a tal conclusão são anteriores aos congelamentos dos últimos anos na AP e à redução decretada, em Janeiro, aos salários acima de 1.500 Euros;
2- É importante saber se o tal desvio de 10...15% se obtém em relação às categorias mais baixas da AP (possivelmente porque o salário mínimo praticado na AP é superior ao salário mínimo nacional). Isto também é importante saber porque, como se sabe, as medidas aplicam-se a quem tem salários acima dos 1.000 Euros e já anteriormente se aplicou aos salários acima dos 1.500 Euros, não indo estas medidas em consequência, alterar esse desvio;
3- É importante saber se o tal desvio se refere aos trabalhadores da administração pública ou a todos os do sector Estado, porque isso acentuará a mentira que Passos Coelho está a usar para fundamentar uma medida esclavagista, imoral e sem contrapartidas que penalizará todos os que recebem do estado mas que, do Estado, obtêm tratamento diferente;
4- É importante saber se o tal desvio "em média" de 10...15% é de 10 ou de 15% porque quem fala destas coisas tem obrigação de ser claro e não de usar margens de incerteza para fundamentar os seus delírios.
LNT
[0.453/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXV ]

José Estevão
José Estevão - Assembleia da República - Lisboa - Portugal
LNT
[0.452/2011]

sábado, 15 de outubro de 2011

Surdinas [ IX ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Revejo o nosso infeliz PM a dizer que só aplicou o corte dos 13º e 14º mês aos trabalhadores da administração pública porque com isso diminui o défice, coisa que em relação aos privados não se aplica.

Penso que a seguir Passos Coelho vai, utilizando a mesma teoria, comprar um chicote e umas grilhetas para fustigar os funcionários públicos. Quando ele descobrir que se escravizar completamente os trabalhadores da administração pública vai poupar uma pipa de massa, há-de também cortar-lhes os ordenados de todos os meses.
LNT
[0.451/2011]

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Má sorte ter o maldito Estado por patrão

PolvoO princípio de que os trabalhadores da Administração Pública têm de pagar todas as alarvidades realizadas neste país decorre do raciocínio de que eles não são trabalhadores, mas servidores do Estado.
É por isso que se criou o anátema de que um cidadão que tem por patrão uma entidade não sujeita às regras do trabalho (o Estado) é um trabalhador de segunda.

Ser trabalhador da administração pública é vulgarmente considerado uma condição menor do mundo trabalho e, para que o deixe de ser, é necessário que aos trabalhadores deste sector se passem a aplicar os mesmos mecanismos aplicados a todos os outros.

A alarvidade que representa o corte cego do 13º e 14º mês de todos os trabalhadores da Administração (mesmo considerando a distinção das margens mínimas) resulta da ignorância de quem tem obrigação de gerir a coisa pública.

Sendo claro:
a medida justa estaria na adopção dos critérios e regulamentos de trabalho que existem na privada, incluindo as regras que possibilitam o despedimento legal.
A um trabalhador da administração pública que não cumpra com os deveres de trabalho tem de ser aplicada a penalização geral, incluindo o despedimento. A um outro que seja cumpridor há que dar o mesmo tratamento dado no sector privado.

Só a anormalidade, a preguiça e a prepotência podem levar o Poder a aplicar a medida de ruptura unilateral do acordado para vencimento dos seus empregados, nivelando todos pelo grau zero.

É uma dupla injustiça.
A todos os funcionários públicos vai ser exigido que paguem os erros que são, directa ou indirectamente, da responsabilidade de todos os cidadãos e todos os funcionários públicos, incluindo os que trabalham tanto ou mais e melhor do que qualquer trabalhador do privado, pagarão com o seu trabalho não remunerado a falta de trabalho dos que nada produzem.
LNT
[0.450/2011]

Surdinas [ VIII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Aldrabões
Era assim que o meu Avô, que Deus tem, costumava chamar à gente da laia desta que por aí anda. Mesmo que não me enganem, porque sempre soube ao que vinham, confirmo:
São uns aldrabões, uns vigaristas e uns ladrões que estão convencidos que nunca poderão ser presos por serem quem manda na polícia.
LNT
[0.449/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXIV ]

Porcos - Mota
Mudança do Governo
LNT
[0.448/2011]

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Uma estrelinha que o guie

EspantalhoCheguei agora a casa e disseram-me, de raspão, que Passos Coelho foi à televisão. Fiquei contente por ter sabido que ele falou e aguardo notícias para conhecer do que falou. Sei que se fossem más notícias teria mandado o ministro dos Impostos.

Aposto que nos veio dizer que é um homem sério e que as promessas que fez há três meses são para cumprir.

Não creio que tenha sido o anúncio da luz no fundo do túnel, porque em campanha avisou que iria além da Troika, mas há-de ser uma luzinha qualquer, talvez da estrelinha que o guia.

Como nada mais sei vou dormir sossegado. Espero que nos sonhos apareçam os momentos em que Passos Coelho descansou a criancinha garantindo-lhe que nunca tocará nas prestações de Natal e de férias, embora metade do deste ano já tenha ido por causa do malandreco da Madeira.

Que sono! Boa noite e até amanhã.
LNT
[0.447/2011]

Cidadãos Contribuintes

Mão em estacaAinda sou do tempo em que os cidadãos eram conhecidos por contribuintes.
Um tempo em que os cidadãos inspiravam desconfiança a quem deles sacava. Um tempo em que os sacadores olhavam de soslaio os sacados por verem neles trafulhas sempre prontos a fugir ao sustento que os sacadores entendiam ser-lhes devido.
Um tempo em que se amealhava o que sobrava do pagamento aos senhores que sacavam e se fundia o amealhado em lingotes em vez de o transformar em apostas de futuro.

Depois fui de um tempo em que se chamou cidadãos aos contribuintes e em que, com aquilo que se lhes sacava, pagavam-se os ordenados aos sacadores e ainda havia contrapartidas (escolas, saúde, bem-estar, etc.). Nesse tempo passou também a ter de se sustentar alguns que viram nessas contrapartidas "janelas de oportunidade".

Agora sou de um tempo em que os contribuintes são chamados cidadãos-chulos que, não só reclamam por ter de sustentar os das "janelas de oportunidade", como insistem vergonhosamente em reclamar as contrapartidas por serem incapazes de reconhecer que "o dinheiro não chega para tudo" ou que "quem não tem dinheiro, não tem vícios".
LNT
[0.446/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXIII ]

Amadeu Souza Cardoso
Amadeu Souza Cardoso - Portugal
LNT
[0.445/2011]

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Indignado, uma ova. Estou é troikado além da troika e mal pago

ManifConfesso não me sentir indignado. Estou chateado que nem um peru, ando irritado com esta treta permanente de me meterem a mão no bolso sem o meu consentimento e enfurece-me o desplante com que falam do meu dinheiro com se se tratasse de um subsídio estatal que recebo e não do pagamento do trabalho que desenvolvo.

Podia manifestar-me na rua, podia juntar-me ao fado português e ao destino, mas não o farei, pelo menos para já. Vou escrevendo o que me vai na alma e como sou muito menos ingénuo do que pensava ser há uns tempos, estou convencido que é mais útil seguir esse caminho do que me misturar nas bandeiras que nunca deixarão de ter por trás umas carinhas larocas ansiosas pelos brilhos da TV.

Não será muito influente a minha escrita. Porventura não é, mas também eu próprio não o sou, nem quero ser. Gosto desta minha condição de zé-ninguém embora me recuse a ser um Egas Moniz que alomba com os males do Mundo e abre o peito às balas para protecção dos que já estão protegidos por coletes e guarda-costas.

Confirmo. Não estou indignado.
Estou é cada vez mais farto e ... (esteve quase para sair palavrão)
LNT
[0.444/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXII ]

Rousseau
Rousseau - Genebra - Suiça
LNT
[0.443/2011]

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Surdinas [ VII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Diz o Presidente da República no seu FaceBook:
Amanhã farei uma conferência no Instituto Universitário Europeu de Florença sobre «As lições da crise do euro», uma das crises mais sérias da história da construção europeia.
A causa desta crise não reside no tratado que instituiu o euro nem é culpa apenas dos Estados membros com problemas de disciplina orçamental. A resposta tem de ser europeia, pronta e eficaz no curto prazo.
Partilho a informação de Sua Excelência porque vai ser interessante saber se a douta opinião de que se trata de "uma das crises mais sérias da história da construção europeia" é de agora ou se vem de há dois ou três anos.
LNT
[0.442/2011]

Corte-se a eito


LâminaDeixem-me partilhar convosco uma dificuldade de todos os dias.
Não há Conselho de Ministros em que cada um dos Ministros não reivindique isto ou aquilo para o seu Ministério.
A dificuldade consiste em ter de lhes explicar que não pode ser e que há que cortar a eito para se atingir os objectivos da Troika, tentando sempre ir mais além deles.


Não terá sido exactamente isto que o nosso Primeiro disse, mas não anda longe. Quando o Ministro Gaspar der a próxima conferência de imprensa para anunciar mais uns quantos impostos há-de por os bracinhos no ar e explicar gestualmente que o que o nosso Primeiro queria dizer, era que existiam um monte de palavras entre a expressão "corte-se" e a expressão "a eito".

O conceito é:
se num hospital, para dar uma injecção, for necessário um enfermeiro, um algodão com álcool, uma seringa, uma agulha e 20 gr. de um medicamento, pouco importa saber se actualmente o enfermeiro se faz acompanhar de um auxiliar de enfermagem para lhe levar o material e de um técnico especialista em desinfecção para passar o algodão com álcool, tanto faz que a seringa seja em unidose ou se está numa embalagem de duas, idem com a agulha, e pouco interessa se os 20 gr. de medicamento estão individualizados ou se têm de se retirar de uma quantidade maior, inutilizando-a.

Corte-se a eito, isto é, acabem-se com as injecções nos hospitais.
É mais fácil, é mais barato, é mais além de, e dá milhões.
LNT
[0.441/2011]

Surdinas [ VI ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Se dermos a Madeira como garantia do empréstimo da Troika, da mesma forma que damos como garantia a nossa casa quando pedimos um empréstimo para a comprar, devemos oferecer o Alberto João Jardim como penduricalho de promoção, da mesma forma como oferecemos a marquise que entretanto mandámos construir?
LNT
[0.440/2011]